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Viagem para o Butão – Roteiros

Acho difícil descrever o que é uma viagem para o Butão. Costumo dizer que é como se você tivesse viajado para outro planeta, onde humanos vivem num ritmo que não existe mais na terra, em meio à natureza e à um senso de comunidade que é só deles.

Organizar uma viagem para o Butão é relativamente simples, pois o país é pequeno e a maioria dos lugares mais conhecidos ficam em Paro e ao redor de Thimpu,  cidades bem próximas e com melhor estrutura, mas se você atravessar o mundo para visitar esse exótico cantinho e ficar só nisso, sinto que perderá um pouco da própria essência do país. Foi por isso e depois de pesquisar um pouco que decidi visitar alguns lugares menos explorados ainda!

Uma viagem para o Butão tem muitas nuances e impacta cada pessoa de forma diferente. Por isso vou deixar aqui o roteiro que eu fiz e algumas variações possíveis para quem tem mais e menos dias. Espero que te ajude a montar sua própria jornada para conhecer o Butão. Vem comigo!

Ninguém ficará com falta de bençãos e orações na viagem para o Butão! Não importa qual roteiro escolhido, sempre haverá bandeirinhas!

Viagem para o Butão – Roteiro de 8 dias

Vou começar pelo roteiro que eu fiz e que amei de todo o meu coração. Fui com a agência Firefox Tours já que no Butão não existe turismo independente como já contei nesse post em que detalhei como fazer para conhecer o Butão. Só tenho elogios para essa agência, mas se quiser um atendimento aqui no Brasil, fale com a Amanda da Gamboa no email gamboa@gamboaviagens.com.br que ela vai te ajudar com tudo.

Com 8 dias para visitar o país, que considero um período ótimo, nem de mais nem de menos, dá para fazer algumas variações de roteiro e até um trekking. Como fui para lá logo depois de fazer o trekking para o Everest Base Camp, que expliquei aqui no blog em vários posts que você pode ler clicando ali no Everest, optei por um passeio mais cultural. Também aproveitei para mergulhar um pouco mais no budismo, a religião oficial do país e ainda muito pura.

Escolhi o roteiro “Pristine Bhutan” da Firefox, mas o Michel (quem me atendeu na Firefox) foi tão atencioso, que fizemos algumas modificações no trajeto para pegarmos um festival e dormirmos num monastério, ambos indicados por ele. Essas alterações foram possíveis porque nossas datas não encaixaram em nenhum outro grupo, então pudemos fazer tudo o que quisemos (mas pagamos mais, claro).

Imagens de um dos monastérios que visitamos na nossa viagem para o Butão. Divino!

Meu roteiro de 8 dias teve parada em Paro – Thimpu – Wangdue – Gasa – Khotoka Village – Paro e a ordem foi determinada pelas distâncias e pela data do festival em Gasa. O dia a dia foi assim:

Dia 1: Paro – Thimpu

Chegada em Paro, onde fica o aeroporto, fomos recebidos pelo guia e motorista e seguimos viagem para Thimpu, a capital do Butão. Cerca de 1h30 de viagem por uma estrada linda. Além de visitar o semáforo humano (não existem semáforos no Butão!!!), o centrinho e o prédio dos Correios onde você pode estampar seu próprio selo ou comprar um selo real, visitamos uma ponte sagrada de séculos passados e a Memorial Chorten, uma estupa meio simples, mas muito importante, que está sempre repleta de peregrinos de todo o país.

Dormimos num quarto gigantesco e super confortável no White Tara Hotel. Achei o hotel muito aconchegante e nos serviram um jantar excepcionalmente bom. Sério, não paravam de trazer potinhos de comida, algumas locais, outras ocidentais, e estava tudo maravilhoso com aquele gostinho de casa!!! Aproveitamos o banquete, pedimos um drink e comemoramos nosso aniversário de casamento super felizes.

Dia 2: Thimpu – Wangdue

Nesse dia fizemos uma visita à faculdade de artes, que é bem interessante e um ótimo lugar para comprar algo beeem butanês e ao templo Changankha lhakhang. Depois fomos ao ao Khamsum Yulley Namgyal Chorten um templo no alto de morro e com uma vista linda. Na volta, podíamos ter descido de rafting até o Punakha Dzong, mas como era um extra e estava frio, não fomos.

Em Thimpu existem algumas opções de passeios, especialmente se no seu roteiro fizer apenas Paro e Thimpu. Você pode ver ou treinar arco e flecha, o esporte nacional do Butão e que não tem nada a ver com qualquer coisa que você já tenha visto, ir até o Takin Enclusure, uma reserva de proteção ao Takin, um animal que você também só vê por lá ou ir até o Dochu-la Pass, um “passo” entre montanhas com mais de 3000 metros de altitude e uma vista linda das cordilheiras (se o dia estiver bom) mais as centenas de estupas do local. 

Nós seguimos viagem para Wangdue, uma cidade pórxima a Punakha via Dochu-la Pass. Dormimos numa pousada familiar num lugar totalmente bucólico, ao pé das montanhas. Mais uma vez, o quarto, todo de madeira, emanava conforto e a comidinha caseira era ótima.

Memorial Chorten em Thimpu. Uma das paradas obrigatórias em uma viagem para o Butão.

Alunos da faculdade de artes do Butão, o país da felicidade.

Dia 3: Wangdue – Gasa (Dia excepcionalmente bom)

Saímos cedo passando rapidamente pelo Punakha Dzong, um mercadinho local (por nossa conta, para comprar umas frutas) e seguimos viagem para Gasa. Foi uma viagem um pouco longa, mas muito, muito bonita mesmo, porque Gasa é uma pequena vila bem no meio das montanhas.

No caminho, paramos para fazer um pic nic porque não tem quase nada nessa rota e a vista é linda. Estivemos lá durante o Menlam Tshenmo Festival (em maio), um evento budista que movimentava toda a região. Participar dessa festa foi uma das coisas mais legais da nossa viagem ao Butão. Dormimos em uma fazenda com uma família local.

Saiba mais sobre essa experiência na fazenda e no festival budista.

Foi tudo muito simples e com pouco conforto, mas foi daquelas experiências de levar para a vida. Fantástico. E a comida era simplesmente di-vi-na, quase não saímos mais de lá só para ficar comendo. No fim da tarde visitamos as piscinas de águas termais da cidade, um clássico bem peculiar de uma viagem para o Butão!

Dia 4: Gasa – Wangdue

Fizemos uma rápida visita ao festival de Gasa e depois seguimos até o Chhimmy Lhakhang Temple. Paramos no vilarejo muito exótico do templo onde almoçamos num restaurante com uma vista lindíssima para as plantações e depois fomos conhecer a história e o templo do “Divine Madman” que, acredite, é muito louca! Tem uma pequena subida até lá, mas é tranquilo. Voltamos para Wangdue para passar a noite e à tarde visitamos o Punakha Dzong, um templo imenso e maravilhoso!

Festival em Gasa, uma experiência incrível na nossa viagem para o Butão.

Punakha Dzong, um prédio ainda mais lindo na primavera do Butão.

Dia 5: Wangdue – Khotokha Village (Dia excepcionalmente bom)

Saímos cedo novamente, dessa vez com um carro mais “bruto”, uma caminhonete 4×4 totalmente necessária para a jornada de 5hs, boa parte em estrada de terra sinuosa e esburacada, até o Khotokha Village. É uma vila longíqua, lar do Rinchenling Monastery, onde fomos recebidos por 600 monges, conhecemos a vila, participamos dos rituais, meditamos e passamos a noite.

Saiba mais sobre essa experiência inesquecível no monastério.

Apesar de simples, o monastério tem acomodações bem ok e a comida, mais uma vez, era dos Deuses! Esse é um lugar bem fora dos roteiros, sem turistas (que já são poucos no Butão) e só foi incluído no nosso roteiro porque pedimos uma experiência com meditação budista. Foi outro ponto alto da nossa viagem!

Dia 6: Khotokha Village – Paro

Passeamos mais um pouco pelo monastério e retornamos à Paro com parada no templo do Buda gigante. Como a viagem foi longa, liberamos o guia e motorista e aproveitamos para explorar a cidade sozinhos, visitando as lojinhas, comprando lembrancinhas e tomando café com um pôr-do-sol que só cidades sem poluição tem. Nosso hotel em Paro era confortável, mas não tão legal quanto os que ficamos em Thimpu e Wengdue. De qualquer forma, era bom e a comida, gostosa.

O Richeling Monastery onde passamos um dos dias mais legais da nossa viagem para o Butão.

Tiger’s Nest Temple logo de manhã, ainda cheio de névoas. Daqueles dias que nunca vamos esquecer.

Dia 7:  Paro (Dia excepcionalmente bom)

Pela manhã, trekking de 1h30 até o Tiger`s Nest (Taktsang Gomba) o templo que é o cartão postal do país e o highlight de qualquer visita ao Butão! Foi outro ponto alto da nossa viagem, amamos! Almoçamos num restaurante  delicioso e com uma vista linda bem ao pé das montanhas, na volta do trekking. À tarde visita ao Museu Nacional, que é bem interessante, e ao Templo Rinpung (Rinpung ou Paro Dzong).

Dia 8: Paro

Passeamos mais um pouco pela cidade pela manhã e voltamos para Kathmandu.

Viagem para o Butão – Roteiro de 4, 5 ou 6 dias

Será bem complicado conhecer o Butão num período de tempo tão curto, mas sem dúvida você pode ter uma ideia do que é o “país da felicidade” e certamente é suficiente para visitar os monastérios e templos mais famosos e com séculos de história. O período mínimo que fará valer a pena se deslocar até lá é 4 dias. Provavelmente em uma visita combinada à Índia, Nepal ou algum outro país asiático. Um roteiro de 4 dias só vai permitir as visitas à Paro e Thimpu que mencionei acima nos dias 1, 2, 6 e 7.

Conheça as 10 Atrações Imperdíveis do Butão

A paz das montanhas do Butão! Esse é mesmo o país da felicidade!

Com um ou dois dias a mais no seu roteiro você vai fazer tudo o que está incluso no roteiro de 4 dias, mas no(s) dia(s) extra poderá explorar outras atividades de Thimpu ou curtir melhor o Punakha Dzong ou incluir uma noite numa fazenda em Haa ou em Phobijka.

Se não te interessar dormir numa fazenda, seja por ter menos conforto ou para compensar tudo o que você gastou, não deixe de pelo menos fazer uma visita e ter um almoço ou jantar por lá. É ali que você vai conhecer o Butão de verdade. As fazendas servem comidas plantadas por eles ou na região. Tudo orgânico, tudo é feito na hora, enquanto você conversa em volta do fogão que serve também para aquecer o ambiente. Numa comparação bem tosca, é como ir à Minas Gerais e só comer em restaurantes chiquetosos, deixando de experimentar uma comida de fazenda, de boteco ou de restaurante da vovó. Entenda que os restaurantes para turistas são “adaptados” para os paladares inexperientes dos turistas, o que em outras palavras significa que fica tudo meio igual e meio ocidental. Mas nas fazendas a gastronomia local rola livre, leve e solta ou seja, muito melhor.

Surpreendentemente, o Butão tem uns queijos sensacionais. Aqui nesse post do Roads and Kingdoms eles nos contam que uma região do Butão chamado Bumthang é considerada uma mini Suiça, graças à produção de queijo. Deve ser exagero (não fui lá pra ver), mas que o queijo é bom, é bom. Trouxemos até receitas.

Detalhes da arquitetura que você vai ver em uma viagem para o Butão.

Enfim, Haa é uma região muito bonita com um templo que é considerado o segundo Tiger’s Nest, deve valer bem a pena a viagem.

É possível visitar o leste do Butão,  mas nesse caso você teria que começar a viagem na Índia e seguir por terra. Considero esse roteiro bem cansativo e afastado. E não inclui o Tiger’s Nest. Você precisaria de ao menos 5 dias e poderia incluir a noite em uma fazenda também.

Em qualquer dos casos você pode trocar alguns passeios por outros como aulas de dança, um rolê de bicicleta, uma cerimônia de casamento típica, bird watching, passeio de helicóptero, hikings ou trekkings de curta duração.

Viagem para o Butão – Roteiro com Trekking

Além de toda a parte cultural que indiquei acima, o Butão tem várias opções de trekking, uma mais legal que a outra. As paisagens são completamente incríveis e os níveis de dificuldade, variados.

O Bumdrak é um trekking curto, que pode ter em 4 e 6 dias e termina no Tiger`s Nest, achei uma mão na roda! Já com um pouco mais de tempo, você pode fazer o trekking de 8 dias para o Jomolhari ou para o Druk Path e em 11 dias pode ir até Masagang Base Camp ou o Jomolhari Lingshi.

Todos esses são considerados de dificuldade moderada, do que concluo que qualquer pessoa que não seja totalmente sedentária ou tenha um problema de saúde grave pode fazer. Você vai ter toda a estrutura organizada pela agência ou seja, zero preocupação. Existem outras opções a partir de 15 dias que são para montanhistas mais experientes.

Como eu disse, não fiz nenhum trekking, mas conhecemos em Gasa 2 senhorinhas que voltavam do trekking até o Masagang Base Camp e elas estavam encantadas. Fiquei com vontade, vou ter que voltar. Acho que vale super a pena para quem gosta.

Na trilha para o Tiger’s Nest Temple você já tem uma ideia do que é a paisagem dos trekkings no Butão.

Viagem para o Butão com Muito Luxo

Esse meu roteiro é considerado uma versão simples de um pacote para o Butão, mas existem opções para todos os bolsos. O Amankora é uma rede de hotéis do Butão simplesmente fantástico. Super mega luxo.

Você pode fechar um pacote todo com eles, porque eles tem unidades em Paaro, Thimpu, Punakha, Bumthang e Gangtey, os lugares mais visitados e incluem todas as refeições e transportes (como todos os outros pacotes). Os resorts tem tudo para você se sentir no céu, são lindos de morrer, cheios de exclusividades, massagens e vistas magníficas para quem é desses. Aqui nesse post da Claudia do Viajar pelo Mundo, você pode ter uma ideia de como funciona a viagem com eles.

Eu, na minha ingenuidade, fiz uma cotação com eles porque se o valor mínimo diário já é caro (como contei neste post com o beabá para Conhecer o Butão), logo, não podia ser tão caro assim. Mas podia. Podia sim. Podia ser muito caro mesmo. Me deu suadouro só de lembrar de quantas vidas eu precisaria para pagar.

Enfim, é além do meu bolso, mas acho que a experiência deve ser fantástica. Porém, recebi relatos de uma pessoa que foi com eles e que achou que na verdade os resorts são todos quase iguais, ou seja, faltou um barangadan enquanto ela seguia pelo país. Não é despeito, juro, mas não trocaria as noites que passamos na fazenda e no monastério por nada. Se você optar pelos resorts, tente pelo menos incluir alguma coisa assim, mais diferentona.

Melhor Época para uma Viagem para o Butão

O Butão pode ser visitado o ano todo. A maioria dos pontos de visita ficam em cidades de clima ameno e o inverno não é tão rigoroso, mas as trilhas para trekking fecham no inverno.

A melhor época é de outubro a maio. Outubro tem festivais grandes, inclusive o de máscaras que deve ser lindo. Maio, quando fui,  é primavera. O clima estava delicioso e as flores deixavam tudo ainda mais lindo. Entre junho e setembro sãos meses mais chuvosos.

É isso! Boa viagem!

Saiba mais sobre o Butão aqui:

* Butão – O País da Felicidade

* Passo a Passo para Conhecer o Butão.

* Um dia nos Confins do Butão

* Como é Dormir num Monastério Budista no Butão

* 10 Atrações Imperdíveis no Butão

Mais um Help para você:

Apesar de ser um país super bacana e com estrutura médica, não viaje sem seguro! A gente nunca sabe o que pode acontecer e estar preparado é um alívio, como já expliquei aqui neste post Seguro Viagem Cobre Doenças, Acidentes e Imprevistos.

E você também pode contratar o seu seguro de viagem com os nossos parceiros Seguros Promo. Na Seguros Promo, utilize o código EXPRESSINHA5 e ganhe 5% de desconto! Clicando aqui nos links para contratar os seguros você paga menos e ainda ajuda o blog! =D

Se você vai visitar o Butão em conjunto com outros países asiáticos, aproveite nossas outras dicas sobre NepalTibetBaliTailândiaVietnãCingapura e Japão. A gente conta como fazer a trilha até o Base Camp do Everest, visitar lugares sagrados no Tibet, fazer um retiro de yoga na Tailândia, passar uma noite num templo no Japão e muito mais!

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