MBA Atlântico – escolha e primeiros passos

Algumas pessoas estão decididas a continuar melhorando o currículo e a carreira e querem cursar um MBA. Elas pesquisam os cursos existentes, as opções dentro e fora do país, as características de cada um. Conheço um monte de gente assim.

 Não foi bem o meu caso. Eu estava mais para aquele momento de indecisão crítica em que não sabia se ia para a direita, para a esquerda, casava ou comprava uma bicicleta, sendo esta última a opção mais remota.

Sabia que precisava estudar, que gostava do mundo dos negócios tanto quanto do mundo das leis e que era um bom momento para seguir em frente. Mas ao invés de pesquisar o curso, foi o curso que me pesquisou.

Expressinha MBA Atlântico (25)

A PUC/SP encaminhou um email para os ex-alunos informando que estavam abertas candidaturas para os interessados em uma vaga com bolsa de estudos no MBA Atlântico e eu fui ver do que se tratava. Vá lá ver você também e descobrir as novidades.

O curso era um pouco do que eu achava que deveria fazer e muito diferente de qualquer coisa que eu já tinha visto. Um curso realizado em parceria entre as Universidades Católicas de Angola (UCAN), do Porto (UCP) e de São Paulo – PUC/SP, com alunos e professores angolanos, brasileiros e portugueses e um trimestre de aulas em cada país numa rota da lusofonia em que todos estavam conectados pela língua portuguesa. Ao que parece, a parceria mudou da PUC/SP para a PUC/Rio, mas não tenho maiores informações sobre isso.  Se for verdade, a coisa ficará ainda melhor, pois convenhamos que o Rio é uma delícia, mas vou falar da minha experiência que certamente pode ajudar.

Se você está lendo este blog pode imaginar que o que mais gosto de fazer na vida é viajar e conhecer outras culturas e tchan tchan, me aparece um curso que além de formação, incluía viagens e um mergulho nas culturas portuguesa e angolana e, de certa forma, até na brasileira!!!!

Agostinho Neto estudando muito em Angola!

Agostinho Neto estudando muito em Angola!

Confesso que fiquei interessadíssima só com esta informação e que somente depois fui ver o programa e os professores, mas fiquei ainda mais surpresa com eles. Além de conteúdo interessantíssimo (com um pouco de direito e muito de economia e administração que eu julgava que precisava saber), os professores estavam entre os melhores possíveis.

 Comecei a pesquisar loucamente no oráculo sobre Angola, a primeira parada, e fiquei preocupada ao saber que Luanda é uma das cidades mais caras do mundo, que os preços, fixados em dólar, chegavam facilmente a 50 para um almoço mas batiam rapidamente nos 100 e, o que me deixava mais preocupada, que o transporte público na cidade era próximo do inexistente.

Me inscrevi meio sem pensar muito porque não estudava à tempos e achava que talvez não fosse desta vez, mas passei e tive que decidir de forma relâmpago se ia me jogar na aventura atlântica ou não.

Impossível passar sem caipirinhas no Brasil!

Impossível passar sem caipirinhas no Brasil!

Até aqui sabia apenas que minha bolsa de estudos incluía o curso, as passagens, a estadia (mas não que tipo) e não inluía transporte pelas cidades, vistos, alimentação e, óbvio, gastos pessoas. Fiz contas, falei com com Deus e todo o mundo, inclusive com a coordenadora do curso que me esclareceu que em Angola seria providenciado transporte entre o alojamento -em quartos individuais em um hotel – e a universidade e, devidamente apoiada pela família, me joguei.

Infelizmente, a decisão sobre a concessão das bolsas saiu um pouco próxima da data de início das aulas e tivemos que correr com os preparativos em 15 dias. Eu tive que me desligar do trabalho e acabei atrapalhando um pouco a vida pelo escritório, mas todos entenderam (acho).

Enquanto tentava deixar tudo em dia e em ordem no trabalho, tratava paralelamente da viagem. Falei com o único aluno brasileiro da primeira edição e alguns outros alunos portugueses e angolanos para ter idéia de gastos, comprei dólares, fiz um seguro, estoquei repelentes e remédios, paguei contas, organizei minhas coisas e, entre arrumar uma mala e outra, visitava meu pai no hospital, que resolveu ter um infarto 5 dias antes da minha viagem e quaaaase me fez desistir…

Tudo de bom em Portugal!

Tudo de bom em Portugal!

Participei da segunda edição do curso e a PUC, que tem uma filosofia bastante, digamos, “do it yourself”, avisou apenas que providenciaria a carta de chamada e passagens e que nós deveríamos organizar os documentos necessários e tratar pessoalmente do visto cuja dificuldade e demora eram de conhecimento geral. Quem estudou lá tira de letra e está preparado para tudo, quem não estudou pode ficar assustado. Mandaram os documentos uma semana antes (assim como um seguro, que só então avisaram que fariam para nós e assim que eu fiquei com 2…) e aproveitei que copiaram os demais alunos e passei a me comunicar com (alguns) eles.

Nos conhecemos no consulado, todos torcendo para que os vistos saíssem a tempo, mas na sexta-feira, 2 dias antes de embarcarmos, estava tudo resolvido. Pegamos os passaportes de manhã e à tarde tivemos a única reunião com a coordenadora do curso no Brasil e fomos embora.

Os alunos portugueses chegaram em Luanda um dia antes de nós, que desembarcamos no dia 1 de maio, um feriado. Esperava um aeroporto absolutamente caótico, mas me parece que conseguiram organizar um pouco as coisas e o caos não era tão grande. A UCAN nos recepcionou e levou ao Hotel Celeste, que era ótimo, muito agradável e seguro e tinha o Henrique, o luso-brasileiro-angolano gerente simpaticíssimo e que fez de tudo para nossa estadia ser a melhor possível, o que incluiu uma negociação nos preços da lavanderia e do restaurante, boas conversas e uma boa dose de liberdade.

Rapidamente rolou uma integração com os tugas, seguido de um jantar com o coordenador e funcionários do curso em Luanda, na praia, num clima excelente.

O resto desse longo ano segue em pílulas.

Saiba mais sobre a aventura atlântica:

O Aprendizado

O que fica para sempre

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