Sevilha e eu foi amor à primeira vista!!! E, acredite, isso é quase um milagre! Quase todo brasileiro acha que qualquer lugar da América do Norte e da Europa é melhor para se viver do que aqui. Eu faço parte do outro pequeno grupo, que acha que bom é aqui mesmo. Concordo que há questões de qualidade de vida por ai afora que fazem nossos olhos brilharem, mas o calor, a alegria, a bagunça, a família, os abraços… valem mais para mim do que muitas conveniências. É por isso que até hoje são pouquíssimos os lugares que visitei e que eu disse “uau! eu poderia viver aqui”.
Sevilha não está bem entre os lugares preferidos dos brasileiros que querem morar fora… mas tem todo aquele calor, alegria, bagunça, família, abraços… e mais tapas, páteos internos, flores nas janelas, prédios exóticos, espanhóis e um delicioso toque árabe. Senti uma imensa vontade de estar ali com meus melhores amigos para andar de bar em bar experimentando guloseimas e cervejas, falando alto e rindo pelas ruas. Não fique menos de 2 dias se quiser viver o que a cidade tem de melhor: o clima festivo.
A cidade é linda de morrer, calorosa, saborosa, cheia de flamenco, com centrinho apertado, rio com margens bonitas para um passeio e ainda modernidade, lojas e fervor. Como não sentir vontade de permanecer? Ah é, e tem mais uma coisa, eu acho que no lado espanhol da minha família tem um teco de mouros. Se não tem, eu quero que tenha, então, como amo muito essa cultura e ainda acho muito maravilhosa a mistura com os ciganos e tudo o mais, aceito isso como verdade.
Como Chegar
Cheguei lá de carro, vindo de Portugal. Já contei aqui que alugar um carro em Portugal para ir para a Espanha é bem barato e as estradas são ótimas, além de ter a vantagem de poder parar e andar por onde quiser, mas só vale a pena se o carro for devolvido em Portugal, pois mesmo as grandes empresas que estão nos 2 países cobram caro se a devolução for feita além das inexistentes fronteiras.
Para burlar essa taxa, fomos de Lisboa até Elvas, uma pequena cidade encantadora (da qual você pode saber mais aqui) na divisa com a Espanha e de lá fomos de táxi em 3 minutos para a vizinha espanhola Badajoz onde pegamos o carro que tínhamos reservado. Se estiver na Espanha, fica ainda mais fácil alugar o carro e andar por lá ou ainda ir de trem ou ônibus passar uns dias na Andaluzia.
De Madri há dezenas de saídas de trem da estação Atocha para a de Santa Justa. A viagem dura cerca de 2h30 e custa cerca de 50 euros ida e volta. O ônibus sai da Estación Sur, que fica no metrô Méndez Álvaro, mas custa quase o mesmo que o trem e demora quase 6hs.
Não usamos nenhum transporte público em Sevilha, mas há metrô e ônibus para todo lado.
A viagem de carro foi fácil, calma e deliciosa. A maioria das atrações da cidade ficam do lado leste, mas se você ficar hospedado do outro lado do Canal de Alfonso XIII ou do Rio Guadalquivir e se for passear pelos arredores, o carro será mais do que bem vindo. Para andar pelo centro e Santa Cruz, esqueeeeeça!
As ruas são minúsculas, há sérios riscos de machucar o carro (e lá o pessoal não liga muito se machucar o seu carro porque é simplesmente normal) e o GPS ajuda pouco. Fomos levados por nossa amiga GPS para o meio de uma praça proibida para carros e cheia de policiais. A coisa não ficou feia porque a rua interia se mobilizou para nos avisar aos berros que estávamos errados e alguém muito gentil nos indicou como sair dali imediatamente em outra manobra proibida. Bom, acho que a polícia também estava com preguiça. Mas senti um pouco de vergonha, odeio fazer papelão em outra cidade….
Onde ficar
Nós não tínhamos reservado o hotel, no melhor estilo me leve com o vento, e rodamos um pouco à procura de um quarto. Descobrimos que haveria uma importante tourada no dia seguinte e que além de lotados, os preços estavam mais do que salgados. Fica a dica da temporada das touradas, que começa em abril. Conseguimos um quarto no Reyes Católicos, mas queríamos ficar mais e não havia vaga para o dia seguinte.
Como estávamos cansados, ficamos ali e decidimos procurar outro lugar para o outro dia. O hotel é ótimo e super bem localizado e a diária de 50 euros sem café da manhã era a média dos mesmos hotéis do estilo. Acabamos encontrando o Hostal Monet. Meio hostel/meio hotel, tem um staff um bocadinho não simpático, quartos simples, mas privativos e com banheiro e uma localização perfeita. Nos mudamos na manhã seguinte. Guardamos o carro e fizemos praticamente tudo a pé depois disso.
Se você quer opções mais confortáveis, além do já citado, demos uma passada também no Montecarlo e no Europa, ambos excelentes. Do outro lado do Canal Alfonso XII fica um outro bairro simpático chamado Triana. Bem residencial, também tem uns hotéis escondidos como o Monte Triana e o Albergue Triana Backpacker, mas são um pouco mais afastados dos pontos mais turísticos. O Zenit e o Resitur me pareceram os de mais fácil locomoção por estarem próximos às pontes e ao metrô, mas também não é nada muito prejudicial. Outras opções, aqui.
Meu plano para a próxima visita (sim, haverá uma próxima visita) é alugar uma casa. No airbnb há centenas de opções com páteos em prédios antiquíssimos e lindíssimos, com varandas decoradas e flores, enfim, acho que o perigo é eu ficar ali e não sair mais. Fica a sugestão para você que também acha que vai se sentir em casa por lá. De preferência na região do Ayutamiento, Santa Cruz e Centro.
Nos próximos posts conto um pouco do que me encantou na cidade de Don Juan, onde nasceu a dança flamenca, Cármen viveu sua história de amor e Colombo partiu para o novo mundo!
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