Monte Koya – Templos Japoneses Famosos
Templos japoneses famosos estão espalhados por todas as cidades turísticas do Japão e pelas não turísticas também. Os templos do Japão são mais do que locais sagrados, são parte importante da construção social e histórica do país, cuja religião anterior ao budismo, o xintoísmo, nem mesmo saiu das fronteiras e ainda mantém uma força impressionante. Entre eles, os templos no Monte Koya e seus monastérios são ainda mais especiais, cheio de mística e lendas.
Dormir num desses monastérios ou templos no Monte Koya é uma das experiências mais interessantes que você pode ter na sua viagem ao Japão e para provar conto aqui minha experiência, como se organizar e o que fazer por lá. Fica por aqui!
Não deixe de ler também: Como tirar o Visto Japonês!
Templo no Monte Koya
Já tinha saído do Templo no Monte Koya há quase 10hs. Estava deitada organizando as fotos, e continuava ouvindo os monges orando na cerimônia matinal: ô xi xi na ma sara va ô lala sêêê ô xi xi na ma sara va ô lala sêêê e dong toca o soninho Etenraku, e repete…
Verdade seja dita: não entendemos nada da cerimônia. Não conhecemos a oração, não dava para ler em japonês e os monges não eram muito de papo. Bom, nem eu sou muito de papo às 6hs da matina.
Mas a questão é que aquela prece, entonada daquele modo específico e repetida sem parar, te coloca numa vibração diferentona. Claro que eles não estavam falando exatamente isso que eu escrevi, mas o som que continuava se repetindo na minha cabeça era mais ou menos esse ai. E é uma sensação boa.
Fomos apenas espectadores da cerimônia do Templo Shojoshin-In, onde nos hospedamos, mas como sempre, a participação está dentro de cada um, e não fora. Aproveitei esse tempo de observação para, a meu modo, fazer minhas preces, meus agradecimentos e ver se, nas ondas daquele mantra, as mensagens chegavam a quem deveriam.
Budismo Shingon, os Antepassados e os Templos Japoneses Famosos
O Koyasan, como é chamado no Japão (mas também é conhecido como Monte Koya ou Mount Koya pelos não japoneses), é um centro monástico, no alto de uma montanha, fundada nos idos dos anos 800 por Kobo Daishi para disseminação do budismo Shingon.
Hoje ainda existem cerca de 150 templos na cidade, todos em funcionamento. Esse estilo de budismo considera que o nirvana pode ser alcançado nessa vida mesmo e que devemos buscá-lo em meditação, oração e no contato com a natureza.
Tem uma pegada levemente esotérica. E isso é tudo o que sei sem entrar em estudos mais aprofundados, mas par mim já fez sentido se reverencia o contato com a natureza e a montanha.
Você pode saber mais sobre as religiões no Japão aqui nesse outro post em que explico um pouco do sincretismo entre o budismo e o xintoísmo.
Lá no alto do Koyasan, fica o Okunoin, que é o mausoléu do Kobo Daishi, onde ele vive seu eterno nirvana segundo dizem os monges. É um dos templos japoneses mais famosos. Em razão dos ensinamentos do budismo Shingon e do caráter do Okunoin, acredita-se que a montanha Koyasan seja um lugar adequado para o descanso eterno.
Em razão dessas crenças, ao longo dos anos os japoneses foram instalando suas sepulturas em frente ao Okunoin. Hoje são quase 2000 sepulturas em quase 2kms de “cemitério”.
Já volto a falar sobre as peculiaridades do lugar, mas contei isso tudo porque lá no Shojoshin-In nos ensinaram que uma vez que você está no Koyasan, você deve honrar seu antepassados e orar pelos entes queridos que se foram. Aproveitei então a cerimônia matinal para dedicar meus pensamentos aos meus parentes que já partiram.
Curiosamente, sem que eu nem soubesse de nada disso até chegar lá, nossa estada caiu em 2 de novembro, dia de finados no Brasil (no Japão o dia dos mortos é em 15 de agosto).
É engraçado. Não me lembro da última vez em que me dediquei à orações nessa data e muito menos quando visitei um cemitério nesse dia, mas esse ano teve tudo e sem nenhuma intenção. Foi até estranho quando me dei conta.
E olha que eu nem tinha muitas expectativas! Enquanto pesquisava sobre o Monte Koya para decidir se incluía ou não no roteiro, descobri gente que amou a experiência e gente que achou budismo para turista ver, por isso fui com a mente preparada para possíveis decepções. Mas o universo é misterioso e com as voltas que ele dá, ninguém sabe mesmo aonde vai chegar… Talvez nós estivéssemos precisando desta ligação.
Para nós a experiência toda foi ótima no Koyasan e ainda fomos abençoados por um dia de sol num céu azul limpíssimo apesar da previsão de chuva. Daqueles que te dizem que você está no lugar certo, no dia certo.
Hospedagem num dos Templos do Japão no Monte Koya
Voltando ao mundo das práticas terrenas, lá em Koyasan todo mundo se hospeda em algum templo e vive essa experiência única.
O Japão tem várias hospedagens de estilo tradicional, chamados de ryokan. Eu acho que visitar o Japão sem passar pelo menos uma noite em um ryokan é um pecado tão grave que a pessoa deve ter uns 10 nos de azar! Existem alguns tipos de ryokan: bem tradicionais em casas antigas de família, modernos, luxuosos e os mais diferentes ainda: minshuku e gasho-zukuri, que são em casas típicas de determinadas regiões e os Shukubos, que são os templos.
Nós decidimos ficar no Shojoshi-In Temple, mas não faltam opções para você escolher, já que cerca de 50 templos recebem turistas. Além dos milhares de peregrinos, o Monte Koya é atualmente uma importante cidade turística do Japão.
Um outro templo que achei bem bacana é o Ekoin. Fiz a pesquisa e a reserva pela Japanese Guest House porque estava pesquisando outros ryokans e experiências únicas para a viagem para o Japão. As vagas são bem limitadas e esgotam rápido, não fique hesitando muito.
Você pode gostar também de ver o que fazer em Hiroshima.
Os Templos do Japão funcionam no mesmo esquema, por .um precito bem salgado você:
- dorme em quartos em estilo japonês com futons no chão,
- compartilha o banheiro com os demais malucos que foram para lá,
- toma banho só entre 16 e 21hs,
- é servido de um jantar e café da manhã de comida vegetariana,
- pode participar de uma cerimônia (que difere em cada templo) logo cedo,
- faz check out até as 10hs e o check-in entre 14 e 17hs.
- o jantar é servido às 17h30 e se você chegar depois das 17hs, simplesmente fica sem comer. E não tem NADA aberto na cidade depois das 19hs. Nadinha.
Apesar deles deixarem claro que não é um hotel e que é uma experiência mais similar à vida dos monges, achei a estrutura do nosso templo ótima.
Primeiro que o quarto estilo japonês é uma lindeza que todo mundo tem que viver pelo menos uma noite no Japão e no nosso templo ainda tinha uma vista para o jardim interno que era demais de tranquilizante. Sem falar nos vários pequenos detalhes que tornam essa noite ainda mais acolhedora, mas que vou deixar para você descobrir lá. ;)
Só te digo que a gente até sente vontade de ser um monge e viver ali.
Eu não tenho essas frescuradas de não poder dividir banheiro, mas se você é mais sensível, saiba que são 3 banheiros para os 3 quartos de cada andar, limpíssimos, com Toto Washlet (a privadinha modernosa do Japão) que fica quentinha e tudo o mais.
Na verdade a gente não fica exatamente no mesmo pavilhão dos monges, então é super tranquilo, nunca nem vi ninguém por lá, apesar de estar lotado e eu ter tomado tanto chá verde que fiz xixi a valer.
Já o banho é num ofurô particular. Digo, é um ôfuro para todas as mulheres e outro para todos os homens, mas cada um usa na sua vez e não todo mundo junto como num onsen (o terror dos homens ocidentais). Antes de entrar no ofurô você deve tomar um banho completíssimo no chuveiro que fica ao lado. E como a água é super mega pelando, cada um só fica uns 15min, então não rola uma muvuca nem fila. Você sai da banheira flutuando de tão mole, é tudo de bom!
Comida do Templo no Monte Koya
A comida é divina, maravilhosa, sensacional. Talvez você leia por ai que é pouca comida, que é esquisito, e que tem que levar um lanchinho para complementar, mas depois esqueça e vá de mente aberta.
Até admito que comi umas coisas totalmente desconhecidas e não tinha para quem perguntar o que era, mas é tudo muito gostoso meeeeesmo. Vem uma pequena porção de cada coisa, mas eu tive que me esforçar para comer tudo, porque embora fosse muita comida para mim, estava tão bom que eu não queria deixar nem um pedaço de nabo para trás.
Isso vai de cada um, né? Mas acho que se você for disposto a experimentar e a gostar (porque as vezes a gente já vai pensando que não vai gostar…) vai ser inesquecível!
Poucas vezes lembro de alguém ter montado uma refeição tão linda para mim. E olha que adoro montar mesa e como muito com os olhos (mais do que com a boca, por isso amei todos os potinhos com pequenas quantidades de cada coisa, hábitos que aprendi com a vovó)!
É um capricho em cada detalhe, uma fartura de opções, uma riqueza de cores e sabores que nunca vi igual. Me senti muito honrada por poder experimentar aquilo tudo, ainda mais numa salinha só para nós, toda japonesa!
Se eu pudesse abraçaria o cozinheiro. Sério, nesse nível de amor. Depois comemos outras refeições similares muito bacanas, mas eu achei a combinação das coisas e o esmero deles em cada potinho simplesmente inesquecível e excepcional.
Ao longo da viagem também fui descobrindo nos mercados e em outras hospedagens o que foram algumas das delícias misteriosas que comi naquele dia. Se quer uma dica, vá para lá logo no começo da viagem para ter essa explosão de novidade, vai tornar sua visita ainda mais especial.
Uma observação: nós ficamos meio com vergonha de ir jantar de yukata, o quimono de ficar em casa que recebemos do Templo. Achamos que era coisa de turista, mas de fato os japoneses usam a yukata nas áreas comuns dos ryokans, que são as hospedagens típicas japonesas como esse templo no Japão. Pode ir sem medo. De manhã não pode ir de yukata na cerimônia, ok?
O café da manhã é um pouco mais modesto e muito mais esquisito, uma vez que é praticamente um almoço japonês (não espere nem um teco de pão nem café), mas servido com o mesmo capricho e com tantas delícias quanto o jantar.
Você pode gostar também de saber sobre o sakê tasting em Takayama!
Se prepare para chá, arroz japonês, muitas modalidades de nabo (algumas muito boas), muitas modalidades deliciosas de tofu, muitos vegetais, feijões, cogumelos, até tempurá de uma folha tinha. E era lindo e gostoso.
Se você está lendo esse post imenso, imagino que esteja interessado nessa experiência no Monte Koya. Então te digo o seguinte: vale a pena demais dormir num templo do Japão.
Chegue cedo no templo, faça check in e não saia mais. Curta seu quarto, seu jardim numa meditação, talvez. Tome um banho japonês e fique leve e relaxado como faz tempo que você não fica, delicie-se demoradamente no banquete, durma cedo e bem no silêncio da montanha, ore com sentimentos na cerimônia matinal, ainda que ninguém te dê explicação nenhuma, e tome seu café diferentão que combina com tudo o que você viveu nas últimas horas.
E se o dia estiver lindo como o que fez para nós, (se não estiver também) dê umas voltas pela cidadezinha.
Cidades Turísticas do Japão: o que visitar em Mont Koya
Nós fomos de um canto a outro a pé e com o ônibus que fica circulando (já que tínhamos o passe livre que já explico abaixo). Passamos pelos templos que estão quase sempre vazios (um milagre no Japão) e visitamos mais calmamente o Garan e o Okunoin.
No Okunoin você deve ter o máximo de respeito, pois é um local muito sagrado para os seguidores do Shingon e tem um ar meio mágico. É realmente um dos templos japoneses famosos mais reverenciados.
Ali você vai ver vários peregrinos que vão andando pelos caminhos sagrados de uma rota de templos budistas e todo o clima é profundamente espiritual. Aproveite para jogar bastante incenso na cabeça (você vai ver lá na porta) e não esqueça que fotos são proibidas depois da ponte.
Já o Garan é um templo no alto de uma colina, que tem uma vista linda.
Por fim, até caminhamos pelo cemitério.
Confesso que eu não gosto desse negócio de visitar cemitério. À noite, depois do jantar, resolvi dar uma olhada na rua para ver como é que estava. Como eu disse, às 20hs não tinha nada aberto, nem viva alma na rua, exceto um ou outro fumante (porque é bem proibido fumar nos templos) e fazia uns 5 graus, mas o começo do caminho até o Okunoin, que era bem do nosso lado, estava todo iluminado com lanternas de pedra.
Não resisti. Chamei o Ga e fomos lá dar uma volta e tirar umas fotos. Voltamos 10 minutos depois bem gelados e morrendo de medo de uns barulhos estranhos. Rá-rá.
De dia o caminho estava lindo, com o sol entrando pelos cedros super antigos e aquele silêncio todo…. mas sério, esse negócio de sepultura é muito esquisitão e lá pelo caminho tem um monte de coisas sinistras, umas pedras proféticas, sei lá. Saímos logo que deu.
Não são milhares de opções de entretenimento nessa cidade turística do Japão, mas vale um meio dia de caminhada bem gostoso, lembrando que você vai levantar umas 6hs da manhã…
Para fechar, almoçamos no Maru Man (778 Koyasan, Koya-cho Itogun, Wakayama-ken) que fica bem pertinho da parada 6 do ônibus, no que podemos chamar de “centrinho”. Comida muito gostosa, preço justo e lá eles servem o sesame tofu. Vai na minha, isso ai é muito bom! Pede sesame tofu sempre que der porque nada no Brasil é parecido com ele.
Como chegar no Monte Koya
Última informação prática: o trem para o Koyasan não é da linha JR, ou seja, não está incluído no JR Rail Pass e deve ser pago à parte. Coloque mais isso na conta pesadinha do templo. E umas 3h30 de viagem.
Anote ai o site do Hyperdia. Nele é possível colocar a estação mais próxima de você e a estação final e eles te dão um roteiro preciso de como chegar, incluindo horários, baldeações, plataforma de chegada e partida de cada trem e preços. Seguindo as dicas deles é facílimo ir e vir de qualquer lugar e organizar bem seus dias de viagem de acordo com os horários dos trens.
Você pode gostar também de ler: onde ficar em Osaka e o que fazer por lá, além dessas dicas de onde comer e beber em Osaka.
Para o Monte Koya você precisará ir até a estação Osaka ou Shin-Osaka, ai sair do JR e pegar a linha Midosuji do metrô até a estação Namba.
De lá vai pegar o trem da Nankai Rail para Koyasan. Ao chegar em Gokurakubashi, que é a estação final, você ainda vai ter que pegar o cable car, que é tipo um elevador, e um ônibus.
Não se preocupe muito, vá dizendo que você vai para Koyasan que o pessoal das estações te coloca no lugar certo e há indicações dos caminhos.
Na hora de pegar o ônibus, já em Koya, eles já te dão um mapa com todas as paradas e principais atrações, te enfiam no ônibus e te indicam exatamente onde fica o seu templo. Organização japonesa, gente, é show (só lembre de levar o nome do templo em japonês também, por precaução).
Nós compramos o Koyasan-World Heritage Ticket que inclui as passagens de trem e cable car de ida e volta e uso ilimitado do ônibus em Koyasan que é válido por 2 dias. Custou em torno de USD 28 por pessoa, mas comprando tudo separado sairia uns 7 dólares a mais.
Viemos de Kyoto, deixamos as malas num locker da estação Shin-Osaka e viajamos só com uma mochilinha com o básico para a noite. Facilita para esse monte de baldeações.
A estação tem 2 lugares para guardar as malas: um automático e um Luggage Storage (um escritório próximo ao balcão de informações). Os preços variam, mas no Luggage era USD 4 por dia por mala e nos lockers eram de USD 4 a 7 dependendo do tamanho do locker. Conseguimos colocar as 2 malas em 1 locker grande, então para nós foi mais econômico deixar lá.
Mais de uma noite num templo no Monte Koya?
Eu não sei se vale a pena ficar mais de uma noite no Mont Koya. Talvez mais uma para viver mais profundamente e não se desgastar tanto com a ida e a volta. Não há muito o que ver na cidade, seria mais numa pegada de relaxamento que sairá um pouco caro.
Nenhum templo custará menos do que USD 70 por pessoa por noite, mas considerando as refeições incluídas que certamente também sairiam por esse preço, é justo.
Eu confesso que no meio do caminho comecei a desconfiar que tamanho rolê em linhas de trem, elevador e ônibus não valeria a pena por uma mísera noite, mas de verdade, não é tão cansativo e nem exige muitas andanças, só o trabalho de ficar mudando de um transporte para outro.
De qualquer forma, tente se lembrar de viajar para o Japão com a menor mala possível, pois vai facilitar muito sua vida nos transportes, que quase sempre não tem bagageiro.
Certamente não vale a pena fazer um bate-e-volta só para visitar a cidade. Dormir no templo é a melhor parte!
Desejo que você também se divirta muito e curta esse lugar tão especial como nós curtimos!
Outra experiência inesquecível foi acordar aos pés da maior montanha do Japão, veja aqui como visitar o Monte Fuji.
Mais um Help para você:
Veja aqui os outros posts sobre o Japão e programe sua viagem!
Não viaje sem seguro! Tudo pode acontecer e estar preparado é um alívio, ainda mais num país caro como o Japão! Veja aqui neste post Seguro Viagem Cobre Doenças, Acidentes e Imprevistos.
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Obrigada Marina e Rodrigo!!! <3
Bru, que delicia ler seu blog e saber como está sendo essa experiência.. as fotos estão lindas e a vontade de viajar enorme..quero mais…Ah, e achei a batata doce um luxo…
Eu amei toda essa história, confesso que me deixei levar e vaijei um pouquinho com vcs! Devem ter vivido momentos incríveis e inesquecíveis, daqueles que transformam nossa vida para sempre!
Ansiosos para os próximos Post, enqto isso fico acompanhando tudo pelo insta!
Obrigado por compartilhar com a gente toda essa linda experiência!