Barcelos
Estava eu um dia assistindo ao programa “No Caminho” da GNT quando eles passaram por Barcelos, em Portugal. Era uma das paradas do Caminho de Santiago de Compostela.
Não dei a menor atenção ao Caminho de Santiago, mas não conseguia tirar os olhos das oficinas de artesãos que a apresentadora visitou. Ela até pintou um galinho!
Eu já sabia que iria ao Porto e coloquei a cidade na lista de lugares que eu tinha que conhecer. Adoro artesanato, adoro cerâmica, precisava pintar meu galinho, o qual, devo dizer, nunca apreciei muito.
Fiquei então muito feliz quando descobri que Barcelos ficava a 30 minutinhos do Porto e um dia acordei, fui até a estação Campanhã e peguei um trem para lá. Custou algo como 4 euros e a estação de Barcelos fica a uma curta caminhada do centro histórico, uma moleza.
Bom, antes de mais nada, já que menosprezei Santiago de Compostela, devo dizer que Barcelos fica na rota portuguesa do Caminho, coisa que pouca gente sabe que existe (eu não sabia). Na verdade, muita gente nem sabe que existe mais de um Caminho (eu não sabia e acho esquisito chamar de Caminho se são Caminhos…), mas existe um francês, um espanhol e um português, cada um com kilometragens e rotas diferentes, mas todos desembarcando na cidade de Santiago de Compostela que fica ali, coladinha com o norte de Portugal e para onde também há trens diretos, para quem interessar possa.
Se quiser maiores informações sobre o Caminho, ou sobre artesanato, ou sobre os pontos turísticos, ou sobre qualquer outra coisa, vá até o Largo Dr. José Novais, onde fica o Centro de Informações Turísticas e entre na portinha ao lado, na Associação de Artesãos Galo .
Não é que você não deva entrar no Centro de Informações Turísticas. Entre, pegue um mapa, visite as exposições e a lojinha, há sempre muita coisa boa. Mas não espere nada mais do que isso. Quer dizer, se você for oficialmente um peregrino, é lá também que você deverá pegar o seu carimbo diário, que serve para te identificar como peregrino a pé (que tem prioridade nas acomodações), a cavalo ou de bicicleta e te dar acesso à albergues com desconto e às estalajens. Fiquei surpresa com essa burocracia para ser um peregrino de Santiago e duvido que Ele faça questão disso, já que é uma coisa espiritual, uma busca interior, creio eu, mas se você esquecer um carimbinho sequer na sua “Credencial Oficial do Peregrino” já te dá a maior dor de cabeça para obter a Compostela no final.
Já na portinha ao lado… Meus queridos, o senhor que trabalha lá, cujo nome por nada desse mundo consigo lembrar (me desculpe!), é de uma simpatia muito além do normal. Saí de lá com um galinho mega espalhafatoso (!!!), informações sobre os lugares que deveria visitar, sobre a história da cidade e um convite para participar de uma caminhada pela parte do Caminho que fica na cidade seguida de sessão de yoga e almoço coletivo. Fiquei chateadíssima por não poder ir, mas tive prova bem no dia…
Também fiquei sabendo que os ateliês dos artesãos que eu queria taaanto visitar ficavam mega longe. Barcelos é a cidade com a maior quantidade de Concelhos de Portugal, o que significa que há uma região enooorme em torno da cidade que ainda é a cidade, embora seja longe, muitas vezes rural e acessível somente de carro, o que eu não tinha naquele dia e pegar um táxi para pagar em euro enquanto pintava um galinho não era assim muito boa idéia.
De qualquer forma, ele me disse que era melhor ligar antes e ver se os artesãos estavam e se estavam dispostos a receber visitas antes de aparecer, mas me deixou com indicações e explicações sobre os diferentes trabalhos, coisas que os reles mortais como eu não percebem só de olhar. Tudo parece incrivelmente mais maravilhoso depois disso.
Já que não dava para ver os artesãos nem fazer coraçõezinhos no meu galinho, sai com um pronto e com o livrinho com a história do galinho (que cantou mesmo depois de assado para salvar a vida de um peregrino de Santiago injustamente condenado à morte por roubo) e segui as indicações dos locais que deveria visitar. Até então, eu só pensava no artesanato e nem sabia que existia algo mais na cidade.
E há. Além de galos gigantes nos mais exóticos lugares, há pelo menos uma meia dúzia de lugares para serem visitados, todos a uma breve caminhada de distância.
Eu cheguei lá por volta das 13hs e achei que era feriado ou que a cidade era meio vazia e até umas 15hs o clima era mesmo de sesta, quando de repente todo mundo saiu às ruas, as lojas abriram, os cafés encheram.Fica a dica…
Se você tiver vindo da estação de trem já terá passado pela Avenida da Liberdade e chegado ao Largo da Porta Nova , onde ficam o Chafariz, a Igreja do Bom Jesus, a Porta Nova e o Jardim das Barrocas . Este jardim é parada obrigatória, em estilo rococó, super bonito.
Dali do Largo, você pega a Rua Direita ou Rua D. Antonio Afonso , cheia de lojinhas e toda agitada (depois da sesta) e vai passar pelo Teatro Gil Vicente, pelo Largo do Apoio, de estilo medieval e vai descer pela Rua Santa Casa da Misericórdia.
Ali no fim da rua estarão o Solar dos Pinheiros , o Pelourinho , a Matriz , o Museu Arqueológico e a Ponte Medieval que leva à Barcelinhos. Se não houver tempo para mais nada, pelo menos dê um passeio pela ponte, que tem um visual super gracioso, tranquilo, muito propício para um descanso nas margens do Rio Cávado e pare no Museu Arqueológico.
Eu fiquei impressionadíssima. Foi a primeira vez que vi um Museu Arqueológico a céu aberto e, embora depois tenha visto o do Carmo, lá em Lisboa, ainda acho que o de Barcelos é absurdamente legal.
Eu vi no mapa e fiquei procurando um museu todo arrumadinho, mas era aquele meio engraçado, que não tinha teto, não tinha porta. Você entra e parece que viajou no tempo ou está dentro de um filme do Indiana Jones, sei lá. Além da vista, há túmulos, mesas, uma pedra que representa a história do galinho, mas é o clima que te deixa assim: imerso. Eu estava sozinha, ninguém entrou ali quando estive lá e o sol fazia umas sombras meio sugestivas, então achei que fosse isso. Depois estive lá acompanhada e com chuva e a sensação foi exatamente a mesma. Amei.
Ali atrás da Matriz fica o também excelente Museu da Olaria e a Câmara Municipal , onde eventualmente também ocorrem boas exposições.
Um dia é suficiente, mas se quiser dormir em Barcelos, o Hotel Bagoeira, na Av. Dr. Sidônio Pais, 495 é bem central e não é muito caro. Em volta da Porta Nova há dezenas de cafés e restaurantes para abastecer ou apenas apreciar o movimento.
Como eu não tinha desistido, voltei em outra ocasião à cidade, depois de visitar Guimarães, que fica ali do ladinho, de carro. Parei lá no Galo e não é que já conheci logo 2 artesãos, uma com mais de 100 anos e outro que faz um trabalho completamente diferente, com barro e ervas??? Esse último até me levaria ao ateliê para conhecer, mas o resto da minha trupe não quis. Frustada, os levei na chuva para o tour que eu já tinha feito, mas fiz eles rodarem um bocado atrás de um santo que eu tinha visto na primeira visita e queria comprar. Também não achei. Forças ocultas trabalhando para que eu ainda volte…
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