Além do lado profissional, a aventura atlântica te dará muito, mas muito mais no lado pessoal.
São novos sons, novas músicas, novos ritmos, novas histórias, novas versões de velhas histórias, novas comidas, novos cheiros, novas doenças, novos conceitos, novo tudo. Tudo mesmo.
O curso, definitivamente, é para quem tem a mente aberta e gosta de mergulhar no desconhecido, para voltar para a superfície e dizer: uau!
Somos todos ligados de alguma forma, seja pelos portugueses, pela escravidão, pela língua ou simplesmente pela tão atual globalização. Mesmo assim, estamos mesmo à um Oceano Atlântico de diferenças e as novas culturas vão penetrando, dia a dia, pouco a pouco.
Não é fácil, mas é delicioso.
Expandimos o vocabulário, dançamos com partes do corpo nunca antes remexidas, dançamos junto, dançamos separado, vimos festas de noivado de 3 dias, vimos como se faz o funge, comemos alheira até não aguentar mais, bebemos todo o vinho que há no Porto, descobrimos como somos atrasados e como outros nem chegam, conhecemos gente que morou na Irlanda, no Canadá, na Argélia, Na África do Sul, em Moçambique, em Cuba, no México, na China, no Chile, na França, na Rússia, gente que passou 3 dias num trem na transiberiana, gente que construiu uma empresa do nada, gente que largou tudo, gente que sempre teve tudo.
Aprendemos que é difícil receber estrangeiros no Brasil, que ainda existe muito preconceito, que é possível viver no 16º andar sem elevador, que para abrir um negócio antes de mais nada você tem que amar o que faz, que todo mundo está em dúvida sobre a própria vida e que isso é normal, que não basta ser professor, tem que ter o verdadeiro dom para ser um mestre.
Vimos que respeito e educação não dependem de dinheiro ou posição, há quem tenha e quem não tenha, que no Irã há muitas regras a serem seguidas e não se deve se meter por lá sem sabê-las, que às vezes você não trabalha porque não quer e ponto final, que o amor é lindo e supera qualquer obstáculo quando é verdadeiro, que bons funcionários de hotel são os que não atrapalham a vida de quem só quer tomar um drink de vez em quando.
Conhecemos parentes que dançavam com a gente, que moravam com a gente, que cozinhavam para a gente, que estudavam com a gente, que odiavam a gente, que curtiam com a gente, que discutiam com a gente, que só viram a gente na hora de ir embora.
Conhecemos alunos da edição anterior, futuros alunos, alunos de outros cursos, alunos de graduação, alunos de pós-graduação, eternos alunos, alunos jovens de mais.
Viajamos para praias paradisíacas, para interiores exóticos com marcas de bala para todo lado, fomos a jogos de futebol de times dos quais nunca tínhamos ouvido falar, fomos a ilhas onde a civilização ainda não chegou com tudo, fomos até a excêntrica Galícia, andamos por Portugal e por todos os shoppings possíveis, fomos a baladas cheias de grilos, a baladas com a pista bombando ao som de axé dos anos 80, a luau na beira da praia, passamos dias e noites confraternizando.
Choramos na despedida.
A experiência é imensa e essa é a palavra que mais me marcou. Já falei aqui sobre a infinidade de palavras e significados que aprendemos. Imensa, no Brasil, é uma coisa grande, claro, mas que usamos apenas para objetos e, ainda assim, de forma muito eventual. ‘Nossa, a ponte é imensa!’ ou ‘O hotel tem janelas imensas!’. Em geral substituimos por grande, ou grande pra caralho, ou sinistra. Mas o Atlântico me mostrou que podemos ‘dar imensas risadas’, ‘cansar imenso’, ‘ter imensa trabalheira’. E podemos ter IMENSAS saudades!!!!!!!!!!!
À todos os Atlânticos, meu mais apertado abraço, se eu tivesse que escolher, faria tudo de novo!
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