O que Fazer em Luanda – Angola

A cidade de Luanda, capital de Angola, é onde vive a maioria dos estrangeiros e é uma cidade complexa, mas cheia de lugares para conhecermos. Sim, tem turismo por lá e tem muito o que fazer em Luanda e muitas praias lindas como Sangano.

Seus arredores também são lindos e dá para fazer passeios curtos de 1 ou 2 dias partindo de Luanda. Vem ver!

Saiba mais sobre as Comidas e Bebidas de Angola aqui.

O que fazer em Luanda – Angola

A cidade de Luanda causa um mix de emoções em seus visitantes e moradores, como boa cidade grande. É bagunçada, muitas vezes suja, ainda muito desordenada apesar dos esforços de desenvolvimento do pós-guerra e pouca gente se arrisca no turismo por ali.

Mas, como toda cidade grande, Luanda também tem seus atrativos. Alguns bem conhecidos, outros são segredos espalhados por seus bairros e pelos arredores, mas há muito o que descobrir.

Bares, restaurantes, antigos prédios históricos, praias e outras belezas naturais, tem tudo isso em Luanda e em cidades próximas. Vou separar um pouco para ficar mais fácil de entender como se organizar para ver tudo.

Saiba mais sobre a Cultura de Angola aqui.

O que fazer dentro da cidade de Luanda

Luanda é uma cidade na costa de Angola, com apenas o Atlântico a separando do Brasil. Olhando o mapa de perto você vai ver que existe um braço de terra que sai mais ou menos do centro e forma a Baía de Luanda. Esse pedacinho e terra é carinhosamente chamado de ilha, mas é acessível mesmo por terra.

Ficam ali a maioria dos restaurantes e bares mais descolados de Luanda, como Chill Out, o Lookal e o Cais de Quatro, já falei deles aqui nesse outro post.

Um rolê pela ilha é obrigatório, seja sua estada na cidade de Luanda rápida, longa, a trabalho ou visita. Os restaurantes por ali tem vistas maravilhosas, seja do porto de Luanda ou do mar e as baladas quase todas acabam pé na areia.

Do outro lado da ilha fica a famosa Marginal, que é uma avenidona à beira mar que está sendo toda reformada e tem um visual lindo. Está ficando cheia de calçadões onde é ótimo caminhar e praticar esportes.

Com essa renovação, apareceram alguns bares de praia e é até gostoso ficar por ali nos finais de semana.

E se você pensa em fazer algo mais, que tal se envolver com um trabalho de voluntariado? A Suzana, do That Good Trip explica aqui como fazer voluntariado na África.

Saiba mais sobre o clima de Angola aqui.

Se quiser curtir a praia e puder, vá durante a semana, pois como qualquer praia urbana, fica cheia e suja aos finais de semana. Não esqueça que se ficar em algum bar ou restaurante pagará pelo uso das cadeiras e não será barato.

Na região do centro e Mutamba há vários prédios em estilo colonial e ruas simpáticas que valem um passeio. O Banco Nacional de Angola, fica num prédio colonial super bonito, mas cuidado, pois não é permitido fotografar! (coisas de Angola)

Também tem o Mausoléu do Agostinho Neto, um famoso poeta e revolucionário angolano. Esse mausoléu é um negócio muito esquisito onde não entrei porque não sou muito chegada nessa coisa de mortos…

No alto de um morro numa das pontas da marginal fica a Fortaleza de São Miguel. No tempo em que estivemos lá o forte estava em reforma e não entramos, mas da porta dá para ter uma idéia da linda vista da baía, vá se puder.

Por ali, cuidado. A residência do (eterno, agora ex) presidente do país está logo ao lado, o que torna a região bem cercada e proibida para fotos.

Conheça também Huambo, outra linda cidade em Angola.

Há alguns museus na cidade, mas não consegui, para meu total desgosto, visitar nenhum: o de História Natural, o de Antropologia e o da Escravatura, que fica um pouco longe de onde fiquei e onde ninguém quis me levar, infelizmente, já que não é fácil se transportar por lá.

Você sabia que Angola foi uma das principais regiões de onde foram trazidos escravos para o Brasil? Cerca de 5 milhões de pessoas foram retiradas daquelas terras e escravizadas em outras bandas. Triste né? Já falei um pouco sobre isso neste post sobre Benguela. Mas você já ouviu falar da rainha Ginga, que por muitos anos combateu a escravidão?

Na verdade ela se chamava Nzinga Mbandi e era conhecida como a rainha guerreira, pois foi a rainha de boa parte do que hoje é o território angolano e foi uma grade resistência à ocupação portuguesa, atuando tanto diplomática como com táticas de guerra. Ela é uma das figuras mais importantes da história de Angola! Você pode saber mais sobre a rainha Ginga aqui nesse texto da Fundação Palmares.

Outros pontos legais para visitar na cidade de Luanda são o Teatro Elinga e as igrejas, qualquer uma delas, como a da Sagrada Família, a da Nossa Senhora dos Remédios ou qualquer capelinha. Vá a uma missa, é totalmente diferente e bonito. Na ilha há uma capela escondida próxima ao cassino da Marinha, chamada igreja da Nossa Senhora do Cabo, tente conhecer, foi toda restaurada e está muito bonita.

Veja aqui como fazer uma viagem para Benguela!

Já a tourada não é bem um ponto turístico e está meio destruída, mas eu passei tanto por lá que me apeguei….considero um marco histórico da cidade! E se é uma pena que esteja destruída, não há o que lamentar pelo fim das touradas.

O Belas Shopping não é nada demais comparado ao que conhecemos, mas é o que tem, então dá para dar uma voltinha, pegar um cinema, tomar um sorvete. Compras já acho complicado, embora esse devesse ser o verdadeiro intuito do local.

Outra curiosidade da cidade de Luanda é que lá ficava o Roque Santeiro, o maior mercado aberto do mundo que reza a lenda movimentava mais de 2 milhões de dólares por dia!!! A estimativa é do pessoal dos bancos, que usava balanças para contar as notas, tamanho o movimento.

Faça uma busca de imagens no google só para ter uma ideia da dimensão. O Roque Santeiro, assim como o da novela, desapareceu, foi extinto. Mas os vendedores estão espalhados por todo lado. Em Luanda não é necessário ir à uma loja para comprar nada, tudo é vendido na rua e virou à direita, virou à esquerda, você estará no meio de um verdadeiro mercado, divirta-se.

Saiba mais sobre os cuidados com a saúde em Angola.

Para comprar artesanato, há uma loja famosa na Mutamba, mas o legal mesmo é ir ao Mercado do Benfica, de terça à sábado. Cada um fala que é melhor em um dia: durante a semana porque é mais barato já que tem menos turista e no fim de semana porque tem mais turista e então tem mais oferta.

A verdade é que não dá para fingir que você não é turista, então não tem mais barato para você. O mercado não passa de uma tenda com várias mesas de exposição. Não caia na besteira de ir de chinelo, como eu, pois é tudo de areia e com muita sujeira. Voltei com o pé imundo e um pouco de nojo. Ninguém liga.

Os principais produtos vendidos são artesanato em madeira, algumas bijuterias, panos com estampas africanas (mas made in China), máscaras e quadros. Atenção, pois todos os produtos devem ter um selo do Ministério da Cultura para deixar o país. Eles colam o selinho mequetrefe na hora, mas cobram. Como você obrigatoriamente vai pechinchar o preço do produto, já chore com o selo, pois depois dá trabalho para arrumar.

Se prepare psicologicamente, pois os vendedores beiram ao insuportável. Te chamam, chamam, chamam, pegam, põem peças na sua mão, empurram produtos, enfim, enchem o saco. Gritaram tanto “amiga, amiga” para mim, que fiquei até com enxaqueca no dia em que estive lá.  Tente comprar tudo o que deseja num único dia, na segunda vez a paciência já não é a mesma, eu garanto.

Tome cuidado para não tomar golpe, embora não seja comum, e redobre a atenção na chegada e na saída do mercado, quando sempre há alguém pedindo dinheiro para guardar o carro, ou outras aproximações estranhas.

Também não acho de bom tom comprar produtos de marfim e rabo de elefante por motivos óbvios e também porque são sempre caros e nem sempre verdadeiros, mas como em cada cabeça há uma sentença, fica por sua conta e risco.

E dê atenção aos verdadeiros artesãos. Muita coisa vendida ali vem do Congo e da China e ai, qual é a graça né? Os verdadeiros aceitam encomendas, são mais tranquilos, conversam e explicam. E por favor, não caia na conversa das máscaras desenterradas que seriam relíquias…

Conheça também a maravilhosa Rede Afro Turismo!

Nos arredores de Luanda Turismo

O mercado do Benfica já está um pezinho para fora da cidade de Luanda e é a partir daqui que você pode começar a desbravar um pouquinho os arredores, se não ficar esgotado já nessa parada.

Um pouco para frente do Mercado do Benfica descendo pela EN100 chega-se ao Miradouro da Lua, um lugar que parece a superfície lunar e é muito exótico tanto com relação ao solo quanto com relação aos animais que vivem por ali. Tem vááários macacos.

É especialmente bonito no amanhecer ou no entardecer, quando as cores ficam mais acentuadas. O mesmo acontece na ponte sobre o Rio Kwanza, que também é mais bela nesses horários. Só fique esperto porque esse, definitivamente é também o horário dos pernilongos.

Atualmente existem empresas realizando passeios turísticos, o que achei simplesmente fantástico! Esse é um passeio de barco pelo Rio Kwanza, e deve ser delicioso, com direito à degustação de pratos típicos angolanos!

Saiba onde curtir a noite na cidade de Luanda.

Seguindo caminho pela Estrada Nacional 100 no sentido sul é possível ver dezenas de praias paradisíacas à direita, com coqueirinhos muito convidativos. Tive a oportunidade de tentar estender minha canga em algumas delas e para minha grande surpresa e decepção, a maioria delas é completamente suja e intransitável.

Por intransitável eu quero dizer com muito, mais muito VIDRO na areia, um perigo. As pessoas fazem festas e deixam tudo por ali, quando não usam a areia como lixão mesmo. Um desperdício que acredito que será revertido assim que houver maior conscientização sobre a necessidade de tratar corretamente o lixo (hoje isso praticamente não existe) e de que devemos conservar estas belezas naturais.

Parece maluquice, mas quem já passou um janeiro de férias nos anos 80 no Brasil acredita que essa mudança é possível. Claro, nem tudo é perfeito, mas naquela época o pessoal que distribuía sacolinha para guardar o lixo era considerado hyppie doidão e hoje é gente como a gente, certo?

Outro lugar próximo a Luanda é o Parque Nacional do Kissama. Não fui porque ninguém quis ir comigo nem me levar. Reza a lenda que não há muitos animais no parque e que os guias não sabem onde ficam os animais, ao contrário do que parece acontecer em outros lugares da África. Não é, portanto, aquele safari que todo mundo quer fazer, mas com sorte algumas girafas aparecem. A Ruthia do blog do Berço do Mundo fez esse ótimo  relato do passeio pelo Kissama e viu animais, sim!

Ouvi muitas histórias sobre os animais em Angola. Alguns dizem que os animais foram dizimados durante a guerra, outros que eles fugiram e outros que nunca houve muitos animais grandes como os de outros países africanos. Não sei se acredito em alguma.

Procurei alguma agência e encontrei a  Eco-Tur. Fiz contato com eles e me parece uma boa opção, com um programa bacana que inclui almoço à beira do rio e até um passeio por ele e transporte porta a porta por um preço bem justo para os padrões de Angola. O problema é que eu não tinha um grupo e eles não tinham um grupo para eu me enfiar nele. Mesmo assim, fica a dica porque ainda acho uma boa ideia do que fazer em Luanda.

Praias de Angola – Cidade de Luanda

E como já contei um pouco, são lindas a maioria das praias de Angola e algumas bem bonitas e gostosas ficam pertinho de Luanda. São uma ótima opção do que fazer em Luanda num fim de semana de sol. Ou seja, quase sempre.

Praia Sangano – Angola

Com um pouco mais de gasolina depois de passar o Miradouro da Lua você vai chegar à ponte sobre o Rio Kwanza e poderá encontrar logo à frente uma das praias mais legais que visitamos e que de fato é limpa e boa. É a praia Sangano.

Dá para passar um dia muito gostoso, tem restaurante e até alguns chalezinhos do Resort Golfinhos para dormir por ali. A praia é longa e de um lado é meio vazia, uma calmaria, enquanto de outro é uma a vila de pescadores igualmente tranquila.

Algumas das melhores lembranças que tenho de Angola são desses dias em Sangano. Aquela praia linda, com seus barquinhos e pescadores, os times de futebol, nossos coolers cheios de cerveja e muita conversa Brasil-Portugal-Angola! Sem falar que a estrada no fim do dia é algo maravilhoso, voltava para a caótica cidade de Luanda sempre leve e feliz.

Atualmente existe um tour que sai de Luanda e vai até Cabo Ledo, um pouco depois de Sangano, um lugar conhecido como paraíso do surf. É uma ótima pedida para quem quer conhecer sem estresse nenhum de organização, uma linda praia que é parte do Parque do Kissama, além de dar uma paradinha no Mirante da Lua. Quem quiser pode até fazer uma aulinha de surf.

Praia Mussulo – Angola

Outro monte de praias excelentes fica em Mussulo, um outro braço de terra que sai da cidade de Luanda mas que não tem acesso por terra. Tem que ir até lá de barco (um pequeno com motor) que você pega no embarcadouro do Mussulo na região de Samba.

Aqui é bom ter atenção, pois ao chegar no embarcadouro você será cercado por barqueiros, vendedores, gente de todo tipo e é meio confuso. Nós contratamos um barqueiro por USD 10,00 ida e volta por pessoa. A viagem dura cerca de 10 minutos e marcamos o horário em que ele deveria nos buscar, sempre ficando com o número do telemóvel (mais conhecido como celular).

Comemos bola, pois havíamos marcado com nossos amigos no restaurante Sonho Dourado que tinha barco próprio e que além de custar a mesma coisa dá direito a utilizar as cadeiras de praia do restaurante. Vivendo e aprendendo…

Por outro lado, tudo no Sonho Dourado tinha preços que mais pareciam um pesadelo, especialmente o almoço estilo buffet pela simples bagatela de USD 70,00. Ta certo que tinha lá umas lagostas e camarões, mas como eu não gosto e o resto era arroz e feijão, achei um roubo! Mas é um lugar super gostoso para passar o dia, na região “nobre” do Mussulo.

Pois é, tem disso. Assim como a Ilha de Luanda, a de Mussulo é uma região nobre, com de restaurantes de praia como o Sonho Dourado, casas de veraneios para angolanos e gringos ricos, alguns hotéis para quem quer passar umas férias ou fim de semana. Para toda essa estrutura é necessário empregados, certo? E eles vivem e curtem o lado mais rústico do Mussulo.

Como estivemos lá no nosso primeiro fim de semana em Angola (porque insistiam que era inverno e o tempo bom ia acabar logo), ficamos meio chocados e tivemos uma tarde memorável em que comemos sanduichinhos trazidos do café da manhã sentados na areia enquanto todo o resto da praia se esbaldava na mesa do restaurante caro. Foi ótimo para já acabar de uma vez por todas com qualquer ilusão colonialista.

Depois, dando uma caminhada, descobrimos que ali perto tinha algumas barraquinhas, bem rústicas, é verdade, mas com precinhos camaradas. Compramos bebidas para descer o lanchinho e ficamos por ali celebrando. O que vale é que a praia é linda e faz jus à visita.

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