Myanmar, o país que rejuvenesce

Myanmar, país ainda misterioso e simplesmente fantástico! Não sabe onde fica o Myanmar? Fica ali no sudeste asiático, colado com Tailândia, Camboja e com nossos sonhos de verão. Fechado até bem pouco tempo atrás por razões políticas, está cada vez mais aberto para a alegria geral da nação e uma viagem para Myanmar é uma experiência de vida!

Fica aqui para saber o que encontrei por lá e como caí de amores.

Lindezas do Myanmar, país que rejuvenesce.

Lindezas do Myanmar, país que rejuvenesce.

Quando começamos a pesquisar sobre o país, o que mais li é que o brilho do país é o povo. Confesso que não prestei muita atenção porque isso do povo é muito relativo, né? Tem relação com suas próprias experiências, do momento em que você visita o país, da sua própria personalidade e gostos, enfim…

Mas gente, não é suficiente dizer que o povo é o melhor do Myanmar. Não é suficiente dizer que o povo é o que faz valer a pena uma viagem para o Myanmar.

O povo do Myanmar é simpático, atencioso, mas principalmente, bondoso e puro. E é totalmente diferente de tudo o que você já viveu. Malucos, lindos e muito, mas muito tocantes.

Aproveito e deixo aqui essa dica de como planejar e juntar grana para viajar!

Das tardes nos templos do Myanmar...

Das tardes nos templos do Myanmar, o país que rejuvenesce…

Para mim, chegar ao Myanmar foi como chegar a outro planeta! Você pode ler ai que os homens usam saias, que as mulheres pintam a cara, que o budismo é predominante e forte, mas nada vai te preparar para a experiência antropológica que você vai viver lá.

Nos primeiros 3 dias eu não parava de me surpreender. Sentava nas pagodas ou andava pelas ruas apenas assistindo as pessoas levando a vida. Eu tinha a sensação de que ninguém estava fazendo nada normal. E por normal eu quero dizer algo que eu faria, porque, claro, anormal era o meu comportamento no ali e não o deles.

Nas pagodas do Myanmar tinha gente rezando com sua melhor roupa de igreja, mas também muita gente com o seu pijamão mesmo, gente dormindo no chão ou dentro do altar, gente assistindo novelas ou conversando no celular, gente almoçando, fazendo piquenique, escovando os dentes, tomando banho, catando piolho, lendo jornal, arrumando oferendas e rindo, rindo muito. Nas calçadas a gente vê a céu aberto: sala, cozinha, banheiro, bar, restaurante, cabeleireiro, dentista e muito, muito cuspe vermelho daquele negocinho que eles mascam até estragar todos os dentes.

Uma tarde qualquer num templo do Myanmar, país que rejuvenesce.

Uma tarde qualquer num templo do Myanmar.

É uma porrada cultural na tua cara! Uma imensidão de informação e de novidades ao mesmo tempo perturbadora e fantástica.

Bom, claro que isso tudo foi bem acentuado pelo fato de termos atravessado a fronteira com a Tailândia por terra, termos pego um ônibus só com locais para chegar em Yangon as 4h30 da manhã e ainda termos nos hospedado no centro super populoso, sujo, fedido e bagunçado. Recomendo.

Essa chegada em um país novo é sempre um saco. A gente não sabe de nada, fica com medo, tem que entender a cotação da moeda, a geografia, o transporte e um pouco da nova língua.

Quando você passa andando pela fronteira, ainda tem que encarar as legiões de pessoas esquisitas oferecendo todo tipo de coisa.O começo assim é sempre com o coração peludo, desconfiado de tudo e todos.

E logo de cara, logo ali na fronteira, um casal disse para entrarmos no carro que eles nos levavam até a estação de ônibus quando nos viram derretendo com as mochilas no calor de 40 graus para andar os 800m até o ônibus. Negamos com a certeza do golpe iminente, de que perderíamos um rim ou seríamos levados para uma zona militar, sei lá.

Se fosse hoje eu teria entrado naquele carro. Esse é o espírito do povo do Myanmar.

Myanmar, país onde o povo é o maior tesouro.

Myanmar, país onde o povo é o maior tesouro.

Em grande parte porque o país ainda não foi tão invadido pelos turistas, eles ainda se interessam por nós. Estão sempre dispostos a conversar, querem saber dos nossos países, nossas vidas, nos ajudar.

Eu não atribuo essa curiosidade e todas as diferenças culturais ao fato deles terem passado tanto tempo isolados pela junta militar que governou o país desde 1962 como muita gente faz, como se esse afastamento fizesse com que tudo fosse uma grande novidade para eles.

Talvez nos anos 90 e 2000, mas hoje em dia não acho mais que podemos dizer isso. Inclusive se contato com o ocidente fosse a causa da mudança, alguns países como a Índia, por exemplo, não seriam mais tão exóticos, não é mesmo?

Os birmaneses simplesmente vivem em plena harmonia com suas personalidade e tradições como as mais citadas pelos turistas: rostos pintados de thanaka, saias masculinas, cochilo pós almoço para o chá, dentes manchados de vermelho.

A cara pintada pode servir como um protetor solar, mas e de noite, serve para quê? E só no queixo ou em formato de espiral ou tantas outras formas bem criativas com que eles se pintam? Como não amar um povo que anda por ai com pinturas faciais a qualquer hora do dia e da noite, como se fosse um grande carnaval?

E o longyi, um tipo de saia usada por 90% dos homens? O pessoal pode tentar declarar que está na moda no ocidente, mas tem que nascer naquele terroir para usá-la com aquela naturalidade cheia de graça. Sinceramente eu achei até sexy, e digo mais, os birmaneses simplesmente SÃO.

Homens e seus longyis e camisas. Viagem para o Myanmar.

Homens e seus longyis e camisas.
Viagem para o Myanmar.

Eles usam saia, eles não olham para nós mulheres como pedaços de carne, eles não gritam ou brigam uns com os outros para provar que são machões, sorriem com facilidade, cuidam dos bebês, lavam panelas nas calçadas e continuam com toda a sua masculinidade. Eu achei até eles mais bonitos que o pessoal dos países vizinhos. Mais altos, com traços delicados e com toda aquela leveza.

Povo todo de chinelão, seja para comprar pão, trabalhar ou ir num casamento. A praticidade valendo mais do que qualquer mandamento da moda. Segura essa!

E mais. Mesmo com tamanha pobreza em que muitos vivem no Myanmar, eles simplesmente não nos veem como uma grande nota de dólar com pernas e braços. Tentam vender, é claro, mas se você não se interessa pela oferta, rapidamente iniciam uma conversa animada sobre futebol, a coleção deles de notas de moedas do mundo todo, onde é legal para ver o pôr-do-sol, como eles aprendem inglês. Sobre qualquer coisa. Quando vemos, estamos sentados batendo papo com pessoas que nunca vimos antes.

Num templo um vendedor de esculturas de madeira nem lembrou de oferecer nada, olhou para o Gabriel e falou: “Que óculos bacana! Posso ver? Gabriel passa o óculos para ele. Vendedor: “Nossa, é de madeira! Você que fez?” Gabriel responde que não, que comprou. Vendedor: “Posso ver como eu fico?”. E ele fica a cara do Cartola. Eu fiquei em dúvida se queria dar o óculos para ele ou trazê-lo pra casa. Não deu nenhum nem outro, mas é por essas e por outras que em cada parada na viagem para o Myanmar fazíamos um amigo.

Um minúsculo exemplo dessa personalidade amigável e deliciosamente pura é esse menino do vídeo. Esses menininhos colaram na gente num templo e o Ga começou a brincar com eles, que se divertiam com o velho “toca aqui!”. Ai aparece esse outro, bem maior, e dá um tapinha de leve. O Gabriel fala para ele fazer mais forte. O menino pega na mão do Ga com o maior carinho e fala “sorry˜ antes de bater. Ele-pediu-desculpas-por-bater-no-Ga. Desculpas. Galera não pede desculpas nem quando caga na nossa cabeça e esse serzinho pedindo desculpas com toda a pureza da terra por talvez machucar o Ga numa brincadeira!!!

Chorei. Aliás o Gabriel se assustou comigo nessa viagem para o Myanmar. Disse que nunca me viu chorar 3 vezes num mesmo dia. Verdade.

O Myanmar foi até agora (no 5º mês do sabático) o país que mais mexeu com as minhas emoções nessa nossa longa viagem (e depois dos 19 meses na estrada, continuou no topo da lista). E nós 2 amamos tanto o país que se não quiséssemos pegar o Holi Festival na Índia, teríamos ficado lá por mais tempo. Também recomendo.

Veja essas menininhas. Durante uma parada no trekking, pego o celular para tirar uma foto da vila tão pitoresca. Elas vem ver como ficou. Resolvo abrir o Boomerang e falo para elas se mexerem. Ficaram encantadas com o vídeo e iniciaram uma série infinita de dancinhas.

Fiz uns 300 boomerangs delas. A memória do celular acabou, mas eu continuei filmando sem salvar, só para elas verem. Rimos juntas por 20 minutos, sem entendermos uma palavra umas das outras.

Quando a guia me chamou para continuarmos o trekking elas correram embora e eu nem sentia mais dor nas pernas, calor, sede, só aquela alegria do momento. Simples assim. Todos os dias.

Mas se você ainda precisa de uma força pra se convencer a fazer uma viagem para o Myanmar, eu diria que o Myanmar é o país que rejuvenesce.

Você está andando na rua e cruza com alguém. Essa pessoa te encara e sorri. Talvez dê um oi ou um tchau. Você sorri de volta, responde, acena. Uma vez, duas, três, dez. Quando vê está andando com o sorriso pronto, para facilitar a vida.

Entramos num templo às 14hs, pico do calor quando não tem viva alma na rua. Não tem ninguém, exceto uma família enorme embaixo de uma árvore, terminando de almoçar. A conversa, até então animada, para um pouco. Todo mundo nos encarou e ficamos sem graça, nos sentindo intrusos. De repente, parece que apertaram um interruptor e começam a se acender sorrisos. Eu sei, ficou meio piegas, mas é e-x-a-t-a-m-e-n-t-e assim. SEMPRE.

Sol e sombra fazem parte de uma viagem para o Myanmar. E os sorrisos também!

Sol e sombra fazem parte de uma viagem para o Myanmar. E os sorrisos também!

Em segundos, você também está sorrindo, está respondendo hellos, mingalabars, byes e se sentindo leve e feliz também, sem nenhuma razão específica. Pode ser a sombra, e dá uma vontade enorme de deitar ali também e esperar o calor passar enquanto sorri, sem pressa.

Você planta sorrisos, colhe sorrisos. E sorrir faz bem para a pele, descansa, relaxa, solta a criança dentro de você, faz você confiar nos outros, traz amigos, enfim, libera uma bondade que está trancada ai no seu coração. Rejuvenesce, acredite. Tantos benefícios e ainda é de graça!

Disse Buddha que se a gente acende uma lâmpada para alguém, a luz também iluminará nosso caminho. Acho que esse ensinamento é muito preciso para definir uma viagem para o Myanmar, onde as luzes dos sorrisos dos outros nos iluminam e passam a refletir de nós.

Sorrisos que vale uma viagem para o Myanmar.

Sorrisos que vale uma viagem para o Myanmar, país que rejuvenesce!

Outra experiência inesquecível na Ásia é dormir num monastério no Butão, leia aqui!

Depois de 1 semana você já mudou sua postura, está sorrindo à toa para qualquer um, esquecendo os problemas que, aliás, depois de ver um monte de coisas por lá, você se dá conta que nem problemas são.

Minta, se quiser, e diga que sua postura é sempre leve e sorridente, mas ainda assim você vai sentir uma mudança na sua energia e estará ainda melhor consigo mesmo e com o mundo.

E querendo ficar.

Vá. Descubra o Myanmar, país maravilhoso, inexplicável. Volte 10 anos mais jovem e cheio de imagens incríveis printadas na sua mente.

E tente deixar em casa todos as suas chatices, suas reclamações sem sentido, suas amarguras. Não estrague essa vibe linda do Myanmar nem dê exemplos de como nós visitantes podemos ser intragáveis às vezes. Assim quem sabe eles continuam tão interessados em sorrir para nós. =D

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Saiba o que esperar de uma viagem para o Myanmar, o país que rejuvenesce!

Saiba o que esperar de uma viagem para o Myanmar, o país que rejuvenesce!

 

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