A medicina ayurvédica é um dos grandes saberes da civilização indiana. Muita gente vai estudar ayurveda ou busca tratamento ayurveda na Índia. Durante o meu sabático, pude fazer uma consulta ayurvédica em Varanasi e vou contar como foi e um pouquinho do que é a medicina ayurvédica e como ela pode te ajudar.
Varanasi – Cidade considerada mais sagrada do hinduísmo
Começando pelo lugar, porque é importante para o contexto da minha consulta.
Varanasi é uma cidade única, que reflete a cultura indiana como nenhuma outra. É a cidade considerada mais sagrada do hinduísmo e é em suas escadarias às margens do Ganges que os fiéis rezam, expurgam, purificam, morrem. Visitá-la é para quem verdadeiramente está interessados em conhecer a Índia, pois o que se vê por lá é completamente diferente de tudo que estamos acostumados e é duro assimilar. Mas quem se atreve – dizem – nunca volta igual.
Em minha visita à cidade durante meu ano sabático, fiz um walking tour guiado pelo queridíssimo Aayush do Roobaroo Walks para entender melhor a complexididade cultural daquele lugar e recomendo de coração a todos.
Num dos momentos mais peculiares da minha viagem para a Índia – que fica para outro post – enquanto tomávamos chai como os locais, o Aayush contou que ali na frente da casa de chá era uma clínica de medicina ayurvédica.
Meu olhinho brilhou. Vendo que fiquei interessada, ele começou a explicar melhor como funcionava e que, se eu quisesse, poderia fazer uma consulta ayurvédica, era só chegar lá entre 7h e 10h e esperar minha vez. A consulta era gratuita e o médico falava inglês.
A princípio fiquei meio constrangida. Primeiro porque eu não estava doente. Segundo porque não queria ocupar o lugar de outra pessoa que realmente precisasse da consulta ou de um tratamento ayurveda.
Não pude deixar de lembrar que a cidade é sagrada justamente porque acredita-se que o Ganges é o elo entre o mundo terreno e o espiritual, e que suas águas, além de operarem milagres de cura, é o local onde os mortos querem ter suas cinzas jogadas, o que leva à cidade muitos doentes.
Apesar dessas palavras parecerem meio funestas e a realidade em Varanasi também, naquele momento do chai eu estava inserida no dia a dia dos moradores e não dos peregrinos, e o contexto não era de morte e sim de melhor viver. Além disso, essa minha forma de pensar era guiada pela medicina convencional como a conhecemos e não pela ayurveda.
Por isso, acreditei quando Aayush me garantiu que não tinha problema eu não ter uma doença identificada naquele momento, porque a medicina ayurvédica era sobre equilíbrio e não necessariamente sobre estar doente.
Segundo ele, o médico saberia o que eu precisava ao me examinar. Também garantiu que a clínica não era lotada, mas se eu chegasse lá e tivesse cheia era só ir embora.
Fui vencida pela curiosidade e, já que o tour começou e terminou cedo, rumei para a clínica. Não tinha ninguém. Uma recepcionista me disse apenas para esperar e depois de alguns minutos fui chamada para falar com o médico.
Veja também sobre a espiritualidade na Índia esse post sobre MacLeod Ganj, onde vivie do Dalai Lama.
Como é uma Consulta Ayurvédica na Índia
Sem saber bem como me comportar numa consulta ayurvédica, muito menos na Índia, entramos eu e o Gabriel no consultório, que era uma salinha pequena com apenas uma mesa e 3 cadeiras: a do médico, uma de frente para ele e uma de lado.
Ele perguntou quem seria atendido e quando disse que seria eu, me apontou para a cadeira ao seu lado. Mal sentei e ele já foi dizendo que eu era muito nervosa.
Na hora já fiquei…nervosa… Rá-rá. “Que médico folgado, me chamando de nervosa!” foi a primeira coisa que pensei, indignada. Bom, eu estava numa das fases mais zen da minha vida, mas não podia negar que existia uma nervosinha dentro de mim. Sou assim, fazer o quê? Fico brabinha com bobeiras, uma perda de tempo que luto para controlar.
O Gabriel permaneceu impassível, afinal já me comece bem demais. Mas o médico percebeu, deu uma gargalhada e falou “ah to certo, né? Você é que sofre!” apontando para o Ga. Foi tão bizarra a cena que até ri junto.
De cara o médico disse que era muito pitta (veja mais abaixo) e começou a anotar. Me perguntou então, o que tinha me levado à consulta e para não dizer que foi só excesso de curiosidade mesmo, relatei o problema que me assola desde sempre. Disse que estava com muita queda de cabelo.
Eu podia ter mencionado minhas enxaquecas, mas não quis ser leviana porque tive uma única vez durante o sabático, logo no começo, meses antes dessa consulta ayurvédica. Depois a enxaqueca sumiu como as demais preocupações da vida.
Começou então a consulta física que consistiu basicamente em uma “leitura do pulso“. Estiquei o braço para ele e com 3 dedos ele mediu meu pulso algumas vezes e concluiu tudo que precisava.
Basicamente ele disse que meu problema era pita, nervoso, fígado, pele, cabelo, cabeça. Foi mais ou menos assim e resumiu bem minha existência: uns momentos de nervoso, umas ziquiziras na barriga de vez em quando, umas espinhas na cara e um cabelo que cai.
Olha, não dava para saber se aquilo era real ou encenação, sinceramente. A clínica parecia muito adequada e o médico ayurvédico, sério. Mas só Deus sabe. Ou Shiva. Ou Mother Ganga. Você escolhe. A verdade é que eu não sabia o que esperar da consulta ayurvédica, não tinha informação suficiente sobre nada daquilo, então tudo parecia mais estranho.
O médico também sugeriu que eu cuidasse da alimentação, mas como estávamos numa viagem e seguiríamos em breve para outro país, não entrou em detalhes.
Medicina Ayurvédica e os fitoterápicos
Em seguida o médico começou a fazer uma receita enquanto me sugeria continuar praticando bastante yoga e pelo menos uns momentos de meditação toda manhã. Terminei a consulta com uma lista de quatro medicamentos, que eu devia tomar durante um mês. A receita estava em hindu e poderia estar escrito absolutamente qualquer coisa ali que eu não tinha como saber, afinal eram linhas e linhas de cobrinhas ininteligíveis.
Fiquei olhando pra receita com cara de “e agora?”. Mas o médico pegou de volta, explicou que era tudo fitoterápico sem contra indicações e foi me falando o nome de cada coisa e quando eu devia tomar: 2 de manhã e 2 de noite, além das quantidades de cada. Ele desenhou umas bolinhas ao lado de cada nome, que eram as quantidades de comprimidos que eu devia tomar de cada vez. As bolinhas pintadas eram para tomar de noite e os círculos vazios eram para as manhãs.
Tudo se resolve com essa simplicidade e jeitinho na Índia. Até hoje me espanta! Só faltava saber onde comprar aquilo. Mas era na farmácia da clínica, claro! Uma voz interior dizia que aquilo era cilada, Bino. Mas não custava ver como funcionava. Além disso, o Aayush é uma pessoa incrível, muito sincera e comprometida em mostrar a Índia real para os turistas, então segui na confiança da sua recomendação.
A farmácia ficava do lado do consultório. A consulta era gratuita e ninguém era obrigado a comprar os comprimidos, mas se fosse para comprar, você já saía do médico direto pro balcão do farmacêutico….
Hoje sei que essa é uma concepção normal em toda a Ásia. Você já sai do médico ou do hospital com todos os remédios. Não é uma questão tão comercial quanto a gente espera, mas sim de praticidade e confiança mesmo.
Na farmácia, mostrei a receita e perguntei quanto era. Os comprimidos ficavam nuns potes maiores e, de acordo com a receita, eles pesavam e colocavam aquela quantidade em potes menores.
Depois de colocar nos potinhos, colaram uma etiqueta e escreveram o nome de cada coisa. Era tudo bem “artesanal” e mais uma vez, um monte de cobrinhas e letrinhas desconhecidas, somente alguns vieram com uma etiqueta com nome oficial, porque eram basicamente o que todo paciente recebia para equilibrar os doshas.
Mas o farmacêutico foi bonzinho. Pintou em cada pote umas bolinhas iguais às da receita. Assim, embora eu ainda não fizesse a menor ideia do que ia tomar, saberia qual era qual e em que hora tinha que mandar para dentro.
Depois de tudo pronto, veio a conta: 18 dólares. Não era caro, mas na Índia 18 dólares era quase o orçamento diário de nós dois com comida, alimentação e passeios, então me pareceu uma fortuna.
Eu disse que não tinha dinheiro suficiente, mas confesso que naquela altura queria ir até o fim do meu tratamento ayurveda. Dos 4 medicamentos, 3 custavam 10 dólares e um deles custava 8. Mostrei que só tinha o equivalente a 10 dólares pensando em levar só os primeiros, mas o farmacêutico fez uns sinais, me mandou esperar e depois de pesar de novo o remédio mais caro, tirou metade dos comprimidos e me devolveu.
Gabriel ficou me olhando como se eu tivesse endoidado. Paguei os 10 dólares e fui embora com um saco de fitoterápicos desconhecidos, mas como a farmácia deu o recibo com o nome de tudo em inglês, pude pesquisar em seguida o que eu estava tomando, o que foi ótimo.
Trinta dias depois, a queda do meu cabelo tinha diminuído drasticamente, para não dizer parado. Continuava tranquilona, minha pele estava melhor que nunca e eu continuava comendo as comidas da Índia e Nepal com alegria e sem revertério nenhum. Os comprimidos não acabaram. Acho que dava para tomar por mais um mês pelo menos, mas não tinha prazo de validade escrito e achei que era melhor tomar só pelo tempo que tinha sido indicado.
Bom, talvez você esteja pensando que eu sou meio pancada da cabeça ou que nada disso fez qualquer sentido e eu mesma não entendo bem o que me levou a fazer a consulta ayurvédica, senão o destino dos viajantes em sabático. Inclusive se eu tivesse um problema de saúde “real” não teria sido esse o primeiro consultório que eu visitaria.
Sei disso porque apenas algumas semanas antes, quando ainda estava na Tailândia, tive um probleminha de saúde que me preocupou, pois precisaria ir ao médico e talvez fosse até necessária uma pequena cirurgia.
Enrolei por dias por medo de ir ao médico num país tão radicalmente diferente e com curiosa fama em termos cirúrgicos, mas como seguia viagem para a Índia e tinha diversos pré-conceitos de que na Índia tudo era subdesenvolvido, sujo e contaminado, achei que lá certamente a medicina seria ainda mais sinistra, então acabei cedendo e busquei um médico (convencional) na Tailândia mesmo.
Para minha surpresa, o seguro viagem me mandou para um hospital super mega moderno e maravilhoso. Acho que fui no Einstein da Tailândia, onde fui atendida, espere só… por um médico indiano chamado Patel. Te juro. Enfim, a hipocrisia. Rá-rá.
Dr. Patel me deu um sermão porque se eu não tivesse ficado enrolando e tivesse ido ao médico logo após os primeiros sintomas não teria sentido dor e já estaria zero bala. Ouvi como uma criança pega fazendo arte e engoli em seco todo esse preconceito já confessado. Graças a Deus só precisei de uns remedinhos e logo fiquei boa, mas acho que essa experiência me abriu a cabeça para os acontecimentos em Varanasi.
Se quiser conhecer a clínica, chama Swasthya Vardhak e fica na Sankat Mocha Crossing, próximo ao Assi Ghat em Varanasi. A farmácia tem esse site cheio de dicas e orientações, além de ser possível encomendar shampoos, pastas de dentes e outros produtos naturais incrivelmente bons e que não agridem o corpo nem o meio ambiente.
Existem outras clínicas na cidade e também em toda a Índia, sendo Kerala um dos estados mais procurados por quem busca os tratamentos mais complexos e também pelos spas de rejuvenescimento.
Leia aqui sobre o Festival das Cores na Índia, outra experiência imperdível!
Afinal, o que é medicina ayurvédica?
Eu já tinha um pouco de contato com a ayurveda, que significa “ciência da vida” em sânscrito e sentia muita vontade de conhecê-la melhor por causa de um curso de abhyanga, a automassagem ayurvédica que eu nunca consegui fazer diariamente como recomendado, mas que me levou às inesquecíveis massagens e terapias ayurvédicas experimentadas em Bali dois anos antes – leia aqui sobre yoga e ayurveda em Ubud, a cidade mais maravilhosa da Indonésia!.
A ayurveda é considerada um sistema de saúde, um tipo de medicina que surgiu na Índia há cerca de cinco mil anos e cujo objetivo é, assim como na yoga, harmonizar corpo, mente e por quê não, a alma.
Os conceitos não tem nada a ver com a medicina tradicional ocidental e o racional do saber científico e são baseados numa interpretação holística do homem e da natureza, fruto de observações e práticas muito ancestrais que não podem ser simplesmente desprezadas pela falta de conhecimento ou, sem ser repetitiva mas sendo, por preconceito.
O estudo dos tratamentos ayurveda é extremamente complexo (você não acha que mexer com corpo, mente e alma poderia ser simples, certo?) e demanda anos e anos de dedicação e desenvolvimento. Existem vários estudiosos e terapeutas da ayurveda no Brasil, mas é tudo mais complicado já que a maior parte dos ensinamentos é, além de compartilhado pela experiência prática e oral, transmitida em sânscrito. E traduções nunca são perfeitas.
Por isso que senti tanta vontade de ter um contato mais direto lá na Índia quando a chance surgiu. Achei que seria algo mais genuíno. Eu não fui para a Índia pensando muito nisso, porque na época estava mais interessada na yoga e em trekkings, mas a vida é assim, nos coloca diante do que nem sabemos que precisamos.
Um dos pilares da ayurveda é a existência dos doshas, que seriam de forma beeeem simplificada, um “aspecto” que cada um de nós tem desde a concepção e é imutável. Os doshas físicos são três: pitta, vata e kapha e cada um deles tem aspectos interligados com características do corpo e com os 5 elementos naturais (ar, terra, fogo, água e éter ou o vazio que precede a própria existência).
Cada pessoa possui um dosha predominante, mas todos tem um pouco de cada e a proporção de cada dosha em nós está sempre se alterando de acordo com as emoções, alimentação e até o clima. Quando os doshas estão desequilibrados, causam doenças e precisam ser tratados, seja com yoga, alimentação adequada, óleos, terapias diversas ou fitoterapia, como a que me foi receitada.
Existem muitas orientações na internet para identificar “seu dosha” e uma série de informações gerais, mas não existe uma regra fixa para ninguém já que todos somos uma de infinitas combinação dos doshas e suas nuances. Por isso que visitar um médico ayurvédico é tão interessante. Sua análise é bem mais complexa e específica para o seu corpo e para aquele momento.
Numa consulta, o médico normalmente faz uma investigação, uma série de perguntas para te entender melhor. O exame do pulso é só uma das ferramentas de consulta.
No meu caso, como tínhamos certa barreira de comunicação, pois o médico embora falasse inglês, não era assim uma super fluência, a investigação foi bem simplificada e senti que já que meu problema não era grave, ele captou bem a essência geral.
Eu também não me preparei para essa consulta e acabei não formulando as várias perguntas que eu certamente poderia ter feito e que teriam enriquecido meus conhecimentos sobre mim mesma e sobre a ayurveda. Fica para a próxima que certamente acontecerá!
Pela consulta do pulso, o médico sentiu o canal sutil por onde circula minha força vital, e assim identificou os doshas e seu comportamento no meu corpo. Entendeu o que estava em desequilíbrio e do que eu precisava. Você pode saber um pouco melhor como funciona a consulta do pulso aqui nesse post.
Veja, quando se diz equilíbrio na medicina ayurvédica, estamos falando em um estado em que a pessoa tem um bem-estar maior e que previne doenças. Algo a ser buscado o tempo todo. Por isso que tudo bem fazer a consulta mesmo sem uma “doença” para me queixar. E é exatamente por isso que a ayurveda me intriga, por ser uma medicina preventiva em essência, uma busca pelas causas e não pela cura.
No mesmo sentido, se eu quisesse realmente buscar uma transformação mais profunda, deveria me dedicar a entender as questões alimentares e o cardápio mais adequado para mim.
Sobre comidas da Índia, veja também esse post em que conto sobre uma aula de culinária indiana em Udaipur inesquecível!
De acordo com a ayurveda, tudo o que ingerimos tem uma energia, o prana, que se impregna e se transforma em nós. Por isso se recomenda nunca comer alimentos processados, que não possuem essa energia.
Já o nosso corpo tem o agni, que seria nosso fogo digestivo. Dependendo do nosso estado devemos evitar alimentos gelados ou muito quentes vez que a temperatura estimula ou desestimula em excesso o agni.
Também é recomendado comer sempre porções pequenas, uma nova refeição somente após a completa digestão da anterior e com equilíbrio entre sabores ácidos, azedos, picantes e doces. Entre outras coisas que fazem parte de um auto cuidado diário.
Se você for à Índia verá que alguns restaurantes se identificam como ayurvedas o que, em alguns locais com muito apelo internacional – como por exemplo Rishikesh – pode ser só um chamariz, mas em geral indica que o preparo dos alimentos leva em conta essas questões e é 100% fresco, pois a medicina ayurvédica não indica que se coma alimentos guardados, que perdem o prana. As refeições costumam ser deliciosas e muito saudáveis.
Eu ainda vou dedicar mais tempo ao estudo da medicina ayurvédica, acho tudo fascinante. Veja um pouco mais sobre a ayurveda aqui nesse artigo.
Tratamento ayurveda na Índia – Panchakarma
Apesar do meu interesse genuíno, quero deixar aqui um alerta importante que recebi de uma professora de yoga quando disse que visitaria à Índia e que depois também ouvi de outras pessoas.
A Índia é um lugar repleto de uma sabedoria profunda e muito misteriosa para nós. Muitas pessoas almejam esse conhecimento e vão ao país para aprender mais ou fazer tratamentos ayurveda, o que pode ser maravilhoso, mas também pode ser uma grande furada.
Como em qualquer outro lugar, a Índia também tem sua boa dose de charlatães e de despreparados, pessoas que enganam ou que, por ainda não terem pleno conhecimento, utilizam indevidamente certas técnicas e podem causar danos – físicos ou financeiros.
Nem me refiro apenas aos indianos, mas também aos muitos estrangeiros que ali se estabelecem com ashrams, clínicas ou escolas onde ensinam novos metodologias desenvolvidas por eles após estudos ayurvédicos, prometendo curas e elevação espiritual.
Tome cuidado. Procure bastante informação antes de se despencar até lá. Converse com pessoas que foram, tanto com as que gostaram quanto as que não gostaram, busque recomendações e entenda melhor os processos.
Apesar de ter feito uma consulta repentina, pesquisei bastante depois que sai de lá o que tinha sido receitado. Tomei porque me senti segura.
Mas caso eu realmente estivesse doente, com algo grave, não sei se essa seria minha primeira opção, embora a medicina ayurvédica não descarte a medicina alopática e trabalhe em conjunto com essa. Se tivessem me recomendado um tratamento mirabolante, não sei se toparia tão facilmente. Teria com certeza me esgotado em pesquisa primeiro.
E tudo isso para fechar com a questão do panchakarma, que é um tratamento de purificação eventualmente recomendado pelo médico ayurvédico. Tome muito cuidado, especialmente as que indicam tratar-se de algo simples e que pode até ser feito em casa.
As purificações ayurvédicas envolvem várias nuances delicadas e não devem ser feitas sem acompanhamento adequado. Muitas pessoas buscam esses tratamentos complexos para o tratamento de doenças – crônicas, inclusive – e tem bons resultados. Mas tudo deve ser feito por um médico muito capacitado e com acompanhamento hospitalar. Sim, em geral é exigida uma internação que pode durar até meses!
Existem algumas semelhanças com outros métodos de purificação ou busca espiritual como as aplicações xamânicas ou ingestão de ayuhasca, e além de muitos tratamentos com óleos e massagens, podem incluir indução à eliminações, dieta restritiva, entre outros tratamentos que podem desencadear problemas de saúde que não devem ser menosprezados. Seja responsável, ok? É seu corpo, sua mente, sua alma!
Não estou me contradizendo e menos ainda fazendo julgamentos. Cada um é único em suas dificuldades e crenças e eu realmente acredito no poder da medicina ayurvédica. Estou apenas receitando cautela, que assim como canja de galinha, não faz mal à ninguém.
Uma viajante que conheci por causa dos nossos sabáticos (meu e dela), por exemplo, me contou que estava indo à Índia em busca de um tratamento ayurvédico contra a esclerose múltipla. Fiquei surpresa com as condições da doença que eu desconhecia, ainda mais numa garota tão jovem e super ativa como ela, que viaja o mundo de bicicleta há alguns anos. Ela me contou sobre os tratamentos alopáticos existentes, que são basicamente paleativos ou experimentais.
Se eu estivesse no lugar dela, acho que também buscaria o tratamento. E seguiria seus passos, de muita pesquisa, muita conversa com pessoas em situação similar, com muito cuidado.
Foi por conta dela também que conheci a história da Laura Pires, que deu uma reviravolta na vida despois de descobrir a esclerose múltipla e hoje é consultora de ayurveda. Se quiser saber mais sobre essa história incrível e especialmente sobre alimentação ayrvédica, veja aqui na página dela.
Aliás, o ex-marido da Laura conta sob a perspectiva dele como foi o tratamento que fizeram na Índia nesse livro Em busca da Cura que traz várias informações interessantes sobre a delicadeza e a força do panchakarma e da medicina ayurvédica. A Laura também tem dois livros excelentes sobre nutrição e ayurveda: O Sabor da Harmonia e Nutrindo seus Sentidos. Recomendo todos os 3!
É isso. Fiquem bem, fiquem em paz. Saúde!
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