O que fazer em São Bento do Sapucaí: confira tudo que essa linda cidade onde fica a Pedra do Baú tem para oferecer aos visitantes! Aqui tem dicas de passeios culturais, trilhas e uns restaurantes em São Bento do Sapucaí para todos os bolsos e gostos. A serra da Mantiqueira, onde fica São Bento do Sapucaí, é um lugar mágico e encanta a todos que se aventuram por ela, vem ver!
Onde fica São Bento do Sapucaí e como chegar
Começando pelo princípio porque nem todo mundo conhece a cidade e nem sabe onde fica São Bento do Sapucaí. Pois bem, ela fica na Serra da Mantiqueira, na divisa entre São Paulo e Minas Gerias, sendo vizinha de Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal pelo lado paulista e com Sapucaí-Mirim, Gonçalves e Luminosas pelo lado mineiro.
Como você pode ver, São Bento do Sapucaí tá ali no miolinho das cidades charmosas que ficam razoavelmente próximas de São Paulo e também tem aquele climinha romântico do friozinho na montanha.
Porém, São Bento tem uma pegada mais aventureira, pois é ali onde fica a Pedra do Baú e todo o complexo de um imenso paredão rochoso que inclui também a Pedra do Bauzinho e a Pedra da Ana Chata, todas acessíveis por trilhas e com vistas lindíssimas da serra. Fique calmo que explico como conhecer tudo isso e mais algumas coisitas abaixo!
É meio complexo chegar e se locomover em São Bento sem carro, já que muita coisa fica em zona rural. Os únicos ônibus que chegam em São Bento saem de cidades próximas como Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal, Pindamonhangaba, São José dos Campos, Itajubá e Paraisópolis. Então, qualquer viagem sem carro vai exigir uma parada em alguma dessas cidades e coordenação com os horários dos ônibus, que não são tão frequentes.
As estradas para chegar em São Bento do Sapucaí são: a Airton Senna até a entrada para Campos e depois a serrinha que leva para São Bento e sul de Minas para quem sai da região de São Paulo; a Dutra e a serra para quem sai da região do Rio de Janeiro ou a Fernão Dias e BR 459 para quem vem de Minas.
Agora que você já sabe onde fica e como chegar em São Bento do Sapucaí, bora para as delícias da cidade?!
Ah, e aproveite esses dicas de pousadas em São Bento do Sapucaí para escolher onde se hospedar!
O que fazer em São Bento do Sapucaí – As trilhas e pedras
Como mencionei, São Bento do Sapucaí tem esse clima de esportes na natureza, com trilhas, cachoeiras e muito verde que atraem tanto os aventureiros de fim de semana quanto corredores de maratonas e escaladores profissionais, já que o complexo da Pedra do Baú tem mais de 30 vias de escalada!
Não falta o que fazer para todo tipo de pessoa, então vou destacar as principais trilhas e picos, deixar dicas de empresas que levam para aventuras que requerem guias e equipamentos e ainda indicar um parque ecológico.
Existem ainda muitas trilhas de mountain bike, mas sobre essas sei pouco porque não são minha praia. Você encontra informações bacanas sobre os rolês de bike aqui.
1) MoNa e a Pedra do Bauzinho
A Pedra do Bauzinho é acessível pela entrada do MoNa – Monumento Natural Estadual da Pedra do Baú-, que fica na APA denominada Saucaí-Mirim, uma enorme área protegida que inclui o complexo do Baú.
Essa entrada dá acesso às trilhas que levam às 3 pedras do Complexo do Baú, mas é utilizada majoritariamente para chegar à Pedra do Bauzinho, que é uma das caminhadas mais fáceis de São Bento do Sapucaí.
A Trilha pro Bauzinho tem pouco menos de 2kms de extensão, boa parte em estrada de terra, com um pouco de subida e um terreno tranquilo de andar. Somente a parte final, bem no topo da pedra, é mais estreita e requer cuidado, mas nada muito perigoso e não é preciso ir até o fim da trilha para apreciar a vista.
Idosos e crianças podem subir de carro até bem próximo do início da parte mais fechada da trilha e reduzem pela metade o tempo de caminhada.
No meio do caminho há um mirante de onde se vê a magnitude da extensão da Serra da Mantiqueira. Quando chegamos ao topo, deslumbramos a Pedra do Baú pela lateral.
É uma trilha rápida, mas sempre recomendo levar água e ir de tênis, além de passar protetor solar se estiver sol.
Dali também é possível seguir caminhando para a Pedra do Baú e/ou para a Ana Chata e até fazer a trilha das 3 pedras, mas há outras entradas mais próximas para fazer essas trilhas, como vou explicar abaixo.
A entrada no MoNa é paga, e a taxa é algo em torno de R$ 20,00 por pessoa. Tem banheiro e um café onde sugiro uma paradinha para se refrescar com um dos deliciosos picolés da Itabaú, sorveteria da cidade que é cheia de sabores diferentes!
Próximo da entrada do MoNa, há uma pista de vôo livre. Quem quiser, pode se aventurar também pelos ares.
2) Pedra do Baú
A trilha para a Pedra do Baú começa no Restaurante Pedra do Baú, no final da estrada da Ana Chata, e a entrada não é paga.
Qualquer um pode fazer a trilha até o pé da pedra. Não é muito longa e nem muito difícil, embora seja subida. Vale mais pela caminhada, porque não tem muita vista dali e você chega apenas no paredão.
Para subir a Pedra do Baú até o topo é preciso guia e equipamento apropriado, pois a subida é feita por via ferrata, uma escada de ferro chumbada na pedra. É necessário estar com grampos que evitem acidentes e quedas.
Eu particularmente acho a trilha até o pé da pedra bem gostosinha. Ainda não tive coragem de subir porque tenho um pouco de medo de altura e tenho medo de travar na descida, afinal, são cerca de 350 metros de paredão. Mas quem sabe um dia? Quando vejo o pessoal subindo sempre sinto um ânimo!
Algumas agências da cidade que levam até o topo são a Baú Ecoturismo, a Rotas e Rochas e a Armazém Aventura, que também tem vários cursos interessantes.
A lógica aqui é a mesma do MoNa: dá para seguir daqui para o Bauzinho ou para a Ana Chata, mas andando muito mais, então não faz muito sentido.
Na volta você pode parar no Restaurante Pedra do Baú, que é sempre muito animado e que é uma atração à parte.
Tem espaço para as crianças, muitas vezes tem música ao vivo, o pôr-do-sol é bem bonito do deck e a comida é tipo caipira, servida no fogão à lenha, boa para dar aquela sustança depois da caminhada. Eu acho o almoço um pouquinho caro (considerando que é preço fixo e eu como pouco), mas vale a pena conhecer.
Várias lendas envolvem a Pedra do Baú e os moradores da região, mas a mais interessante e que vale a pena você já conhecer, é a do sonho de escalada de um dos irmãos Cortez.
Dizem que neste sonho um dos irmãos visualizou uma rota de subida até o topo pela face sul (do lado do bairro do Baú, falo dele abaixo) e seguindo as dicas do além, os irmãos chegaram pela primeira vez ao topo da pedra em 1940.
A face sul é um pouco menos íngreme e um pouco menos lisa, mas ainda assim, foi um baita feito para a época! Eles tinham cerca de 50 anos e eram bem corajosos, hein? Pouco depois, em 1945, desceram com cordas pela parte norte pela primeira vez.
Foi também por conta da conquista e do entusiasmo dos irmãos Cortez que a via ferrata com seus 302 degraus começou a ser construída em 1943, com a ajuda de um sobrinho de Santos Dumont.
Luis Dumont Vilares comprou terras no entorno da Pedra do Baú para garantir o acesso das pessoas, ajudou na construção de um refúgio no topo da montanha (destruído ao longo dos anos) e ainda ajudou a fundar o Acampamento Paiol Grande, que fica aos pés da montanha pela Face Norte e até hoje é um marco da cidade.
A Pedra do Baú também tem muitas vias de escalada. Só de ver o povo pendurado eu quase infarto, mas para quem gosta, é um paraíso. Mesmo que você seja um escalador experiente, procure algum guia ou um grupo que já conheça as rotas para que suas primeiras empreitadas sejam mais seguras.
3) Pedra da Ana Chata
Na minha modesta opinião, uma das opções mais legais do que fazer em São Bento do Sapucaí, a trilha da Ana Chata não é das mais fáceis, mas também não é muito difícil.
É um pouquinho longa, tem cerca de 6kms no total, tem um bocadinho de subida, uma mini ferrata (escada), passa por dentro de uma caverna apertada e no fim ainda é preciso subir uma pedra íngreme segurando numa barrinha de ferro pequena, mas apesar do medo, dá tudo certo no final. É a famosa: credo, que delícia! Rá-Rá.
Apesar desses obstáculos um pouco mais desafiadores, não requer muito preparo físico e nem equipamentos especiais.
É uma trilha sinalizada, que dá para fazer sem guia partindo do estacionamento do Chico Bento, na estrada da Ana Chata.
Fique atento, porque essa mesma trilha leva para o Bauzinho e se você não estiver atento nas placas, pode acabar andando um trecho pro lado errado, o que na montanha sempre significa subida e mais subida no sentido contrário.
Leve água, alguma coisinha para comer, uma blusa, uma lanterna de cabeça para a caverna (dá para ir sem, mas a lanterna facilita bastante porque é difícil segurar a do celular na passagem já que é preciso apoiar as mãos em alguns trechos), e, claro, vá de tênis!
A vista do topo da Ana Chata também é da Mantiqueira e da lateral da Pedra do Baú. Lindimais.
Ah! Não deixe de dar uma paradinha na Quitanda Pão na Montanha, que fica no caminho do estacionamento. É uma “lojinha da honestidade” e tem pães e bolos frescos nos finais de semana, além de produtos regionais diversos. Tudo uma delícia, sou super freguesa.
Não tem atendimento, você mesmo anota no caderninho o que comprou e paga (em cartão ou pix), e os donos atestam que não levam golpes. Uma prova de que podemos ser melhores enquanto comunidade!
4) Trilha das Três Pedras
Bom, a trilha das 3 pedras é, literalmente, uma trilha que leva às 3 principais pedras de São Bento do Sapucaí citadas anteriormente: Baú, Bauzinho e Ana Chata.
Pode ser iniciada lá na entrada do MoNa e terminar na entrada da Ana Chata pelo estacionamento Chico Bento, ou o contrário.
Essa trilha requer o acompanhamento de um guia e apoio, pois além de longa e mais desafiadora, ela começa num ponto e termina em outro, ou seja, você não volta para onde começou e os pontos inicial e final são bem distantes.
Acho que é uma trilha bacana para quem gosta de mais desafios e tem mais preparo físico. Dependendo, dá para incluir um trecho de rapel ou escalada.
Mas quem prefere fazer as coisas mais tranquilamente, siga fazendo uma trilha de cada vez, dá para curtir São Bento do Sapucaí em vários dias sem cansar da paisagem.
5) Pedra da Balança
Bem menos famosa que as anteriores, a trilha da Pedra da Balança é uma trilha mais curta, de cerca de 2kms, que parte da Cachoeira do Tobogã, do outro lado da cidade, (com relação ao Baú) no bairro Serrano, e chega na… Pedra da Balança.
É uma trilha simpática, com subidas e com uma vista bonita também, mas do outro vale e montanhas da Mantiqueira.
Dependendo da época, se tiver chovido muito, a estrada que leva até bem perto do início da trilha pode estar mais difícil de transitar. Neste caso, é necessário parar o carro mais para baixo e a trilha ficará mais longa, podendo chegar a 5kms.
6) Trilha da Onça
Essa é uma trilha para quem quer explorar outros lados. Começa no centro do Bairro Cantagalo e vai até o Mirante da Onça, de onde se vê a cidade de Luminosa, vizinha de São Bento já em Minas Gerais.
Essa é uma trilha mais exigente, pois o percurso total tem cerca de 11kms e curiosamente em alguns trechos você está andando em SP e em outros você está em MG, porque ela vai cruzando as fronteiras.
Aliás, essa divisa tem ligação com um momento histórico muito importante, a Revolução Constitucionalista de 32, orgulho dos paulistas.
Na época da revolução essa região da divisa foi palco do movimento revolucionário que montou ali trincheiras para segurar os soldados mineiros que foram enviados para combater os revolucionários.
Dizem que na prática os soldados mineiros ficavam de um lado gritando que iam matar os paulistas, os paulistas ficavam do outro gritando que iam matar os mineiros, mas nunca teve combate nenhum. Rá-Rá. Eu adoro essas histórias da vida real, bem diferentes do que imaginamos.
Na Pousada do Quilombo há um mini Museu da Revolução Constitucionalista, que vale a visita. Fica lá também, num dos locais de entricheiramento, o restaurante Trincheira, que inclusive é bem gostoso. Bem, mas isso não tem nada a ver com a Trilha da Onça, foi só para você saber mais da história sambentista.
7) Trilha da Divisa e Volta da Represa
Essas 2 trilhas são mais utilizadas pelos bikers, pois são trajetos mais longos, de cerca de 20kms cada um e que passam por trechos com mais estrada do que trilha propriamente.
Mas quem gosta de andar, pode fazer à pé também, A primeira começa e termina no mesmo local da Trilha da Pedra da Balança, na Cachoeira do Tobogã. A segunda começa e termina no centro do Bairro Quilombo. A represa é bem pequenininha, mas os bikers gostam dessa trilha porque a descida é com emoção!
8) Caminho de Frei Galvão
Esse é um caminho de peregrinação, que vai do Bairro do Quilombo, em São Bento do Sapucaí, e termina em Guaratinguetá, terra onde viveu Frei Galvão, num percurso de 135kms.
É para os religiosos sim, mas também para os caminhantes que gostam de travessias e até como preparo para outros caminhos como o de Santiago de Compostela.
Cerca de 20kms são em estrada, todo o restante é por trilhas abertas pelos antigos tropeiros, todos indicados com setas azuis que levam às pousadas onde o peregrino carimba sua credencial, comprovando que fez o trajeto.
É uma caminhada de 4 a 5 dias, desafiante tanto pela distância quanto pelo trajeto íngreme, mas cheio de lindas paisagens.
9) Ecoparque Pesca na Montanha
Esse último item não é bem uma trilha, mas sim um parque. É um espaço enorme com opções para caminhar por pequenas trilhas e quedas d’água, pescar, andar a cavalo, praticar arco e flecha, fazer tirolesa, enfim, várias atividades com programação variada, inclusive no ateliê de artes.
Tem também um restaurante e pousada e é um bom lugar para famílias. Custa cerca de R$ 10,00 para entrar e as atividades tem custo variado.
O que fazer em São Bento do Sapucaí – Cachoeiras
Bem, você já sabe tudo sobre as trilhas de São Bento do Sapucaí, agora vai conhecer um pouco das cachoeiras! Existem outras, mas de difícil acesso ou em propriedades privadas, ficam aqui as que todos podem visitar com tranquilidade.
1) Cachoeira dos Amores
Uma das mais famosas de São Bento do Sapucaí, é um espaço com 3 pequenas quedas e algumas prainhas, bem gostoso para passar os dias quentes e para pessoas de todas as idades.
É possível chegar de carro até a entrada da cachoeira e dali a caminhada é curta até as quedas. Tem uma estrutura com banheiros, um café e uma lojinha. A entrada custa cerca de R$ 15,00.
2) Cachoeira do Tobogã
Esta cachoeira fica no bairro Serrano e tem uma queda bem bonita e em que é possível praticar rapel. Tem um poço bonito, mas raso. Dá para se refrescar, mas não dá para grandes mergulhos ou nados.
É um lugar perfeito para todas as idades também, sem muita dificuldade de acesso que é feito numa caminhada bem curta e plana a partir da placa na estrada.
3) Cachoeira do Toldi
Essa cachoeira é parada obrigatória para quem segue para o MoNA. Sua queda lindíssima pode ser vista da estrada e dá para fazer uma paradinha bem ao lado do deck.
O único senão é que é só para contemplação.
O que fazer em São Bento do Sapucaí – Passeios
Além das trilhas, escaladas e banhos de cachoeira, São Bento é cheio de lugares gostosinhos para flanar no restante do tempo. Olha só.
1) Centro de São Bento do Sapucaí
A cidade de São Bento do Sapucaí tem cerca de 10 mil habitantes, ou seja, é bem pequena. Mas apesar do tamanho, o centro é bem charmosinho e tem algumas lojinhas, restaurantes e cafés para visita.
Comece com uma paradinha no letreiro de São Bento na Praça General Marcondes Salgado para aquela fotinha clichê. Dali siga caminhando pela Rua Abade Pedrosa apreciando as casas até chegar ao Jardim Casarão.
O Jardim Casarão é um espaço multiuso que fica numa enorme propriedade que tem um casarão lindo cercado de jardins e que está sendo ocupado por diversos apaixonados, como eles dizem.
Ali fica o Acolhibento, que é um centro pedagógico, a deliciosa cafeteria La Siesta 34, a Queijo Casarão, a Padaria Casarão, os estúdios A Pimenteira (de papelaria) Capim (de tecidos) e a Ubuntu, uma loja de produtos ecológicos e artesanais. O espaço está em constante transformação.
Do outro lado da rua, fica outra cafeteria/restaurante que vale um pulinho. É a La Gorda Vegana, que antes ficava no Jardim Casarão e agora ocupa uma casa só sua.
Siga caminhando pelas ruas, há lugares aconchegantes para uma parada como o Café Grão Bento ou a Boticafé e a cervejaria Artesania (se nunca viu um lúpulo ao vivo, aproveite para conhecer o jardim deles!). Vá até a Praça Monsenhor Pedro do Vale Monteiro onde geralmente há alguma atividade, além de ter o famoso Bar do Tião, aquele botecão com mesinhas na praça, atendimento simpático, clima de interior e uma das poucas opções noturnas da cidade (embora feche cedo) em conjunto com o Blues Bar.
Ao lado da praça fica o Mercado Municipal de São Bento do Sapucaí e o Museu do Zé Pereira, um bonecão de carnaval tradicional da cidade.
O Museu é pequenito, mas é interessante para conhecer a história da cidade e do próprio Zé Pereira, que é comum não apenas em São Bento (mas isso deixo para você descobrir lá).
Nas ruas próximas da praça há vários restaurantes como os por kilo Sabor da Serra e Taipa, o Bistrô RCS e as pizzarias Deghusti e Bentô com opções para almoço e jantar.
Existem algumas pontos culturais no centro como a Casa da Cultura Miguel Reale, o mini museu Cinema Paradiso e a Comedoria Literária, que é também restaurante. Mas o horário de visitação e programação é bem variado, tem que checar quando for.
O centro também tem várias igrejas, umas mais comuns, outras mais tocantes, como a de Igrejinha de São Benedito, e tem a a Matriz, que além de ser bem bonita quando vista de longe, vale uma visitinha de perto.
Para chegar nela, suba pela lindinha Ladeira dos Pirilampos. Acho esse nome incrivelmente charmoso e a ruela, no seu apogeu, deve ter sido um arraso.
Ali na ladeira repare numa homenagem à Eugenia Sereno, pseudônimo de Benedita Rezende Graciotti, uma escritora sambentista que em 1966 recebeu o Jabuti como autora revelação por seu livro “O Pássaro e a Escuridão”, que dizem ser muito lindo.
Eugenia, mais conhecida como Ditinha, era dona de casa e escreveu o livro meio escondida, usando um pseudônimo para não ficar vinculada nem ao marido e nem à família, ambos ligados à cena literária e jornalística da cidade. Ainda assim, muita gente duvidou que ela mesma tivesse escrito o livro e boatos de que o autor era seu marido se espalharam.
Eu fiquei meio fascinada pela história dessa mulher, que poderia ser a de tantas outras! Qualquer dia escrevo um post só sobre ela. Existe um espaço cultura em sua homenagem ali pertinho que é voltado ao estímulo da leitura.
Bem, depois de visitar a Matriz, suba até o Mirante do Cruzeiro para apreciar sua vista linda da cidade. A subida é bem íngreme e até os carros sofrem, mas vale a pena.
2) Capelinhas de Mosaico e outras capelinhas
Se tem uma recomendação do que fazer em São Bento do Sapucaí é visitar as capelinhas de mosaico. Essas igrejinhas centenárias foram revitalizadas a partir de 2008 com intervenções dos artistas Ângelo Milani e Claudia Vilar e rapidamente se tornaram atrações da cidade.
Os artistas redecoraram as capelinhas com mosaicos e peças de coisas variadas. Ficaram uma gracinha.
São três: uma fica no centro, ao lado da casa do artista, outra fica na estrada que vai para o bairro Paiol Grande e Pedra do Baú e a terceira fica para os lados do bairro Quilombo.
Cada uma é diferente da outra, mas a do Quilombo me parece a mais fofa com sua linda integração com a natureza.
Basta dar uns giros na cidade e você vai encontrá-las. Além delas, vários pontos da cidade são decorados com mosaicos e artes que se espalharam tanto pelos artistas originais quanto por seus alunos.
Embora sejam as mais famosas, as capelinhas de mosaico não são as únicas capelinhas bonitas de São Bento do Sapucaí. Basicamente elas estão por todos os lados. Umas são mais singelas, outras mais arrumadinhas, mas acho um símbolo muito gracioso da cidade e várias merecem uma paradinha.
Uma das capelinhas mais pitorescas fica na região do Bairro Serrado e é dedicada a Santo Stylianos. Sim, entre tantas capelinhas bem típicas do interior, existe uma dedicada à um santo ortodoxo grego protetor das crianças. E é lin-da!!
3) Bairro do Quilombo
O bairro do Quilombo é outra das atrações de São Bento do Sapucaí que vale a visita.
Dizem que o primeiro quilombo foi formado ali na região por negros fugidos dos ciclos do ouro de Minas Gerais lá pelo século XVIII, mas pouco sobrou após incursões de bandeirantes e capitães do mato.
O nome, porém, sobreviveu, assim como as tradições da congada (eu adoro congada, gente! Minha mãe me levou para ver quando eu era criança e até hoje acho uma das manifestações culturais mais lindas do interior de São Paulo).
O bairro é formado por uma pequena vila em torno da Igreja da Imaculada Conceição e tem aquele clima de paz de interior, com uma pracinha para jogar conversa fora, sabe como é? Ali às vezes alguns produtores locais montam barracas e você pode aproveitar para levar verduras e legumes fresquinhos, mel, queijos e o que mais estiver por lá.
Mas o bairro do Quilombo é famoso mesmo pelo artesanato, que pode ser visto e comprado no galpão Arte no Quilombo e no Ateliê do Ditinho Joana.
No Arte no Quilombo você vai encontrar vários tipos de coisas, de cestas e marchetaria à arranjos florais.
Já Ditinho Joana é um artesão de fazer nosso queixo cair. Suas esculturas são incríveis e suas famosas botinhas simbolizam a cultura caipira brasileira com perfeição. Sem falar que o próprio Ditinho costuma receber os visitantes com extrema simpatia. Sério, não saia da cidade sem conhecer esse ateliê!
Também na região do bairro do Quilombo ficam 2 pequenos museus: o Museu do Carro de Boi Quim Costa e o Museu da Revolução Constitucionalista que já mencionei acima e fica na Pousada do Quilombo (onde também há um café com produtos locais, um ateliê de cerâmica e algumas atividades). As visitas são rápidas, mas interessantes.
Um pouquinho mais à frente do bairro fica o Frescor da Mantiqueira, uma fazenda de permacultura que tem vários produtos legais, como as tirinhas de banana. Não sei bem como explicar o que são as tirinhas, apenas prove, são deliciosas!
4) Outros Lugares Bacanas e Delícias Gastronômicas
Além de tudo isso que falei, São Bento tem outros segredos como o Teatro Garagem Fuscalhaço, a escola de chá Embahú que tem vários cursos e workshops sobre a cultura do chá, o Ateliê de Tecidos Nawake entre outros. Para estes é preciso agendar ou checar quando terão atividades.
Existe um museu virtual de São Bento, chamado MuMa. Tem um áudio guia com depoimentos dos moradores que você encontra aqui. Legal, né?
A região tem vários produtores de azeites, queijos, frutas, cogumelos, vinícolas e muitas opções para quem quer conhecer como as coisas chegam na mesa.
Alguns lugares legais, além da Frescor da Mantiqueira que já mencionei, são o Frutopia (já falei um pouco sobre aqui nesse post do Restaurante Entre Vilas), o lagar de azeites da Oliq, as queijarias e vinícolas do Bairro do Baú.
Aqui nesse outro post com os restaurantes em São Bento do Sapucaí detalhei bem as dicas gastronômicas da região! Aproveite e se delicie.
Livros sobre a Mantiqueira
Uma dica final para aqueles que também se apaixonam pela Serra da Mantiqueira, existem alguns livros super interessantes que falam da região e mantém viva a memória caipira como os lindos Arquitetura Rural na Serra da Mantiqueira, que foca no patrimônio cultural e o Serra da Mantiqueira, que desnuda suas lindas paisagens!
Já Os Puris da Mantiqueira resgata a história dos povos indígenas originários da região e é um ótimo lembrete de quem habitou essas terras antes de todo mundo.
Curtiu esse post? Então compartilha!