Pousada Casa Bonita – Visconde de Mauá
Esse post deveria ser apenas sobre Visconde de Mauá . No máximo Visconde de Mauá – Pousada Casa Bonita. Mas não dá. Vai ter que ser sobre a pousada e só um pouquinho sobre Visconde de Mauá.
Verdade seja dita, a Casa Bonita é para quem não está muito preocupado com a conta bancária ou, se não for este o caso, é para quem pretende investir em um momento bem-bom. Não que os preços sejam abusivos ou exagerados, mas também não é modelo econômico. Só que vale ca-da-cen-ta-vo!!! Reserve aqui e seja feliz!
Para começar, vale porque não é hotelzão, é pousada. Eu adoro um luxo, gente que até abre a porta para passarmos, diversos restaurantes, piscina aquecida, mas na verdade me satisfaço muito mais com a simplicidade.
Não estou maluca não. Por exemplo, chave de quarto magnética. É ótima, mas acho extremamente irritante chegar cansada e descobrir que a chave desmagnetizou, ter que voltar na recepção, falar com alguém, esperar. Acho muito mais interessante descobrir que em cada chave de suíte/chalé tem uma mini lanterninha para que mesmo que tenha esquecido de deixar a luz acesa ou simplesmente queira observar as estrelas, possa depois encontrar a sua porta e conseguir abri-la.
Carregador de mala também pode ser útil, mas eu que sempre viajo com mala pequena não apenas dispenso como ainda acho meio chato ter que ficar explicando que não preciso que ninguém carregue. Muito mais legal é ver que no meu chalezinho tem dois guarda-chuvas enormes e lindos para eventualidades. Mais legal ainda é ver que na porta da recepção tem mais uma porção deles para o caso da eventualidade ocorrer antes de você chegar ao quarto.
Papel de carta, gel de banho, shampoozinho, não uso nada. Agora, uma pantufa igualzinha à que a minha vó fazia e que é infinitamente mais confortável que qualquer novo modelito eu tive dificuldade de tirar do pé…
Resumindo: é pousada, mas é cheia de mimos. Mimos pessoais e deliciosos. Toalhas tão cheirosas que ninguém sente vontade de se desenrolar, velinhas apropriadas para não sofrer acendendo a lareira, telefones nos recônditos longíquos para você pedir um drink, sauna perfumada, livros interessantes à disposição, bons CDS para pôr para tocar durante o jantar.
Ela tem tudo o que as outras pousadas da região têm e que os turistas procuram: chalés aconchegantes, lareira, banheira, acesso ao Rio Preto, só que sobra tanto bom gosto que nem dá para comparar.
Chegamos num sábado e ficamos até segunda. A pousada oferece diárias só com café-da-manhã, mas me recomendaram aproveitar a pensão completa. Como nós adoramos comer e a região tem muitas boas opções gastronômicas, não fomos nem tanto ao céu e nem tanto à terra e pegamos uma diária só com café e outra completa (não é uma medida para baratear a viagem, já que os restaurantes dali são na maioria caros. Se quiser baratear mais, saiba que durante a semana as diárias são bem mais em conta e valem a pena para aqueles diazinhos de folga).
O plano era sairmos de manhã de São Paulo, chegarmos lá na hora do check in e sairmos para almoçar no Gosto com Gosto, o restaurante de comida mineira mais bem cotado de lá. Plano excelente se tivessemos visto antes que a pousada fica no Alto da Maromba, ou seja, depois da Vila de Visconde de Mauá, da Vila de Maringá e da Vila da Maromba, as três que formam “Visconde de Mauá” e o restaurante ficava logo ali na primeira…
Perdemos um bocado de tempo e chacoalhamos bastante na estrada de terra indo até a pousada e depois voltando, mas também não foi um grande problema. A comida realmente era espetacular. Comemos um tutu a mineira e tenho que dizer que foi a melhor costelinha que já comi na vida. Entenda que eu não gosto de costelinha e não gosto de carne de porco. Evito as duas coisas o máximo que posso, então não é pouco. Espetei meu pedaço corado de costelinha crente que estava durinha e disposta a comer só um pedacinho, mas a carne se desfez no garfo e estava de um jeito que eu nunca comi igual. Ma-ra-vi-lho-so. Uma mesa de sobremesas caseiras ainda estava incluída, adoro! Meu senão fica por conta do torresmo, de quem eu também não sou a melhor amiga, mas que neste caso era do tipo branquinho e magrinho enquanto eu esperava aquele marronzinho e gordinho, típico mineiro…
Saimos de lá rolando e resolvemos caminhar um pouco. A Vila de Visconde de Mauá é bem mais aberta que as outras. Eu gosto. Passamos pelas lojinhas, conversamos um pouco, demos uma volta na mata…
Engraçado que eu tinha estado lá há muitos, muitos, muitos anos. Lembrava basicamente que foi lá que descobri que leite direto da vaca não me cai bem, que a serra de terra era muito cabulosa e que havia uma loja de produtos esotéricos do lado da outra, onde comprei vários gnomos e fadas.
As lojas esotéricas ainda estão lá, mas já não são tantas. Hoje há mais restaurantes estilosos e lojas de decoração. A estrada foi asfaltada há um ano e, opiniões divergentes à parte, modificou um pouco o turismo na região, recebendo atualmente mais turistas durante a semana e mais turistas bate-e-volta.
Voltamos no fim da tarde para aproveitar a pousada e ai sim todos os nossos planos foram por água abaixo.
A pousada tem várias espreguiçadeiras espalhadas cuidadosamente pela beira do Rio Preto de forma que todos ficam em contato com a natureza, mas confortáveis e com um bom grau de privacidade. Assim que sentamos com nossas toalhas cheirosas nas fofas almofadas a preguiça realmente tomou conta de nós. Desistimos de ir às cachoeiras que pretendíamos. Peguei meu “O Nome do Vento” e tive a certeza de que 600 páginas de história fantástica combinava mesmo com o lugar. Também combinava a Serra Gelada, da nova microcervejaria da região.
À noite fomos até Maringá. Demos umas voltas, curtimos as lojas, os bares, conversamos mais um pouco, atravessamos para o lado mineiro, que considero bem mais gostoso, e paramos no Borbulha para jantar.
O Borbulha é um restaurante super estiloso. Tem uma coleção de 5.000 vinis à disposição dos clientes que podem escolher um para tocar. Toda a decoração é baseada nisso: bolachão na toalha de mesa, música nos sousplats, esculturas de músicos famosos, músicos famosos nos nomes dos pratos… A comida estava boa, embora o preço seja um pouquinho salgado.
Já que o assunto é comida, vamos voltar para a pousada. Café da manhã delicioso, cheio de pãezinhos, geléias, frutas e até mini pamonhas! O almoço também é ótimo. Simples, mas saboroso e com docinhos caseiros, que considero um plus. Agora o jantar era realmente divino e faz você se arrepender de não ter comido lá todos os dias. Queijos diversos, pães saborosos, uma delicada sopinha e uma quiche cremosa. Tudo à luz de velas, você só precisa pedir um vinho. Com isso quero passar a diante a recomendação pela pensão completa, pelo menos em uma diária se você ainda quiser conhecer outros restaurantes. Ainda acrescento que os preços das bebidas na pousada são muitíssimo justos.
Na saída descobrimos que a cozinheira que nos enfeitiçou nem era a cozinheira oficial, que estava de férias. Já podíamos ter feito novas reservas: seremos obrigados à voltar!
Vale ca-da-cen-ta-vo por causa disso? Sim, mas tem mais.
Não conseguimos chegar nem à metade da nossa programação. Fomos apenas à gostosa Cachoeira do Escorrega, que fica a poucos metros da pousada, assim como o Poção da Maromba. Passamos o resto de tempo curtindo o rio e as águas puras, as espreguiçadeiras, a sauna perfumada, dando uma olhadela e invejando (no bom sentido) o atelier da Cassia, curtindo nossa suite, dormindo nos excelentes lençóis térmicos.
E aqui tenho que dizer que se você entrar no site deles vai ter dificuldade em escolher onde quer ficar de tão legais que são todos os lugares. Escolhemos o chalé 5. Ao chegarmos lá, a Glaucia achou melhor nos mostrar também a suite 10, que ela disse ser a preferida dos casais e estava vaga. Fizemos a troca. Escolhemos o chalé para ficarmos mais isolados, mas a suite também era escondidinha e era encantadora. Banheira, lareira e cama no mesmo ambiente, enquanto o chalé era mais estilo casinha: 2 quartos, banheiro com banheira, saleta…
Que simpatia da Glaucia né? Ela realmente é uma fada, sempre sorrindo, pronta para um papinho, solícita. Como todos os outros funcionários e os donos da pousada que até nos mandaram um cartão de Natal (e não era daqueles bregas não, era lindo!). Todos, sem exceção, me pareceram felizes, não é impressionante??? E não tem nada a ver com morar num lugar encantador. Há gente infeliz e mau humorada em toda a parte.
Cinéfilos de plantão tem uma boa estadia garantida. Pense num clássico e ele estará lá na recepção para retirada: Saura, Fellini, Allen, Buñuel, Coppola, Kurosawa, etc…. Onde você dá umas risadas com Bagdá Café? Tem gente que torceria para chover durante uma semana, ainda mais com a TV que gira para a banheira e para a cama… ;)
Na segunda ainda nos deixaram ficar até mais tarde, já que não haveria nova ocupação no mesmo dia. Curtimos mais um bocado e na volta paramos para comer no Tropeiro. O Comida Mineira é um prato delicioso e imenso que daria para 3 pessoas, mas o atendimento foi assim meio displicente. Eles compensaram dando um bom desconto porque curiosamente não tinham torresmo, me obrigando a vir embora sem curtir a iguaria.
Sua única preocupação depois de um fim de semana como esse será descobrir quando poderá voltar!!!
∞
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the same RSS issues? Anybody who knows the answer will you kindly respond?
Thanx!!