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Aiuruoca – O que fazer, onde comer e onde dormir para aproveitar esse paraíso!

O que fazer em Aiuruoca, em Minas Gerais, é uma pergunta cuja resposta nem cabe num post só! Muita gente nem sabe onde fica Aiuruoca, mas é um dos meus lugares preferidos no mundo todo! E tem muito para conhecer em Aiuruoca: a Cachoeira dos Garcias com sua queda deslumbrante, o Vale do Matutu e sua energia única, muitos produtos deliciosos, muita água, cachoeiras e verde por todo lado! Vem ver os roteiros possíveis, melhores lugares onde ficar em Aiuruoca, além de muita dica especial.

Vou contar porque que gosto tanto de lá, resumir o que tem de tão bão nesse vale para um roteiro de 3, 4 e 5 dias, além de já deixar o recado para que ninguém estrague toda a magia desse cantinho. Vem comigo!

PS: texto atualizado em jun/2023.

O que fazer em Aiuruoca Cachoeira dos Garcias, a queda mais linda da cidade!

Onde fica Aiuruoca e Como chegar (+ outras dicas de sobrevivência)

A maioria das pessoas não sabe onde fica Aiuruoca e quando houve esse nome difícil a primeira vez não sabe para que lado ir. Pois bem, Aiuruoca fica fica lá no meio de algum lugar de Minas Gerais a cerca de 300km tanto de São Paulo, quanto do Rio de Janeiro, quanto de Belo Horizonte.

Nem é tão longe, mas o caminho envolve serras em estrada de mão dupla e o trajeto de qualquer desses lugares deve demorar umas 5hs de carro.

Não tem rodoviária e sem carro o caminho é de pula pula, sendo a parada mais próxima em Cruzília. Dentro de Aiuruoca nunca vi um ônibus. Se quiser circular sem carro, dependerá dos seus pés ou de táxi/uber (porém nem sempre tem sinal para chamar).

Saindo daqui de São Paulo você pode ir pela Fernão Dias ou pela Dutra/Carvalho Pinto. Aqui preferimos sempre a Dutra ou Carvalho Pinto e depois pegar a entrada pra Cruzeiro (dá até para fazer uma parada em Aparecida e pagar umas promessas) porque pelo menos a primeira parte da viagem é mais tranquila do que pela Fernão Dias.

A partir de Cruzeiro é só seguir as placas para São Lourenço/Caxambu e depois para Juiz de Fora/Aiuruoca.

Em qualquer caso, a parte final da estrada é de pista única e com muitas curvas, então acaba sendo necessário mais calma e atenção, inclusive com peregrinos, que em certas épocas do ano são numerosos (inclusive à noite).

Casinhas do centro em estilo colonial. O que fazer em Aiuruoca.

Eu só descobri esse lugar porque meu cunhado descobriu primeiro, levou minha irmã e os dois juntos me levaram. Tudo isso há muito e muitos anos. Só posso agradecer aos dois por isso! ♥

A cidade é minúscula. O centro pequeno e só tem um banco Bradesco. É importante que você saiba que algumas pousadas e restaurantes não aceitam cartão, por isso leve todo dinheiro que vai precisar (atualmente muitos aceitem PIX, mas nem sempre tem sinal para fazer a transferência).

Os outros bairros são menores ainda e você só chega lá pelas estradas de terra: Pedra, Vale do Matutu, Serra do Papagaio (Garcias), Quatro Óleos, Nogueiras, Cangalha. Tem montanhas para todos os lados, o rio Aiuruoca e córregos, cachoeiras, além do majestoso Pico do Papagaio.

Bom, toda vez que piso lá uma energia maravilhosa sobe do chão ao topo da minha cabeça. Acho que posso até ver essa força se quiser. É o ar puro, o cheiro de poejo, o chão de terra, a água gelada que brota de todo lado, as araucárias, as pedras enormes, as montanhas. Te convido a se abrir para esse sentimento.

Tudo em Aiuru me faz pensar em como a vida é simples, é boa, é fácil e somos apenas nós que esquecemos de como a natureza é importante e como precisamos estar em contato com ela porque isso nos leva direto para o que há de melhor dentro de nós.

O celular pega mal, a TV também pega mal e a maioria das pousadas nem coloca nos quartos, wifi é luxo e você precisa mesmo se libertar e nem levar sua tralha tecnológica (pode levar o celular com app que identifica as estrelas se você quiser PIRAR).

Ali me sinto em paz comigo mesma e com o mundo, faço planos que vão transformar minha vida, medito, lembro de todas as respirações da Yoga, me dou o incrível prazer de caminhar em silêncio pelo mato, admiro até as vaquinhas que ficam de boa nas suas ruminações.

Até as vaquinhas parecem mais tranquilas em Aiuruoca.

Como se não bastasse essa coisa mágica que bate assim que você vira na entrada de Aiuruoca, tem as pessoas. Ô povinho simpático! Seja nativo ou apaixonado que nunca mais foi embora, sejam os visitantes.

Toda vez conheço gente incrível: famílias que me fazem pensar em ser assim igualzinho a eles; histórias de vida de mudança e coragem; gente buscando um sentido verdadeiro na vida, gente que nunca te viu e faz você sentar e comer com eles; que dá receita de pão, de bolo, de aromatizador, de ghee e o que mais você quiser, que te ajuda a tirar um carro atolado e ainda ri com você; que te conta que já viu no mato veado, morangos silvestres e ovnis, como se fosse tudo a mesma coisa normal.

Gente simples. Como eu gosto, como precisamos lembrar de ser.

Se você leu até aqui e achou pouco para te levar até lá, você está certo. É pouco mesmo, fique em casa ou vá para outro lugar que te faça feliz e deixe Aiuruoca em paz para nós.

Senão, continue para descobrir tudo o que fazer em Aiuruoca!

O que Fazer em Aiuruoca – Trilhas e Cachoeiras

Se você já se interessou por Aiuruoca, te digo mais.

Aiuruoca tem programação para mais de mês e sugiro que você não corra simplesmente de um lugar para outro. Dedique-se, viva cada um deles, deixe o tempo correr gostoso, vá numa cachoeira passar o dia e depois sentar para aquele almo-janta de horas e horas com cochilo no final.

Mais abaixo deixo umas sugestões de roteiro, mas antes, veja o que fazer em Aiuruoca:

1) O Pico do Papagaio: uma pedrona que só de olhar já sinto que estou mais forte, o símbolo de Aiuruoca, que se vê de várias partes da cidade. Você pode subi-la pelo Vale do Matutu ou pela Serra do Papagaio-Garcias (ou por Baependi, a cidade vizinha) em uma caminhada de cerca de 4hs por fazendas, mata, lagos e lá do topo, em 2.100 metros de altitude,  ver a região toda. Não esqueça que tem mais umas 3hs de volta, ou seja, para completar as 7hs de caminhada de dia e ainda ter um tempo para contemplar, tem que sair cedinho.

É preciso ter um certo preparo físico, pois são 18kms de caminhada no total, praticamente toda íngreme. Considero Também é necessário ir com guia para o Pico do Papagaio. Lá no Casarão do Matutu (veja abaixo), na Tripuí ou na Ajuru, no centro, você pode contratar um guia que vai te ajudar com a trilha (lembrando que precisa agendar, ta? Não dá para decidir subir as 10hs da manhã e sair procurando guia porque não é esse tipo de passeio).

Atualmente a área toda é um parque estadual, que tem entrada franca e abrigos pagos próximos da sede em Baependi (R$ 50,00 por pessoa), caso queira passar a noite para sair bem cedinho para a subida. É necessário fazer um cadastramento prévio da sua subida, mas é facinho, pela internet mesmo.

Pico do Papagaio visto do Vale do Matutu, em Aiuruoca, numa foto um pouco antiguinha. Uma das trilhas e do que fazer em Aiuruoca.

2) Vale do Matutu: é um lugar especial no fim de uma estradinha que sai da rua principal da cidade e cujo próprio nome já diz “nascentes sagradas”. É cheio de energia maravilhosa.

cachoeira das Fadas e seu poço ficam logo ali na entrada do Matutu e as cachoeiras do Meio e do Fundão que tem a caminhada mais delícia possível de cerca de 2h30 (ida e volta) pelo vale, quintais de casas, mata e floresta de samambaias gigantes.

Também ficava no Matutu o SPA Aroma do Vale. Era parada obrigatória pelo menos para entrar para admirar a beleza e os jardins mas infelizmente, o SPA fechou.

Apesar disso, a Aroma do Vale, da querida Maristela, segue agora com uma linha ma-ra-vi-lho-sa de produtos naturais. Tem sabonetes, shampoos, hidratantes, desodorantes, tudo vegano, em barra e mais ecológico. É só entrar em contato com ela pelo Instagram ou whatsapp para combinar a entrega lá no casarão do Matutu. Vale a pena!

Bom, o matutu também tem o casarão e uma lojinha com produtos locais, que já foi mais roots e hoje está super arrumadinha.

É ali no casarão também que você pode encontrar um guia para caminhadas mais difíceis ou para conhecer detalhes do vale; saber da comunidade do Santo Daime se tiver interesse e, enfim, saber como preservar o espírito e a região.

Igrejinha de Aiuruoca perto do Vale do Matutu. Dica do que fazer em Aiuruoca.

Atualmente é cobrado apenas o estacionamento no Matutu, no valor de R$ 20,00 por carro, R$ 15,00 para moto e pedestres pagam R$ 5,00 para entrar.

Ficam no Vale do Matutu, dois restaurantes maravilhosos o Tia Iraci (que também tem chalés) e o Portal da Serra, que hoje ocupa o espaço do antigo Estrela Matutina, que agora é só (uma deliciosa) cervejaria. Ambos ótimos para o almoço de quem passeia por lá e para quem se hospeda na região e também para o jantar na Tia Iraci. Mais abaixo indico com mais detalhes onde comer em Aiuruoca.

Na ida ou na volta, dê uma paradinha para apreciar a igrejinha que fica quase na chegada ao Matutu. É bem bucólica e romântica. Repare no vitral, uma lindeza com as araucárias típicas da Mantiqueira.

Por fim, na entrada do Vale do Matutu tem um barzinho simplão, mas que sempre tem uma cervejinha gelada, uma cachacinha da região para esquentar um dia chuvoso e porções (às vezes não tem porção não, mas tudo bem também). Tenho boas lembranças de fins de tarde com os amigos depois de uma caminhada no Vale do Matutu e ali também fazem passeios à cavalo, para quem gosta.

Vale do Matutu: trilhas e caminhadas lindíssimas pelas montanhas de Aiuruoca. Há sempre o que fazer em Aiuruoca!

A chegada entre samambaias gigantes à Cachoeira do Fundão no Vale do Matutu Aiuruoca.

Os mimos do Aroma do Vale em Aiuruoca Vale do Matutu.

3) A Serra do Papagaio ou Vale dos Garcias: essa é a região oposta ao Matutu, mais próxima da entrada da cidade. Para chegar é preciso encarar uma subida punk de terra, atualmente com alguns trechos de pedra. Se tiver chovido muito ou seu carro for muito baixo, você pode sofrer um pouco, mas eu sempre fui com carro comum e voltei pra contar história.

Ficam nessa região o gostoso poço do Joaquim Bernardes e a maravilhosa Cachoeira dos Garcias, onde quase sempre há um arco-íris para beijar sua cabeça.

O poço do Joaquim Bernades é uma delícia, com um gramadão, sombra e mesinhas, mas fica bem cheio nos finais de semana e, claro, a Cachoeira dos Garcias, que já é famosa, também.

Na Cachoeira dos Garcias, o poço é fundo, mas em alguns trechos dá pé e é possível ir até a queda, se você encarar o gelo da água. Tanto na cabeceira quanto mais para baixo do poço há prainhas para tomar sol e passar o dia, com pequenas quedas e hidromassagem natural.

Uma dica para quem vai para a Cachoeira dos Garcias e não quer correr riscos é parar logo depois da porteirinha onde tem a placa para a Cachoeira dos Garcias. São uns 800 mestros de distância até início da trilha e o restaurante, mas esse trecho é íngreme e bem arenoso e é ali que muito carro derrapa e dá trabalho. Apesar de ser uma subidinha para voltar ao carro, às vezes vale a pena.

Estive lá em junho de 2023 e vi que deram uma boa arrumada nesse trecho que mencionei acima e todo mundo está descendo com todo tipo de carro até o início da trilha. O problema agora é o espaço para estacionar, que não é muito e o fato de só passar um carro por vez na em quase todo o trecho, ou seja, uma confusão em dias cheios como nos feriados. Por isso, acho que a dica de parar na porteira ainda vale.

Em 2018 foi aberto um restaurante bem na entrada da Cachoeira dos Garcias, o Casal Garcia, do qual falo mais abaixo, que também é hostel às vezes tem música ao vivo. Foi melhorada a trilha que desce até a cachoeira, que agora conta com um corrimão que deixa tudo mais seguro. De qualquer forma, acho importante salientar que, embora seja uma trilha curta, é uma escadaria não tão fácil de subir para pessoas mais idosas ou com alguma dificuldade de locomoção.

Espero que o lugar se mantenha limpo e tranquilo porque a verdadeira razão para as pessoas irem até lá sempre foi aquela natureza e paz arrebatadoras.

Um pouco antes do Casal Garcia abriram um outro restaurante o Velho Oeste Minas, em estilo saloon. Eu tenho um pouco de dificuldade com essas coisas temáticas, mas o lugar é bem bonito e abre todos os finais de semana do almoço até 19hs.

Na Serra do Papagaio (mais no começo) também fica o Sino da Paz, que foi confeccionado em 1988 com cápsulas de munição usadas em várias guerras pelo globo e afinado em dó maior que é considerado o tom da paz por cientistas e místicos.

Ele já circulou por vários lugares, sempre levando essa mensagem de transmutação da energia da violência para a energia da paz e hoje está em Aiuruoca, onde pessoas se reúnem para tocá-lo, meditar, enfim, vibrar a paz.

Veja a história do Sino da Paz e da Embaixada da Paz  no site deles e entre em contato se quiser visitar.

Outra atração do bairro é a Olibi, a primeira produtora de azeites de Aiuruoca. Todo sábado tem uma visitação guiada às 10hs para conhecer o processo de adaptação dos olivais na cidade (hoje largamente difundida) e também para conhecer o projeto de reflorestamento e recuperação ambiental deles.

No centro da cidade tem uma lojinha da Olibi e tanto no Armazém Macieira quanto no Emporium Daia você encontra esse e outros rótulos da cidade, como o Serra dos Garcias e o Leda.

O lindo restaurante Casal Garcia ao lado da Cachoeira dos Garcias em Aiuruoca.

A truta deliciosa do Casal Garcia, pertinho da Cachoeira dos Garcias.

4) Cachoeiras: dos Macacos, do Deus me Livre, do Batuque e muitas outras: passe no Centro de Informações, pegue um mapa e siga em frente. Ou pergunte. Todo mundo conhece uma cachoeira ou um lugar bonito para te apresentar. Em Aiuruoca sempre vale a pena conversar com os locais.

Essas 3 cachoeiras citadas ficam entre o centro da cidade e o Vale do Matutu. A entrada não é sinalizada com placa nem nada, mas a maioria das pessoas sabe indicar o caminho. Todas são acessíveis por trilha em caminhadas que vão de 30m a 1h30 ida e volta

Outras cachoeiras são acessíveis por outra estradinhas como a que vai para Nogueiras, Alagoa ou a que vai até a Laje. Mais uma vez, pergunte. Sei que parece um conselho tosco, mas não vai adiantar eu ficar aqui dizendo pra você que tal coisa é na última curva antes do Vale do Matutu ou à direita depois do mata burro porque até quem já foi se perde…

Ah! E aceite convites. ;)

Veja também esse post de Bueno Brandão, uma outra linda cidade das cachoeiras!

A deliciosa Cachoeira dos Macacos, perto do Vale do Matutu em Aiuruoca!

5) O outro lado: Cangalha, Nogueira, Quatro Óleos, Alagoa: seguindo do centro no sentido Matutu haverá uma bifurcação que vai indicar esse vale pela direita e, pela esquerda, “o outro lado” como eu chamo carinhosamente, pela esquerda.

Falo assim porque poucas pessoas se aventuravam por ali até bem recentemente, mas o outro lado também se desenvolveu para o turismo e hoje tem vários lugares interessantes, especialmente em Cangalha e Nogueira, onde surgiram algumas pousadas como a Recanto das Estrelas, com seus chalés lá no alto, alguns airbnbs, o Bistrô Florenza, o Cantinho da Vó Nete (que tem porções, comidinha mineira e dizem, muita animação) e o Ecoturismo Tripuí que tem hospedagem, comida e passeios.

Tem umas cachus, mas, de novo, é preciso perguntar para encontrá-las.

É por aqui também que você vai encontrar o famoso queijo parmesão de Aiuruoca diretamente dos produtores. Siga as placas e dicas locais e se delicie com essa iguaria de Aiuruoca cujos primeiros registros são de 1819!

As belezas dos caminhos pelo Vale do Matutu.

6) O Céu: não, não é um lugar no chão, é o céu mesmo, aquele acima das nossas cabeças. Só que em Aiuru ele está incrivelmente perto e dá para ver todas as milhares de estrelas, constelações, naves espaciais e tudo o mais que tiver por lá.

Lindo de morrer, tão incrível que no inverno você pode esquecer de viver olhando para ele e morrer congelado. Não esqueça dessa contemplação quando decidir o que fazer em Aiuruoca.

7) Centro: o pequeno centrinho tem umas casas bonitinhas, a igreja, e a praça central onde de vez em quando tem algum agito. Não deixe de parar no Armazém Macieira, como já falei antes. Tem muitos produtos locais e da região, como queijos premiados, as famosas trutas, mel, cachaça, cafés de Baependi e muito mais.

Por fim, tem uma lojinha linda, a Estrela D’água, que há alguns anos sofreu com um incêndio, mas voltou com força total. Além de artesanatos de artistas locais, essências e roupas, tem muitos objetos de decoração em estilo indiano/asiático/esotérico.

Atualmente a Estrela D’Água divide o espaço com o Emporium Daia, que além de produtos da região, tem todo tipo de grãos e chás e um terraço bem gostoso para um café ou uma cervejinha.

Não esqueça jamais de olhar o céu em Aiuruoca! Vale do Matutu.

Melhor época para visitar Aiuruoca

No verão pode chover muito e as estradas de terra podem ficar meio difíceis, mas se você tiver um 4×4, nada te impede. Já no inverno faz frio, frio, frio, frio de dormir de gorro, é para quem gosta. Eu particularmente gosto mais de ir entre abril e maio e entre setembro e outubro quando em geral chove menos e pode ter dias quentes para curtir as cachoeiras.

Duas festas são importantíssimas: dia de reis, em janeiro, quando acontece uma lindíssima procissão, e a páscoa. Vale a visita para conhecer as tradições locais nessa época. Não esqueça de passar na praça da igreja para tomar uma benção drive-thru! Além dessas, o pré-carnaval já é famoso em Minas, mas o carnaval mesmo é para quem quer sossego.

Onde ficar em Aiuruoca – Dicas de Hospedagem

Muitas vezes ficamos na região da Pedra (uma fazenda), no caminho do Matutu, por ser perto de vários lugares que gostamos de ir sempre.

Fica ali o camping Panorâmico, para quem gosta desse tipo de hospedagem. Está há uns 10kms da cidade, então pode ser difícil de ficar lá sem carro.

Ao lado do Panorâmico fica o mercadinho Armazém da Terra, da simpática Marília, com produtos de dia a dia e especiais da região. O Vale do Matutu, bem como algumas cachoeiras, são acessíveis à pé (caminhadas médias).

Por ali tem a pousada Oásis do Caminho, que é bem básica nos chalés, mas limpa, com preço simpático, coração grande, bom papo e café da manhã. Também serve almoço e uma pizza a noite, é só combinar.

Mais próxima da cidade fica a Estalagem Mirante, mais arrumadinha, com uma bela vista (no mirante) e café da manhã farto e gostoso. Outras opções antes do Matutu são: Pé da Mata, e a Mandala das Águas. Essa última tem uma pegada bem mais arrumada e romântica, com ôfuro e tudo e o preço é ótimo.

Já no Vale do Matutu ficam a Pedra Fina e a Patrimônio do Matutu. Além dos chalés da Tia Iraci. É interessante para quem quer explorar melhor o Vale do Matutu mesmo, senão tem que dirigir bastante.

O mesmo vale para Cangalha, que tem a Recanto das Estrelas. É uma experiência diferente, porém tenha em mente que é mais longe dos atrativos mais conhecidos no Vale do Matutu e Cachoeira dos Garcias.

No centro há outras opções como a Pousada do Dudu e a Ajuru. No centro acho que só vale a pena para quem vai sem carro para ter facilidade de tentar um táxi/uber ou contratar passeios.

Já pros lados da Cachoeira dos Garcias, além do hostel do Casal Garcia que mencionei, há a Canto das Bromélias, uma pousada com uma vista de enlouquecer que exige um bom investimento para ser apreciada.

E tem muitos airbnbs, tanto no Vale do Matutu quanto na Serra do Papagaio e Cangalha.

O que você precisa ao escolher onde ficar em Aiuruoca, seja no Vale do Matutu, no centro, Cangalha ou Cachoeira dos Garcias: um quarto quentinho, uma rede e uma vista das araucárias… O livro é por sua conta. ;)

Onde comer em Aiuruoca

Há muitas opções para comer em Aiuruoca, vem ver!

Kiko e Kika Restô infelizmente, a Kika deixou esse plano astral e o restaurante fechou definitivamente. Fica a saudade, porque comer lá era algo inexplicável. Considerava um pecado não parar para comer a truta defumada com maestria pelo Kiko e preparado com perfeição pela Kika e é por isso que ele vai continuar aqui nas indicações de onde comer em Aiuruoca, como homenagem.

Apesar da perda do restaurante, ainda é possível conhecer o lindo paraíso que eles mantinham ali e se divertir na companhia do Kiko, que aluga pelo Airbnb a “Toca” um loft abaixo da casa dele. Dizem que a arte de bem receber continua firme e forte e que os hóspedes recebem mimos e provam a maravilhosa truta defumada pelo Kiko. ;)

Para os não hóspedes, dá para comprar as trutas defumadas congeladas lá com ele mesmo (no comecinho da estrada para o Matutu) ou no Armazém Macieira, no centro. VALE DEMAIS A PENA!

Tia Iraci: o restaurante da Tia Iraci ganhou fama lá no Matutu e hoje é considerado uma experiência. Além do lugar ser uma graça, a comida é bem mineira e deliciosa. Tem opção de prato feito ou de comer à vontade, além de porções (se você ama um pastel de angu, peça!) e famosas caipirinhas.

Pensa que é só? Não! Ainda tem a cerveja artesanal da Tia Iraci e sobremesas deliciosas. Os sorvetes de capim santo e de amora me fazem voltar, sempre!

O papo por lá é bom, a comida farta, a bebida solta. Não programe nada pra depois!

É preciso agendar antes com a Tia Iraci para que ela tenha um controle da quantidade de pessoas e horários, porque é tudo feitinho ali na hora. Se você for apenas para comer, não precisa pagar o estacionamento do Matutu, pare antes, ao lado do campinho (tem placa “estacionamento Tia Iraci”).

De noite a família da Tia Iraci serve uma pizza de fermentação natural inacreditável de tão boa. É preciso reservar antes também e dá para pedir delivery se você estiver no Matutu ou no bairro da Pedra. Porém, aconselho a ir comer lá mesmo, porque a massa é maravilhosa e você vai conseguir curtir bem melhor comendo ali logo que sai do forno (ainda tem vinhos e drinks e um ambiente bem gosstoso).

A de abobrinha, feita sem molho de tomate, mas com queijo de qualidade e muito pesto de manjericão, é divina. E prove uma das doces. Nada é simplinho, tudo muito caprichado e diferente!

Pode ser meio complicadinho chegar lá de noite para quem não conhece o Matutu, mas o caminho é bem simples. Nada que uma checada de dia e um celular com lanterna não resolva. E o céu no Matutu, meu Deus, é lindo demais, aproveite para curtir aquele mar de estrelas enquanto caminha até o restaurante.

Onde comer em Aiuruoca: literalmente, na deliciosa casa da Tia Iraci no Vale do Matutu!

Sorvete de Amora da Tia Iraci só perde para o de Capim Santo, consagrado por ela mesma no Vale do Matutu. =D

Portal da Serra: o restaurante fica logo na entrada do Matutu, subindo um pouquinho pela estrada do lado direito, sentido Poço das Fadas. Vá de carro, tem estacionamento em frente. O espaço do restaurante é delicioso, todo envidraçado e com uma vista lindíssima do vale.

O risoto com truta é famoso, mas acabei provando o feijão tropeiro, que recomendo muito. Estava maravilhoso e é super bem servido, trouxe até marmita! Pastel de angu divino também, crocante e de massa fina.

De sobremesa, invista na esfera de iogurte, que é super diferente e saborosa. Achei os preços aqui muito justos. É para sentar, curtir a vista, experimentar as cervejas locais sem pressa.

Fios da Terra: esse bistrozinho fica bem perto da pousada Mandala das Águas e dizem que é tudo ótimo por lá. Nunca dei sorte de encontrar aberto, mas qualquer hora experimento e conto melhor.

Para todos esses 3 convém reservar com antecedência, especialmente em feriados.

O Restaurante da Gilda no Vale dos Garcias é um lugar lindinho onde eu queria morar, com comida maravilhosa. Sem falar na D. Gilda, uma daquelas figuras que a gente quer abraçar e levar para casa! Pena para nós que o restaurante está fechado desde o início da pandemia e não sei se foi ou será reaberto.

Mas deixo outra dica. É de um dos simpáticos filhos da Dona Gilda a produção do maravilhoso queijo GOA, feito lá na Fazenda da Laje. Não deixe de levar um pra casa, dá para comprar lá no Armazém Macieira.

Casal Garcia: como falei, fica na entrada da Cachoeira dos Garcias. É todo de vidro, com uma vista lindíssima e um jardim muito agradável, além de uma mini lojinha com produtos locais.

O prato principal é truta e é muito gostosa, diga-se. Tem porções também, mas achei normal e um pouco mais caras. Vá de truta. Fiquei surpresa com os detalhes do prato e da saladinha, confesso que esperava algo mais simples até. E o suco de framboesa, meus amigos, é imperdível!

Casarão e Aroma da Serra são 2 pizzarias na praça da Igreja, ambas bem gostosinhas para fechar a noite!

Restaurante Central: fica ali na praça, na frente da igreja e pode parecer simples demais, mas a comida é puro luxo. Comida mineira para ninguém botar defeito, servida à vontade no fogão à lenha por R$ 30,00 por pessoa. Para quem quer comer muito bem sem gastar demais. Atendimento simpaticíssimo.

Bulim: um novo café bem no centrinho que é lindo e delicioso!

Onde comer em Aiuruoca: o prato delicioso da Tia Iraci no Vale do Matutu.

Roteiro em Aiuruoca para 3, 4 ou 5 dias

Considerando todas as dicas do que fazer em Aiuruoca que já dei, acho que já deu para perceber que em razão das distâncias, dificilmente você vai visitar Aiuruoca em um fim de semana.

É mais provável que aproveite uma feriado ou férias para poder ter pelo menos 2 dias inteiros na cidade ou não vai dar nem para dar um cheiro e já vai ter que voltar, né?

Então assim, num roteiro de 3 dias, considerando que você terá 2 dias inteiros e um meio dia, eu sugiro que você faça o seguinte:

Dia 1: Vá para a Serra da Cachoeira dos Garcias – faça o passeio pela Olibi e depois siga para o Poço do Joaquim Bernardes ou para a Cachoeira dos Garcias. Almoce no Casal Garcia, aproveite a vista e na volta, passe no Sino da Paz.

À noite, coma uma pizza no centro e admire o céu!

Cachoeira dos Garcias, Aiuruoca.

Dia 2: Vá para o Vale do Matutu – na ida pare para ver a igrejinha no caminho, conheça o casarão, a lojinha e escolha uma caminhada – longa até a cachoeira do Fundo, média até a cachoeira do Meio ou curta só dando uma voltinha e indo ao Poço das Fadas. Almoce na Tia Iraci ou no Portal da Serra.

Não esqueça dos produtinhos cheirosos da Aroma do Vale, da cesta ou dos produtos orgânicos no casarão, do barzinho pro fim do dia.

Tem produtores de várias coisas na estrada, veja as placas se quiser levar mel, cachaça, doces.

Pare também para comprar as trutas do Kiko se quiser levar para casa (leve uma geladeirinha), mas se não der, ele fica bem próximo do centro e dá para voltar no outro dia.

À noite, coma uma pizza no centro e admire o céu!

A linda e energizante Cachoeira do Fundão no Vale do Matutu.

Dia 3: Escolha uma outra cachoeira para passar a manhã ou volte na linda Cachoeira dos Garcias, se quiser. A de mais fácil acesso e em que já bate o sol cedinho é a Cachoeira dos Macacos, mas a do Batuque é bem gostosa também. Pode ser que a sua pousada tenha uma cachoeirinha, aproveite!

Almoce no Restaurante Central e passe no Armazém Macieira e na Estrela D´Água para levar mais umas coisinhas. Acredite, você vai querer!

Opções: se você quiser subir ao Pico do Papagaio, sugiro fazer esse passeio no dia 2 e no terceiro dia ficar de boa pelo Matutu e Poço das Fadas. Não coloquei o Pico como um passeio mais “obrigatório” porque como é uma caminhada bem puxada, a maioria das pessoas não faz. Mas você pode dedicar um dia à ele em qualquer opção de roteiro.

Se tiver mais dias não faltarão opções para você curtir. Eu costumo ir numa cachoeira só e lá ficar o dia todo. A cachoeira do Batuque (onde, se ficar em silêncio, você realmente ouve o batuque das águas) é uma das minhas preferidas, tem uma caminhada gostosa até lá e quase sempre está vazia ou com poucas pessoas, assim como a dos Macacos (onde, às vezes realmente tem macacos).

Passando o dia mais tranquilo, você pode ir até a Vó Nete na Cangalha para almoçar e conhecer outras coisas do “outro lado”.

Também vale a pena ir 2 dias ao Vale do Matutu, fazendo a caminhada ao Fundão num dia e descansando no Portal da Serra e no Poço das Fadas no outro. E jantar a pizza da Tia Iraci.

Não esqueça de ir curtindo as lindas paisagens do caminho!

Pelas estradas onde fica Aiuruoca, próximo da Cachoeira dos Garcias.

Por fim, para quem tem mais tempo e quer combinar com outras atividades: em Baependi, a cidade ao lado, há a fazenda de café Seival – que é uma delícia – e que tem uma visita guiada. Há também muitas cachoeiras, trilhas e travessias de Aiuruoca à Baependi pros mais aventureiros, além do Santuário de Nhá Chica, que vale a pena conhecer. Já em São Lourenço é possível fazer um inesquecível passeio de balão!

E para quem encara um pouco mais de estrada, há Carrancas e Luminárias, outros paraísos das cachoeiras, há pouco mais de 100kms. Já fiz esse roteiro combinado e vale demais a pena, só ressalto que tem MUITA estrada de terra no trajeto. Conto mais delas em outro post!

E também dá para emendar mais dias com Ibitipoca, já contei tudo o que fazer por lá nesse outro post ou até seguir pela Estrada Real – Caminho Velho e seguir para outra das cidades da região.

Bom, é isso, acho que você já sabe o que fazer em Aiuruoca e está pronto para aproveitar esse lugar divino.

A caminho do Vale do Matutu em Aiuruoca.

O que NÃO fazer em Aiuruoca

 Já te dei toda a letra de tudo o que há para fazer no cantinho mágico, mas queria deixar essas dicas importantes:

1) Não perturbe o ambiente: evite música alta, gritaria ou churrasco nas cachoeiras e trilhas. O lugar é para relaxar, desconectar, ouvir os pássaros, o vento, o batuque da cachoeira do batuque, os macacos da cacheira dos macacos, os bichos não identificados que estão pela mata. Há muitas opções de lugares para você agitar nesse mundão.

2) Não corra com o seu carro, mesmo que você tenha investido muito num jipão só para andar pelas montanhas: as estradas são estreitas, as crianças e os bichos vivem livres e podem se assustar ou até sofrer acidentes, no tempo seco os carros levantam poeira na cara dos pedestres e na época de chuva jogam lama. Enfim, respeite.

3) Não deixe de valorizar os produtos locais: a produção é variada e além de ajudar a economia local você leva o capricho e a pureza de Aiuru.

4) Siga suas convicções nos seus limites: tem espaço para tudo, para quem come carne, para quem não come, para hinduistas, budistas, espíritas, evangélicos, etc, etc, etc. Viva o que você acredita, mas simplesmente deixe os outros viverem o que eles acreditam. Tudo em Aiuru pode te levar à paz, não desperdice esse momento.

5) Não estrague nada. Não deixe lixo em lugar nenhum, não arranque plantas, não mate nem alimente animais, não acenda fogueiras que possam causar incêndios, não desperdice água, não invada o espaço dos outros. Lembre-se de ser educado e se precisar de ajuda, tenha certeza que alguém sempre estará lá. ;D

Namastê Aiuruoca! Namastê Universo por me colocar no seu caminho lindo!

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