Tudo Sobre a Catarata dos Couros – Chapada dos Veadeiros

Vem saber tudo sobre a Catarata dos Couros, um dos lugares mais sensacionais da Chapada dos Veadeiros! Vou contar como é e se dá para fazer a trilha da Catarata dos Couros sem guia, cuidados que você deve ter e o que levar. De quebra dou a dica de onde comer e até onde acampar na Catarata dos Couros, em 2 lugares bem próximos.

Fique por aqui! =D

O que é e onde fica a Catarata dos Couros

A Catarata dos Couros é um dos lugares mais lindos e impressionantes da Chapada dos Veadeiros. Não é uma cachoeira nem uma catarata apenas, mas um complexo de cachoeiras formada pelo Rio dos Couros e ligadas por uma trilha.

Essa informação é importante porque logo ao chegar você verá um paredão enorme de cachoeiras e poderá concluir que aquilo é a Catarata dos Couros, mas você estará diante de apenas uma das cachoeiras que compõem o complexo. Mais precisamente a Cachoeira da Muralha. Já está tendo uma ideia da imensidão das coisas por lá?!

Então você já sabe, não deixe de continuar na trilha da Catarata dos Couros e conhecer o restante das cachoeiras!

O complexo dos Couros fica a cerca de 55kms de Alto Paraíso no sentido de Brasília, dos quais 35kms são em estrada de terra. Pode contar com mais de 1h na estrada.

Quase todo o caminho está em boas condições e dá tranquilamente para ir com qualquer tipo de carro, porém as indicações da localização são um pouco ruins.

Veja também: guia Chapada dos Veadeiros – roteiro de 7 dias.

Apesar da proximidade com Alto Paraíso, não é tão fácil chegar na Catarata dos Couros, por diversas razões que explico abaixo considerando a criação do Parque Estadual Águas do Paraíso em setembro de 2020.

A primeiro delas é que a Catarata dos Couros não tem um dono certo. A área em que o complexo se encontra não tem um proprietário claramente identificado, mas agora será uma área de preservação gerida pela prefeitura de Alto Paraíso e o Governo de Goiás.

Se por um lado essa indefinição até a criação do Parque fazia com que essa fosse uma das poucas atrações da Chapada dos Veadeiros que é 0800 como se diz por lá, já que não tinha quem pudesse cobrar entrada, a área também não tinha um cuidado especial, como placas de sinalização na estrada.

Quem mantinha a Catarata dos Couros “em ordem” até agora eram os próprios guias da Chapada dos Veadeiros, que procuram controlar o mato e o lixo nas trilhas, mas não tinha ninguém responsável pelo fluxo de pessoas por lá.

Além disso, há um assentamento do MST instalado há alguns poucos anos num trecho da estrada que leva à Catarata dos Couros.

No passado houve muita confusão por causa deste assentamento – lembre-se que está numa zona de forte agricultura com várias fazendas ao redor – e ao que parece, as poucas placas de sinalização foram destruídas nessa época. Não sei bem se é verdade ou lenda.

Acredito que isso deve mudar em breve, e que provavelmente a atração deixará de ser gratuita.

Mas não se preocupe que já explico como chegar lá.

Veja também: onde ficar em Alto Paraíso!

Tudo sobre a Catarata dos Couros – Como chegar

Para chegar na Catarata dos Couros, pegue a estrada de Alto Paraíso no sentido Brasília e vá controlando a quilometragem. Ao chegar ao km 20 haverá uma placa e você deve entrar na estrada de terra à direita por onde você vai circular por cerca de 35kms. Depois disso você estará mais ou menos por sua conta e risco.

Todo mundo com quem falei disse que preferia não dar indicações de caminho porque tinha muitas bifurcações e era difícil de dar referências.

Somente uma pessoa indicou que na terceira bifurcação deveríamos entrar à esquerda. Seguimos a dica e não era nada disso. A sorte é que cruzmos logo com um senhor simpaticíssimo que indicou o caminho certo da seguinte maneira “é só ir reto”.

Nada preciso né? Rá-rá. E não adianta se socorrer do Google Maps. Apesar dele apontar a localização das cachoeiras, ele não reconhece a estrada de terra e não te leva até lá.

Essa questão da falta de sinalização das estradas é uma das razões pelas quais a maioria das pessoas indica que esse passeio seja feito com um guia, que já conhece tudo por lá. Eu fui meio aventureira e fui sem mesmo, mas falo mais sobre o guia abaixo.

Se você for sem guia, vá seguindo sempre pelo caminho que for “mais reto”, ou seja, sem fazer grandes curvas, que acho que você vai chegar lá.

Se começar a ver umas bandeiras do MST, você está na direção certa, apenas passe adiante.

Há alguns relatos de que o pessoal do MST tentou por um tempo cobrar um “pedágio” para os carros passarem, mas estive lá em julho de 2019 e não tinha nada disso. Aliás, não tinha ninguém, aparentemente estava todo mundo trabalhando.

Outra coisa que ajuda um pouco na localização são as placas para os restaurantes, que ficam a cerca de 2kms da entrada da Catarata, um para a direita e outro para a esquerda (apesar de que o leitor Fernando comentou aqui que seguir as placas para os restaurantes não é o melhor conselho, que é melhor apenas ir sempre em frente).

Vá seguindo as placas do restaurante da Eleusa e da Luzia e o máximo que vai acontecer é você chegar num restaurante e eles te explicarem o caminho.

Você saberá que chegou na Catarata dos Couros porque tem sempre as barracas dos restaurantes lá na porta e também alguns guardadores de carro. Você não é obrigado a pagar, mas ai é por sua conta e risco. Demos R$ 5,00 e botaram um P (de pago, eu acho) na poeira que estava grudada na traseira do carro e quando voltamos ele estava lá inteirinho.

E já que falei das barracas dos restaurantes, vamos para esse tema!

Veja também: Trilha da Cachoeira do Macaquinhos.

Catarata dos Couros – Onde Comer

Lá na Catarata não tem nenhum serviço, pelas razões que já expliquei. Mas na porta da entrada ficam 2 barracas, uma do restaurante da Eleusa e outra do restaurante da Luzia.

Nas barracas eles vendem garrafinhas de água e suco, o que é ótimo caso você não tenha levado. Pode ou não ter alguma comida à venda. Quando eu fui, fora de temporada, não tinha nada.

Eles ficam lá apenas agendando quem quer almoçar nos restaurantes, ou seja, se você quiser comer em um deles, basta avisar na barraca em que horário pretende chegar e quantas pessoas vão comer.

Isso ajuda a não faltar nem sobrar muita comida, afinal os 2 restaurantes trabalham no sistema “como o quanto quiser” por um preço fixo.

Por isso, leve seus lanches e bebidas porque tanto fazer trilhas sob sol forte quanto nadar nas cachoeiras e poços consome muita energia e você não vai aguentar passar o dia sem comer nada!

Eu cheguei na Catarata dos Couros por volta das 9hs da manhã e marquei o almoço no restaurante da Eleusa (porque foi altamente recomendado pelo tio que nos indicou o caminho na estrada) para as 16hs. Parece muito tempo numa cachoeira? Pois o tempo voou nesse lugar mágico!

Os restaurantes fecham por volta das 17hs, mas é entre 15hs e 16hs que eles ficam lotados e você não precisa se preocupar que haverá comida fresquinha e super farta para você! Além disso, a Dona Eleusa é pura simpatia e a família toda é muito atenciosa.

Apesar de não ter ido ao restaurante da Luzia, tenho certeza de que tem a mesma qualidade do restaurante da Eleusa e ambos são excelentes opções de onde comer pertinho da Catarata dos Couros.

A comida é caipira e com sustância. Arroz, feijão, farofa, salada, legumes e carnes, tudo com aquela sensação de volta no tempo, para uma viagem em que vamos visitar a família no interior, sabe como é? Eu adorei tudo e não é sempre que digo isso.

Custa R$ 30,00 por pessoa para comer à vontade. Vale muito a pena. Também tomei por recomendação de uma amiga que fiz no hostel um suco de uma fruta diferentona maravilhoso. Eu anotei o nome da fruta, mas perdi o bloquinho, então deixo aqui a dica para você provar uns novos sabores por lá.

Os sucos são bem gelados, vem numa garrafinha e são fresquíssimos. É a hora de matar toda a sua sede.

Para terminar, não recuse o doce que ela oferece na saída, outra daquelas lembranças de infância no interior que você não vai querer perder.

Depois desse dia no paraíso e dessa mega refeição, só te resta pegar a estrada de volta em êxtase, provavelmente acompanhado de um inesquecível pôr-do-sol.

Trilha da Catarata dos Couros Sem Guia é possível?

Como já disse, esse é um dos passeios da Chapada dos Veadeiros em que mais se recomenda contratar um guia.

Além da questão da estrada mal sinalizada, a trilha da Catarata dos Couros sem guia pode ser complicada e, claro, um guia sempre conhece aqueles cantinhos especiais.

Apesar de todas as recomendações, fui para a Catarata dos Couros sem guia mesmo. Por 2 razões. A primeira é que apesar de entender a importância do guia, eu e o Ga adoramos ficar nesses lugares de boa, sem ninguém mais.

Os guias costumam ser pessoas super legais, mas às vezes simplesmente não queremos conversar nem ter a companhia de pessoas novas. Como fomos para a Chapada dos Veadeiros fora de temporada, conseguimos aproveitar muito sozinhos, o que dá aquela sensação de “perdidos no paraíso” que amamos.

Além disso, o guia custaria pelo menos R$ 150,00 e para não ficar tão caro o ideal seria nos juntarmos à outras pessoas. Ai eu volto para a razão anterior e a conclusão é que fomos sozinhos. Mas ainda acho que vale a pena contratar um guia, especialmente se você não faz muitas trilhas.

Pegamos todas as dicas possíveis e fomos lá com a cara e a coragem. Vou te dar essas mesmas informações.

Como fazer a Trilha da Catarata dos Couros

Para começar, saiba que a trilha da Catarata dos Couros não chega a ser difícil. Eu diria que o esforço é moderado e somente para quem vai até o final da trilha, pois é nas últimas cachoeiras que tem uma boa quantidade de subidas e descidas que são mais cansativas.

Ao passar o estacionamento, a trilha está bem demarcada e você rapidamente encontrará o Rio dos Couros. Nesse ponto, siga para a esquerda. Você vai fazer toda a trilha com o rio à sua direita e é só segui-lo.

O ideal é seguir pela trilha até o fim e depois ir voltando porque as primeiras cachoeiras são bem fáceis de acessar e vale a pena gastar sua energia primeiro nas descidas e subidas do final.

Então siga a trilha da Catarata dos Couros sempre em frente, sem pegar as saídas para a direita até que a trilha comece a ficar um pouco mais fechada. Você chegará à um mirante (um barranco não sinalizado) de onde você vê um lindo canyon que leva o rio dos Couros lá para baixo. Tem uma cachoeira linda, mas não é acessível.

Volte um pouco e pegue a trilha que desce para o rio e você chegará na Cachoeira do Parafuso. Quando você tem a vista da cachoeira é lindo demais, uma cachoeira enorme que desce pelo canto de um paredão e segue seu caminho rumo ao canyon lá embaixo.

Desça o paredão e gaste um tempo aqui. Não dá para chegar bem abaixo da cachoeira porque ela forma um redemoinho (o parafuso), mas é um lugar delicioso cheio de espaço para tomar sol, um poço refrescante e um visual lindo.

E dá para chegar perto da cachoeira, indo bem pelo canto do paredão. Tem um pequeno escorrega no canto direito (de quem olha).

Dali suba de volta o paredão e siga para a muito-muito-impressionante Cachoeira Almécegas 1000. Esse foi o trecho da trilha da Catarata dos Couros que achei mais difícil.

A subida é íngreme, com alguns trechos com degraus altos. Mais uma vez o guia se mostra importante para ver quem pode ter dificuldades, colocar cordas para ajudar na subida e até prestar eventual socorro.

Como eu disse, se você não está acostumado com trilhas e mais ainda se for muito sedentário ou tiver problemas de saúde, não vá para a Catarata dos Couros sem guia!

Depois vá retornado e pegando a descida para a esquerda novamente. De repente você vai ver uma cachoeira monumental, um imenso paredão com muita água. Daqueles em que você pára e fala “a natureza é uma força incontrolável”. É lindo de morrer.

Desça de novo até o pé da cachoeira, que forma arco-íris e refresca com respingos do sol inclemente na cabeça. Vá com cuidado pelo canto direito (de quem olha) e dá para ir até embaixo da cachoeira. Quando sentir que está escorregando muito, pare e só tome o aguaceiro na cabeça. Não tem zica que continue com você!

Pode ser que você veja alguém no topo da cachoeira. Se anime e suba até lá. Volte pela mesma trilha até o topo e pegue novamente a esquerda. Você vai chegar num trecho do rio com pequenas quedas d’água, piscininhas e uma vista sensacional do vale.

Com cuidado dá para ir até a beirinha. A água não tem muita força e chega a ser inacreditável que logo abaixo aquele riozinho forme aquela linda e forte cachoeira.

Atenção: a Chapada dos Veadeiros tem altos riscos de trombas d’água, especialmente na época de chuvas, entre outubro e março! Você deve acompanhar a previsão do tempo e sair da água em caso de chuva ou ameaça de chuva. Não fique em hipótese alguma nas beiradas, sob as cachoeiras e nem nos poços se houver chuva na região, ainda que na cachoeira esteja sol! Mais uma vez, um guia é essencial para orientar sobre isso e certamente seu hotel ou pousada saberá indicar um bom!

Apesar desse trecho do rio não ter uma grande cachoeira que seja atrativa, o visual é tão lindo que passamos um bom tempo contemplando aqui. Não passe correndo.

É a natureza te mostrando a força e a paz, te dando tempo. Deixe seus pensamentos atribulados seguirem para longe junto com as nuvens e todo aquele verde e azul ocuparem o espaço que eles deixaram.

Vai por mim.

Depois desse trecho você já voltará para o começo da trilha, onde fica a também impactante cachoeira da Muralha. Tem vários poços grandes e quedas d’água, inclusive com vários pontos de hidromassagem. Vá até o último. O poço é enorme e dá para ir até bem debaixo da cachoeira.

Depois volte pulando, mergulhando, descobrindo filetes de água quente e se deliciando nas mini cachoeirinhas que se formam nas rochas. Paraíso, gente, pa-ra-í-so.

Esses primeiros poços são os que ficam mais cheios, pois estão bem perto da entrada e são mesmo muito gostosos. Tudo bem, tem espaço para todos.

E ainda dá para ir até o topo da muralha e terminar o dia com lindas fotos!

Você vai gastar o dia todo, mas se preferir, pode voltar em mais de um dia, afinal a entrada é gratuita e dá para fazer passeios mais curtos.

Eu cheguei por volta das 9hs e fiquei lá até a tarde sozinha. Tinham umas outras poucas pessoas, mas simplesmente ficamos em cachoeiras diferentes, cada um curtindo na paz. Foi só quando chegamos na Muralha que realmente encontramos outras pessoas.

Acho que isso é impossível nos feriados, mas a dica para fugir das multidões sempre será chegar o mais cedo possível.

O que levar para a Trilha da Catarata dos Couros

Além de lanche e água, a trilha exige mais alguns apetrechos.

Não esqueça protetor solar. Não é muito correto entrar na água com protetor, pois infelizmente ele polui um pouco o rio, mas a questão é que a trilha toda é desprotegida e a incidência solar na Chapada dos Veadeiros é altíssima, então não dá para ficar sem.

Tanto em Alto Paraíso quanto em São Jorge você encontra versões mais suaves de filtros solares, desodorantes e repelentes, quem sabe não vale a pena investir em produtos mais naturais?

Repelente é necessário se você é mais sensível e especialmente se depois da cachoeira você ainda for ver o lindo pôr-do-sol da Chapada em algum lugar.

Vá com roupas confortáveis e que secam rápido para não ficar incomodando entre uma cachoeira e outra e leve toalha!

Eu não aconselho a fazer a trilha de chinelo. Apesar da facilidade para entrar e sair da água e da trilha não ser tão desafiante, tênis é sempre mais confortável para caminhar e evita cortes nas pedras pelas quais inevitavelmente terá que passar.

Não esqueça a câmera fotográfica e, por favor, não leve caixinha de som. Poucas coisas são tão irritantes quanto a sua música, ainda que seja boa, quando tudo o que queremos quando vamos à um lugar desses é ouvir o silêncio e o som da natureza.

É isso. O resto deixe para trás, junto com os problemas e o mau humor!

Acampar na Catarata dos Couros

Acampar na Catarata dos Couros não é permitido e embora não tenha muito controle,  você não deve fazer isso porque não há nem estrutura – o que além do perrengue vai acabar com o ambiente poluído por você – nem segurança.

Lembre-se que estará bem longe da cidade mais próxima e que qualquer probleminha pode virar um problemão.

Mas, se você for para a Chapada dos Veadeiros focado em explorar a Catarata dos Couros e quiser ficar mesmo desconectado lá no meio do cerrado, há algumas opção de camping bem próximos.

O primeiro deles, advinhe só! É lá no restaurante da Eleusa, que tem um espaço dedicado para quem quer se hospedar lá. Achei bem prático, sem mencionar que você vai comer super bem, porém você deve lembrar que a tarde tem um movimento grande de pessoas.

A segunda opção, que também tem restaurante, é o Rede Armada, que fica a 10kms da Catarata dos Couros. Por fim, o DJ Couros também tem espaço para camping com café da manhã e fica próximo.

Todos os campings da Chapada dos Veadeiros custam em torno de R$60,00 por dia por pessoa, mesmo os mais simples. Leve tudo com você para não ter que ficar rodando para buscar comida, bebida ou outras coisas e economizar na gasolina, ou fará mais sentido você se hospedar em Alto Paraíso ou São Jorge.

Acho que é isso, você já sabe tudo sobre a Catarata dos Couros, é só curtir!

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