Como já contei aqui, passamos um fim de semana em Belo Horizonte (todas as dicas aqui) e, já que tínhamos um dia livre até chegar em Inhotim (todas as dicas aqui), que fica para as mesmas bandas que Ouro Preto, decidimos passar a segunda lá naquelas ladeiras lindas.
Como chegar de BH
Segunda cedinho saímos de BH (o aeroporto mais próximo) e pegamos a estrada para aproveitar bem o dia em Ouro Preto. BR 040 sempre em frente até o trevo para Ouro Preto e depois sempre em frente de novo. No caminho paramos num lugar super peculiar para tomar café e comer um pastel de angu (fubá), chamado Jeca Tatu.
É um misto de restaurante de estrada com biblioteca, museu e, enfim, aquele lugar onde colocaram tudo o que tinham em casa. A decoração é super doida, o atendimento é nota 10, assim como a comida. Vale muito a visita.
Há vários ônibus fazendo rapidinho o trajeto BH-Ouro Preto por cerca de R$ 30,00.
Onde ficar em Ouro Preto
Chegamos em Ouro Preto cedinho e fomos para a nossa pousada, a Hospedaria Antiga, (diárias em torno de R4 200,00) que já foi um arquivo público. A pousada é simples e tem aquele estilão antigo (óbvio) com portas rangendo e tudo, mas foi bem em conta, agradável e tinha um café da manhã muito bom.
Nos indicaram, no mesmo estilo e faixa de preço, a Pousada Ouro Preto, que fica bem central, no topo de um morro que garante uma vista super bonita.
Com diárias em torno de R$ 300,00/R$ 400,00, essas pousadas também são ótimas: Pousada dos Meninos, Pousada do Arcanjo, Pousada do Mondengo.
Se você estiver com um pouco mais de folga no orçamento, pode ficar na Pouso do Chico Rei, que também é super bem localizada, tem bela vista da cidade e muito conforto.
O que visitar em um dia em Ouro Preto
Largamos o carro lá na pousada e pernas pra que te quero! Fomos para a famosa Praça Tiradentes e de lá começamos a explorar a cidade. Igrejas para todos os lados e não esqueça que o centro histórico é patrimônio da humanidade!!!
Recomendo muito a visita à Igreja do Carmo que fica logo à direita da Praça Tiradentes. Linda por fora, é ainda mais bela por dentro, e foi um projeto do Aleijadinho e do pai dele (dizem né, se você já leu o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil vai ficar com a pulga atrás da orelha…) mas, de qualquer forma, é tipicamente brasileiro. Tem um custo para entrar de cerca de R$ 2,00 e vale a pena.
Fique um pouco por ali. Tem uma bela vista e muito a apreciar dos detalhes da igreja. Se você chegou cedo, aproveite a paz antes dos tours chegarem agitando.
Ao lado da Igreja do Carmo fica o Museu do Oratório. Custa R$ 5,00 para entrar e é incrivelmente bem montado. Achei que valeu a visita.
Muitas atrações não estão abertas na segunda, inclusive igrejas e minas. Não importa muito, pois é impossível ver tudo em um dia e a cidade toda, na verdade, é uma grande atração, com seus casarões, igrejas e vistas.
Andamos muito, para baixo e para cima, suando e ficando sem ar. Prepare-se, o mínimo de disposição é exigido, quando não mais. Esqueça salto, mala pesada e ande sempre com seu filtro solar.
A feirinha de artesanato ali nos lados da Praça Tiradentes tem muita coisa em pedra sabão, produto bem típico, mas pouca variedade. A maioria das bancas vende o mesmo produto. Mesmo assim, vale uma passada. A Igreja de São Francisco de Assis estava fechada, mas demos uma olhada no entorno e no cemitério que parece que saiu de um filme dos Piratas no Caribe…
Esta foi a última igreja a ser construída em Ouro Preto, quando o ouro já não era mais tão abundante, mas dizem que ainda é bem bonita. Uma curiosidade interessante, já que falei do cemitério, é que é comum que os enterros sejam realizadas de acordo com a ordem (no caso, ordem franciscana) à que a pessoa pertence, nos cemitérios das igrejas mesmo, até hoje!
À tarde demos uma corridinha na única mina que estava aberta, a da passagem para Mariana. É meio longinho e dá para ir de ônibus, pois a entrada é bem próxima da estrada, mas com certeza demora bem mais do que de carro e talvez não valha a pena se você tiver apenas um dia. Fica aberta das 9hs às 17hs.
Para pegar a estrada tivemos que subir até o Cruzeiro Alto e continuar subindo por bairros mais novos e não históricos e, resumindo, que não tem no mapa. Perguntanto, porém, você recebe sorrisos e indicações.
A mina é bem bacana e também tem um pequeno museu e uma lojinha. Custa cerca de R$ 25,00 para entrar e meia entrada somente para crianças, mas eles te levam num carrinho antigo super legal numa descida para a entrada da mina há 120 metros de profundidade que vale cada real. Lá dentro é feita uma caminhada e uma visitinha à uma lagoa onde é possível até fazer mergulho (never!).
Nosso guia era simpatissíssimo e explicou tudo o que deveria e o que perguntamos sobre a mina. Na volta ele ainda mostra como era feita a extração de ouro e todos concluem que era tudo muito difícil…
Na cidade mesmo fica a Mina do Chico Rei, super famosa e talvez mais acessível, mas não sei dizer se tão ou mais interessante, pois como disse estava fechada.
Voltamos para Ouro Preto ainda super cedo e continuamos nas caminhadas, apreciando a cidade.
Fomos até a Rua São José onde ficam várias lojinhas e restaurantes e o belo Museu Casa dos Contos. A rua estava em reforma, pois será transformada em passeio exclusivo para pedestres em nome da preservação da cidade histórica no que fazem muito bem, já que o vai e vem de carros tira um pouco o charme da cidade. Sério, bater umas fotos sem carros é quase um milagre…
Se tiver mais tempo, aproveite para curtir a natureza. Ouro Preto está cercada pelo Parque do Itacolomi e o pico é visto de todo canto da cidade. Além de trilhas para caminhada ou off road, tem belas cachoeiras e até casas de bandeirantes para serem visitadas. Dê uma olhada no Viagem na Natureza, que traz excelentes sugestões.
No fim de tarde, curtimos a vista da Igreja de Nossa Senhora das Mercês que é linda para um pôr-do-sol.
Onde Comer em Ouro Preto
Almoçamos no restaurante Ouro Preto na Rua Amália Bernhaus, próximo à Praça Tiradentes. É um restaurante para turistas e a comida não é nada demais, mas por cerca de R$ 13,00 come-se à vontade.
No começo da noite tomamos um chopp e um caldinho de feijão ma-ra-vi-lho-so no Bambu ali no cantinho na Praça Tiradentes, que ainda tem uma musiquinha ao vivo e um clima ótimo.
Jantamos no O Passo, na Rua São José, que tem pratos e pizzas, é liiindo e ainda serve a gostosa cerveja Ouropretana com exclusividade!
O Café Geraes é dos mesmos proprietários e também parece ser muito bom, mas não fomos. Só 1 dia até Inhotim, né?
Há vários barzinhos pela cidade, muitos com comida e em plena segundona estava tudo movimentadíssimo. Não se esqueça que a cidade é tipicamente universitária e as repúblicas são muito mais do que moradias!
É necessário um pernoite por lá, pois a cidade, além de parecer cenário de filme, também é bela sob as estrelas… Boa Viagem!!!