Onde vive o Dalai Lama – Mcleod Ganj na Índia
O vilarejo onde vive o Dalai Lama fica no norte da Índia e se chama Mcleod Ganj, um subúrbio de Dharamsala. Todo turismo na Índia sempre envolve religião, especialmente o hinduísmo e o budismo e a ida do Dalai Lama, que é refugiado do Tibet, atraiu dezenas de pessoas para lá. Hoje podemos dizer que esse é um dos lugares sagrados da Índia e é melhor que o próprio Tibet para se introduzir no budismo tibetano.
Aqui nesse post vou contar um pouco sobre o estabelecimento do Dalai Lama por ali, sobre as lindas montanhas que circundam a vila e que fazem parte da cadeia dos Himalaias e dizer onde ficar, onde comer e como chegar a Mcleod Ganj.
Onde vive Dalai Lama?
Já adiantei que Mcleod Ganj é o vilarejo onde vive o Dalai Lama, a autoridade máxima do budismo tibetano.
Sinceramente, na Índia todo mundo fala que ele vive em Dharamsala, muita gente nem sabia onde era Mcleod Ganj quando perguntávamos. O vilarejo é meio que um bairro de Dharamsala e nem todos conhecem os bairros das outras cidades, né?
Também vi escrito Mcleodganj e Mcleod Ganj e não tenho certeza de qual é o certo. Mas o que importa é que a casa do Dalai Lama desde 1960, onde ele vive como refugiado político. E faço uma breve introdução histórica aqui.
A China, como se sabe, invadiu e anexou o Tibet. Mas a invasão foi gradual, até que os tibetanos passaram a ter certeza de que o Dalai Lama seria preso ou morto e cercaram o Palácio onde ele vivia dispostos a protegê-lo, inclusive com armas.
O Dalai Lama sempre se inspirou em Gandhi e tinha esperanças de entrar num acordo com a China. Ele não queria, como demonstra até hoje, nenhum confronto armado. Ganhou até Nobel da Paz por isso.
Além da determinação do Dalai Lama em manter a paz, ele foi aconselhado expressamente por seu oráculo a se refugiar fora do país e assim foi.
Dalai Lama exilado na Índia
O primeiro ministro indiano à época, Jawaharlal Nehru, foi um político indiano quase tão importante quanto o próprio Gandhi no contexto da independência indiana e, por todo seu histórico, se mostrou muito compreensivo com a situação do Tibet.
Ele não apenas ofereceu asilo aos tibetanos, como possibilitou que o Dalai Lama montasse o governo autônomo do Tibet em Dharamsala, com parlamento, templo, residência oficial e tudo mais, além de permitir a criação de escolas e monastérios para os tibetanos em vários lugares da Índia.
Desde então a China praticamente destruiu o Tibet, prendeu, torturou e matou milhares de tibetanos, reduziu os monastérios à poucas pessoas altamente reprimidas, mas nunca conseguiu domar o espírito tibetano, que continua mais forte que nunca. Já contei tudo sobre o Tibet, clique aqui para ver.
Muitos tibetanos fugiram para a Índia e vivem numa boa com os indianos, o que ficou claro quando estive lá no meio de um importante campeonato de críquete, o esporte nacional da Índia.
Tibetanos tranquilões e indianos agitadíssimos com o jogo que durou DIAS conviviam sem problemas entre si e com os turistas.
Turismo na Índia – O que fazer em Mcleod Ganj (Dharamsala e Dharmakot)
Obviamente, quem visita Mcleod Ganj é atraído pela figura magnética do Dalai Lama, pelo universo tibetano e pelo misticismo dos lugares sagrados do budismo. Mas a vila é realmente bacana por outras coisas também. Os arredores são de lindas montanhas com trilhas, cachoeiras, lagos e neve.
Há vários estúdios de yoga, ayurveda, massagem. Dezenas de restaurantes gostosinhos, lojinhas e feirinhas de artesanato tibetano (nada made in China, claro!). A gente vai passar uns dias e de repente não quer mais ir embora.
A vila é pequena (evite ficar em Dharamsala, que é bem mais agitada) e você deve começar circulando pelas ruazinhas, se ambientando. É daqueles lugares em que cada porta esconde um cantinho interessante.
Lugares naturais
Dos lugares naturais, 3 merecem uma atenção especial:
Bhagsu Falls e Vila
É uma cachoeira pequenina, mas gostosa pela pequena trilha que vai de Mcleod até Bhagsu pelas montanhas.
Também é uma experiência antropológica, pois indianos, tibetanos e turistas se comportam de maneira totalmente diferente nesses lugares. Uns reverenciam a natureza, outros bagunçam, uns nadam, outros lavam roupa…
Se for mulher não aconselho a entrar na água de maiô ou biquini. Os machos piram, não estão acostumados e alguns podem ser inconvenientes. Vá de roupa.
Já a pequena vila tem um templo dedicado à Shiva que vale a pena conhecer. Lá dentro tem uma piscina de “purificação”. Se você tive coragem, pode entrar lá com a galera.
A Patti do Tripping Unicorn também conheceu um templo hindu mucho loco por lá, mas eu não o encontrei. Você entra pela boca de um tigre, sai pela boca de outro bicho, doidera!
Dal Lake e Naddi
Esse lago fica um pouco mais afastado da vila e dizem que é dos lugares sagrados dos Himalaias. O lago é pequeno e dependendo da época fica bem seco, mas o cenário é pitoresco.
Mais para frente do lago tem um lugar chamado Naddi, que dizem ter a melhor vista do pôr-do-sol. Eu gostava mesmo de ver deitada na cama do meu quarto. O sol ia sumindo atrás daqueles picos branquinhos, coisa mais linda!
Triund
Toda a região é cercada de montanhas que chegam a até 7000m. O Triund é um desses picos, mas com cerca de 3000m e acessível por trilha desde Mcleod ou de Dharamkot (aproveite para conhecer esse outro vilarejo riponga).
Eu não fiz a trilha porque estava com amigos portugueses que não eram chegados em caminhadas e essa tem cerca de 10kms. Motivo para voltar!
No mesmo post que indiquei acima em que a Patti fala do templo em Bagshu ela conta como fez a caminhada, que demora cerca de 5h e não precisa de guia.
Existem lodges lá em cima que não custam caro e opções de tea houses no caminho para quem prefere pernoitar.
Se optar por dormir, siga mais um pouco a trilha até o Snow Line, um trecho bem bonito que fica cerca de 1h depois do Triund.
Lugares Sagrados
Dos lugares sagrados em Mcleod, esses 3 considero indispensáveis:
Templo e Complexo Tsuglagkhang
O lugar mais importante de Mcleod Ganj. O templo que foi construído para o Dalai Lama e hoje é um complexo com jardim, biblioteca, um pequeno museu e a casa onde vive o Dalai Lama.
Quando você chega lá tem a clara percepção de que está num lugar muito especial e ao mesmo tempo de uma simplicidade gritante. O templo é pequeno e com pouca ornamentação. A casa onde vive o Dalai Lama poderia ser uma casa qualquer no interior de SP.
Eu visitei o Tibet depois dessa passagem por Mcleod e lá essa percepção ficou ainda mais forte. Embora os budistas e especialmente os tibetanos sejam simples e desapegados, inclusive no interior dos palácios do Dalai Lama no Tibet, ainda assim essas construções em Lhasa são monumentais. Enormes, impactantes, dignas de rei.
Mesmo vivendo de forma tão mais modesta, o Dalai Lama não diminuiu, pelo contrário! Veja aqui mais informações sobre Lhasa e o budismo tibetano, incluindo o que são as prostrações dos peregrinos e o que são e como funcionam os debates.
Foi nesse templo em Mcleod que vi pela primeira vez esses debates que acontecem entre os estudiosos do budismo. Eram muitas pessoas, a maioria monges e monjas, adultos e crianças, mas também pessoas comuns. Lembro que a energia que emana daquele momento foi uma das coisas mais surreais que senti.
De 2 em 2 eles discutem algum tema, normalmente um faz perguntas e contestações e o outro argumenta, pontuando cada fala com uma coreografia e palma de mão. Às vezes o debate fica tão interessante que forma uma rodinha, mas estão sempre todos numa boa, aprendendo acima de tudo a pensar.
Depois, vendo os debates no Tibet, tão mais fechados e sérios, entendi bem melhor a importância do exílio e do trabalho feito pelo Dalai Lama para manter a tradição e os ensinamentos do budismo tibetano. O Tibet está ali em Mcleod com a mesma intensidade com que o Dalai Lama está no Tibet.
No templo, gire as rodas de oração com fé. Peça por você, mas também por eles.
No mundo todo o budismo tibetano é apreciado, o Dalai Lama admirado, mas quem quer brigar com a China, seu vasto exército e cofres cheios? A situação do Tibet é desolante. E ainda assim, eles estão sempre com o sorriso no rosto. O amanhã ainda não chegou, eles dizem. Por que começar a sofrer hoje?
Ah! Você pode ficar plantado lá na frente da casa onde vive o Dalai Lama, mas é mais fácil acompanhar a agenda dele. Ele já tem mais de 80 anos e tem estado mais recluso, mas ainda participa de audiências com o público que são informadas com antecedência pela agenda. Daí é só aparecer!
Namgyal Monastery
É um monastério dentro do complexo onde vive o Dalai Lama. Os exilados reproduziram na Índia os grandes monastérios arrasados no Tibet e milhares de monges reescreveram de cabeça textos sagrados que foram destruídos! Tudo para que as próximas gerações tenham acesso.
Esse é um desses lugares e você pode ver como é o dia a dia dos monges.
Kalachakra Temple
Esse outro templo budista fica bem no centrinho e parece esmagado entre as ruas, mas acredite, ele é bem lindo por dentro e muito visitado por locais.
Conheça, aprenda os mantras e gire todas as rodas de oração junto com os outros! Me senti super em paz aqui.
+St. John In The Wilderness Church
Essa igreja destoa um pouco da vibe budista/hinduista da área, mas como eu disse, turismo na Índia sempre envolve religião e o cristianismo não fica de fora.
A igreja foi construída pelos ingleses no século XIX e resisitiu aos terremotos e à falta de fiéis. É bonita porque é de pedra e no meio do mato, mas também é bem simples e pequena.
Lugares Políticos
Museu Tibetano
Nos dias que passei onde vive o Dalai Lama, li muito sobre a vida e os ensinamentos dele. Mas quando estava no Tibet li um dos livros que mais mexeu comigo: As Montanhas de Buda, de Javier Moro.
Com esse livro você tem uma ideia mais clara do que aconteceu no Tibet, do sofrimento, do tamanho do sacrifício dos refugiados. Eu fiquei tão impactada que mal conseguia seguir viagem pela China!
Recomendo a leitura antes da viagem para Mcleod. Apesar do mal estar que a história traz, toda a sua vivência na cidade vai ser diferente. A Amanda, do Livre Blog, também ficou tão mexida que foi para lá fazer um trabalho voluntário, veja aqui o relato dela.
Depois de ter visitado o Tibet também te aconselho a falar com o máximo de pessoas em Mcleod e aprender tudo o que quiser sobre budismo tibetano, porque lá no Tibet eles mal podem falar sobre isso. É aqui o lugar de liberdade.
Hoje sinto uma vontade imensa de voltar para Mcleod por causa disso. Como ia para o Tibet depois de Mcleod, sinto que deixei passar oportunidades de aprender mais. Lembro de uma noite em que um simpático monge puxou conversa comigo numa loja, me ensinou as palavras tibetanas “Tashi Delek” e que isso significava oi, mas também já era uma benção, um desejo de felicidade.
Achei aquilo tão lindo! Ele me convidou para tomar um chá e conversarmos mais, mas eu tinha combinado de encontrar o Gabriel e meus amigos para jantar e já estava atrasada. Sem ter como avisá-los, achei melhor deixar o monge.
Devia tanto ter levado o monge junto! Ele estava louco para falar e eu para ouvir e no Tibet, os monges são tão monitorados que até evitam falar com os visitantes.
Você vai entender muito do que estou querendo dizer lá no museu tibetano do complexo principal. Impossível não deixar escapar umas lágrimas, que depois deixei rolarem mais ainda em Lhasa… Não pule essa visita!
Centro Admistrativo do Tibet no Exílio
Para terminar, vá até a parte de baixo da vila, onde fica a Central Tibetan Administration. É um bairro todo em arquitetura tibetana com todos os órgãos do Governo no Exílio: Parlamento, departamentos diversos, biblioteca, entre outros.
Uma pessoa me disse que achou tudo super precário, mas se pensarmos em ter tudo isso e nem mesmo conseguir reconhecimento internacional, achei até grandioso. É um esforço tremendo dos tibetanos para manter acesa a a chama da independência.
Melhor Época e Quanto Tempo Ficar em Mcleod Ganj
Entre junho e setembro é época de monções e a chuva pode te impedir de curtir. Entre outubro e março é inverno e dizem que faz bastante frio, mas se você gosta ou não se importa com a neve, dá para visitar.
Já o verão, de abril a junho, é bem mais fresco que em outras áreas da Índia e, por isso mesmo, fica cheio. Fui em março e achei bem gostoso. De dia fazia um calorzinho e a noite ficava perfeita para debaixo das cobertas!
Eu fiquei 3 dias, mas gostaria de ter ficado mais. Considero 4 dias melhor, mas se tiver mais tempo para entrar no clima tranquilo, descansar e fazer uma yoga, melhor ainda!
Onde ficar em Mcleod Ganj
Nossos amigos portugueses encontraram um hotel familiar tibetano com ótimo custo-benefício que recomendo demais, o 8 Auspicious.
Ficamos no quarto mais simples, mas mesmo assim, era ótimo e bem aquecido. Super limpo, com ótima cama, bom banheiro e uma varandinha com vista linda das montanhas. Todos eram super atenciosos.
Fica no centrinho de Mcleod e fizemos tudo a pé a partir de lá, o que foi muito prático. A comida no hotel também era gostosinha, mas para o café da manhã restaurantes próximos eram melhores (nossa diária não incluía café, mas há essa opção).
Uma opção similar é o Hosteller, que também tem quartos coletivos. E na área de Dharamkot, fica o La Vaca India, também muito bem recomendado.
Se quiser um hotel mais confortável e também num lugar mais tranquilo, uma boa opção é o Norbu House, que fica no caminho de Bangshu, com bela vista das montanhas.
Yoga, Meditação e Estudos do Budismo
Você pode se aventurar pelo budismo e meditação nos monastérios da cidade. Em geral eles são abertos à participações, tem cursos e são gratuitos ou esperam uma doação voluntária de quanto você puder. Lembre-se que no Tibet atual eles não podem fazer essas coisas, então aqui aproveitam para propagar o conhecimento.
Vários centros e estúdios também tem aulas e retiros de yoga, meditação e ayurveda, entre outros cursos holísticos.
Eu gosto dos sites Book Yoga Retreats e do Book Meditation Retreats para reservar esse tipo de coisa, porque tem várias opções com tudo muito detalhado e comentários de quem fez que ajudam bastante a acertar o que mais combina com você.
Não tive tempo de reservar aqui em Mcleod, mas contei sobre meu retiro de yoga na Tailândia aqui nesse post. Fiz pelo Book Yoga Retreats e foi fantástico, então recomendo para cá sem medo.
Onde Comer em Mcleod Ganj
Existem vários restaurantes especializados em delícias tibetanas, dos quais o momo, um tipo de dumpling cozido no vapor é o mais famoso. Tem várias barracas de momo nas ruas. Não pense muito na higiene, porque dentro dos restaurantes é feito exatamente da mesma forma. Vá na sorte!
Comi horrores e nunca passei mal. Como a maioria dos tibetanos é vegetariano e quase nada é servido cru, em geral dá para comer sem grandes erros.
A comida tibetana é bem mais suave que a indiana e foi até um alívio pro paladar depois de tantos dias comendo pimenta até sair pelo olho. Experimente o Thenthuk e a Thukpa, sopinhas com macarrão e legumes, sempre muito bons e ótimos para as noites frias.
Tudo é muito baratinho, comíamos em 2 com cerca de USD5 e além das barracas de rua recomendo esses restaurantes que eu e meus amigos adoramos: Cafe Brothers, Butao (super mega bem servido), Cafe Peace (ótima Thukpa), Snow Lion Cafe (amamos, fomos mais de uma vez para café da manhã e jantar) e o Nicks Italian, porque o cheiro nos alcançou na rua e não resistimos.
Mas existem opções de restaurantes de todo tipo: indiano, pizzas, panquecas, veganos.
Como chegar a Mcleod Ganj
Macleod Ganj fica bem lá em cima, no norte da Índia, mais ou menos entre as fronteiras da Índia com o Paquistão e o Tibet e próximo também do Nepal.
Como chegar a Mcleod Ganj de Avião
Se você não estiver viajando pelo norte da Índia, a melhor forma de chegar a Mcleod Ganj é de avião. Há vários vôos diários para Dharamsala, a cidade mais próxima. A Índia tem algumas boas companhias como a Spice Jet e as passagens são acessíveis.
De Délhi há 4 vôos diários que duram pouco mais de 1h e custam em torno de USD100 ida e volta.
Se você estiver em outras regiões mais ao sul de Délhi eu realmente só recomendo voar por causa da distância.
Como chegar a Mcleod Ganj de Carro
Partindo de Délhi também é possível ir de carro. São cerca de 480kms, mas a viagem dura umas 10hs porque a estrada é bem montanhosa e esburacada.
É comum na Índia viajar em táxis, mas vai sair caro se você estiver sozinho ou em 2, provavelmente uns USD 100 por pessoa cada trecho. Nesse caso você provavelmente vai pagar mais barato no vôo se comprar com antecedência.
Como chegar a Mcleod de Trem ou Ônibus
A outra opção mais comum é ir de trem, que também é mais barata, mesmo na primeira classe. A viagem vai durar entre 11hs e 15hs, mas o céu é o limite para o tempo de viagem de trem na Índia. Aqui nesse post do 360meridianos tem uma explicação bem detalhada sobre as classes e como comprar o bilhete.
Sugiro fortemente que você compre pelo menos a segunda classe, que tem ar condicionado e menos camas por cabine, porque na classe mais econômica faz muito calor, muito frio, muito barulho, e tem muito vuco vuco. Embora seja uma super experiência antropológica, para viagens longas é bem cansativo.
Também sugiro muito que, mesmo sendo um mochileiro e esteja viajando conforme o vento, tente comprar as passagens com antecedência. Os trens estão sempre lotados e você vai acabar com os piores lugares ou sem lugar nenhum, como aconteceu comigo algumas vezes.
A estação mais próxima de Mcleod fica em Panthakot, que ainda está 90kms de distância. De lá é preciso pegar um táxi ou um ônibus + táxi. Veja abaixo meu trajeto.
Ônibus também fazem o trajeto até Mcleod, mas você precisa escolher com cuidado, porque muitos são mega lotados e caindo aos pedaços e outros na verdade são vans que vão à 200kms por hora. O pessoal do Casal Wanderlust fez o trecho Delhi-Dharamsala de ônibus e gostou, veja aqui nesse post.
Como chegar a Mcleod Ganj a partir de Amritsar
Fiz o trajeto de Amritsar para Mcleod de trem, tuk tuk, ônibus e táxi. Peguei o trem até Pathankot que durou 2h30 e custou USD1 por pessoa. Como essa viagem é curta, o trem é como um trem urbano, mas achei bem ok.
Chegando lá podíamos ter pego um táxi direto, que custaria USD25 por pessoa, mas optamos por seguir de ônibus. O ponto de ônibus fica um pouquinho longe, então saímos e pegamos um tuk tuk (uma motinha coberta) na frente da estação até a rodoviária. Custou USD0,50 e durou 2 min. De lá pegamos o busão para Dharamsala.
O ônibus também é tranquilo, embora mega lotado. As mulheres sempre sentam meio juntas nos transportes públicos da Índia e todas queriam sentar no meu banco nesse ônibus. O banco era para 2 e já tinha 2: o Gabriel e eu, mas e daí né? Elas simplesmente vinham com a buzanfa e me empurravam pro lado…Rá-rá! Olha, a gente vive umas coisas estranhas na Índia, mas se diverte! Custou USD 2 por pessoa e a viagem durou 2h.
Se você for seguir meus passos, dica importante: conforme vai chegando em Dharamsala o ônibus vai fazendo algumas paradas e vai subindo a montanha. Quando chega num lugar que parece uma rodoviária, ainda não é, mas desce todo mundo porque é o ponto mais alto e é aqui que ficam os táxis esperando passageiros para Mcleod Ganj.
A rodoviária fica uns 500ms depois, porém para baixo. Se você continua no ônibus, tem que subir de volta à pé, o que é desagradável de malas, garanto. O táxi dali para Mcleod custa USD3, não importa quantas pessoas estejam nele, e demora mais uns 15min curvas acima.
Apesar da quantidade de transporte, a viagem durou uma manhã e não teve sofrimento com super lotação (apesar das amigas de banco que foram mais motivo de surpresa e risadas), sujeira ou atrasos. Achei bem tranquilo e muito barato. Mas se você preferir conforto, siga de táxi ou em ônibus turístico, que custa cerca de USD15 e demora umas 6hs.
De lá eu segui para Haridwar com os amigos tugas, então fomos de táxi até Chandighar, que custou cerca de USD10 por pessoa e foi outra aventura que é melhor nem contar…rá-rá. Depois ainda pegamos um ônibus horrível. Sério, compre os tickets de trem com antecedência!
Ao norte de Mcleod Ganj
Basicamente, mais ao norte dessa região é praticamente só montanhas de difícil acesso, embora tenha lugares maravilhosos para visitar também, como Leh e Chang La, de onde se tem acesso ao lago Pangong Tso, na fronteira com o Tibet e considerado um dos lugares sagrados entre os tibetanos, que aqui também são numerosos.
O lago é alvo de disputas entre os países por razões de fronteira, mas também porque faz parte de uma importante bacia do plateau tibetano que não tem ligações com os rios mais importantes da área. Bom, mas essa é uma outra história, já contei um pouco sobre a questão da água no plateau aqui nesse post sobre o interior do Tibet.
Tem que seguir de ônibus ou táxi e vai demorar bastante. Como aqui embora seja Ladakh é fronteira com a Kashemira, região sempre em meio à conflitos e tensão, você deve avaliar bem as condições na época da sua viagem para ver se é seguro.
Você vai gostar também de ler sobre o Holi Festival, o festival das cores na Índia.
Mais um help para planejar sua viagem:
Não viaje sem seguro! Tudo pode acontecer e estar preparado é um alívio, como já expliquei aqui neste post Seguro Viagem Cobre Doenças, Acidentes e Imprevistos.
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Que post maravilhoso. A Índia é um lugar especial e você contou de uma maneira inspiradora. Parabéns e obrigada por compartilhar.
Beijos
Teria sido demais mesmo, Fernanda! Mas ainda volto!
Obrigada pelo carinho, Carolina! Realmente conhecer a história e onde vive o Dalai Lama é muito especial!
Uau! Putz que bacana visitar tudo isso, quanta história. Eu não sabia nada sobre o exilo do Dalai Lama, amei ler sobre a simplicidade das casas, da vida, precisamos ser assim, mais simples… enfim, amei o post, obrigada!
Uau! Que incrível deve ter sido conhecer o local onde vive o Dalai Lima. Me emocionei lendo esse post. E que pena que não deu certo tomar o chá com o monge. Imagino que teria sido uma experiência única.
Oi Silvia, que bom que te inspirei um pouco! O verão é bem gostoso em Mcleod Ganj porque não faz aquele calorão comum da Índia por ser uma região montanhosa, mas por isso mesmo fica bem lotado. Se der para ir na primavera, um pouco antes do verão ou mesmo um pouco depois, a temperatura continua agradável, mas com bem menos visitantes.
Olha, Luciana, dá uma tristeza, porque os tibetanos tem verdadeira paixão pelo seu país e muitos deles simplesmente não podem mais voltar.
Pois é. Vc fez uma pergunta crucial: quem tem coragem/vontade de brigar com a China? Realmente uma realidade muito complexa.
Que delícia de post, Bruna. Viajei com você e me senti em paz entre as ruas do vilarejo onde vive o Dalai Lama. A descrição sobre a simplicidade das casas me encantou! Só fiquei em dúvida quanto à melhor época a visitar: mencionou no verão, mas entre abril e junho. Fiquei confusa…
No mais, inclui a região na minha lista de desejos. Com certeza, uma viagem única e cheia de significados!