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Literatura Japonesa e Livros sobre o Japão!

A literatura japonesa tem caído no gosto dos brasileiros. Alguns autores japoneses ficaram mais famosos e o estilo e a linguagem dos livros japoneses foram ganhando fãs como eu! Aqui nesse post tento trazer um pouco do que conheço do tema e conto um pouco dos livros sobre o Japão que me fizeram sentir tanta vontade de conhecer o país e que me guiaram no mergulho cultural de suas ruas. Vem comigo?

Dicas de literatura japonesa: autores japoneses famosos, livros japoneses essenciais e outros livros sobre o Japão!

Pinceladas sobre a Literatura Japonesa

Quando falamos em literatura japonesa você pensa em Harumi Murakami? Pois é, seu best-seller 1Q84 ficou muito popular há alguns anos e ele certamente é um dos autores japoneses mais vendidos no Brasil e no mundo.

Foi por causa de outro livro dele, o Após o Anoitecer, que comecei a me interessar pela literatura japonesa e a pesquisar mais sobre essa tema. Acabei meio viciada.

É claro que, como todas as outras, a literatura japonesa tem muitas fases e estilos. Cada um dos autores japoneses navega por um deles e até por vários, mas a cultura japonesa que é caracteristicamente bem fechada, bem hermética, também transfere essa marca para os livros.

Precisamos muitas vezes descascar camadas para entender as cenas, falas e contexto, o que para alguns acaba sendo entediante, mas para mim é a grande maravilha da literatura japonesa. Para quem gosta de desvendar novas culturas, cada leitura é um vôo longo para um mundo novo.

Ao mesmo tempo, os personagens são (quase sempre), apenas pessoas. Como eu e você, com dúvidas, sonhos, rancores, expectativas. Mas tudo é encarado naquele jeitinho que só o Japão tem e que ora choca, ora irrita, ora agrada. Nunca é um velho conhecido.

Além disso, os japoneses tem um amor pela natureza que se reflete em descrições lindíssimas de paisagens e temas que sempre se relacionam de alguma forma aos fenômenos naturais, aproximando a literatura das artes visuais. Outro bônus!

Do kanji aos livros japoneses modernos

A literatura japonesa existe há mais ou menos 2000 anos. Vivendo fechado ao mundo externo, o Japão não tinha escrita formal até os contatos com os chineses, quando adotaram os caracteres para criar o kanji, a forma de escrita japonesa com ideogramas.

Foi só a partir daí que começaram os registros de lendas e mitologia japonesas. Seguiu-se uma época em que o império apoiava poetas e autores que escreviam contos e diários. É desse período – fim do século X – um dos livros japoneses mais importantes até hoje, “O Livro do Travesseiro” da autora Sei Shonagon.

As autoras japonesas, aliás, foram uma presença precoce no mundo literário se comparado ao resto do mundo, mas foram levadas ao ostracismo a partir do século XIII e só voltaram a brilhar lá pelo século XX. Dureza, né?

Nos séculos seguintes a literatura japonesa foi fortemente influenciada pelo zen budismo, um mix do Japão com a China, como já contei nesse post sobre religião no Japão. Também são frequentes nos livros sobre o Japão dessa época as batalhas entre os clãs,  samurais e os shogunatos e relatos da vida imperial.

Na sequência, aparecem autores japoneses mais voltados para os dramas, romances e erotismo. Também ganha força o haikai, uma forma de poesia com versos de 17 sílabas (ideogramas) da qual o monge Basho é o autor mais conhecido.

Estou resumindo bastante para dar uma ideia da evolução dos temas nos livros japoneses porque não sou especialista do assunto, mas tudo isso é oficialmente dividido em períodos e eras. Se você quiser saber mais, deixo aqui esse site para pesquisa.

Já os autores japoneses modernos foram influenciados não apenas pela literatura ocidental, mas também por suas vivências fora do Japão, coisa que seus antecessores não puderam fazer. O próprio Murakami morou fora do Japão boa parte da vida. Mesmo assim, o que se lê ainda tem o toque único da cultura japonesa.

Por fim, temos que falar da tradução, que precisa desvendar importantes mistérios para manter a estrutura e a voz impressas em ideogramas em uma linguagem completamente diferente. Sempre penso que o que estou lendo é quase um outro livro, mas basta um pouco de enredo para me levar de volta para o Japão do autor.

Livros japoneses clássicos.

8 Autores Japoneses Essenciais e seus Livros Japoneses Imperdíveis

Segue uma lista de autores e livros japoneses que selecionei baseada nas minhas pesquisas e leituras para quem quer saber mais sobre literatura japonesa.

Como já citei, O Livro do Travesseiro da autora Sei Shonagon é um dos primeiros clássicos da literatura japonesa e deve encabeçar a lista de autores japoneses essenciais. O livro, escrito há mil anos em forma de diário que pode ser lido em sequência ou aleatoriamente, continua super atual e instigante!

Outro autor reverenciado no Japão é Natsume Soseki, que já foi até o rosto impresso nas notas de mil ienes! Sua obra mais famosa, que também entra na lista de livros japoneses imperdíveis é Eu sou um gato em que ele conta sua nova visão de si e da sociedade japonesa tendo como ponto de partida um período em que viveu na Inglaterra, sem se adaptar bem. Aliás, com inspiração neste clássico, o Relatos de um Gato Viajante de Hiro Arikawa é um livro atual e dinâmico e totalmente lindo. Vale a leitura!

Junichiro Tanikazi é mais um autor muito reconhecido no Japão e que tem como temas principais entre seus livros o feminino, a sexualidade e a cultura japonesa. Sua obra mais conhecida é As Irmãs Makioka, mas o livro dele que me marcou é Voragem, vou falar dele mais abaixo.

Também figura entre os autores japoneses essenciais o ganhador do Nobel Yasunari Kawabata, autor de A casa das Belas Adormecidas. Este livro é meio maluco e trata da sexualidade dos homens maduros e da busca por sentido na vida após a juventude. Qualquer lembrança de Memórias de Minhas Putas Tristes que te ocorra não é mera coincidência, pois Gabriel Garcia Marques se inspirou exatamente nessa obra.

Livros sobre o Japão e outros clássicos.

Menos recorrente na literatura japonesa, o homossexualismo é o tema de Confissões de uma Máscara. O autor, Yukio Mishima mora na mesma prateleira dos grandes autores japoneses citados acima e o livro é autobiográfico.

Já o livro mais vendido do Japão é Musashi, do escritor Eiji Yoshikawa. Além das 120 milhões de cópias vendidas, teve mais de 15 adaptações para o cinema e tv. Baseado num samurai que realmente existiu, esse livro sobre o Japão foi publicado inicialmente entre 1935 e 1939 em pequenos capítulos (e sim, é longo o suficiente para rodar 4 anos!), mas falo dele mais abaixo.

Representando as mulheres entre grandes autores japoneses, Hiromi Kawakami é mestre em criar atmosferas que nos prendem na leitura. As 2 obras dela publicadas no Brasil são a premiada A Valise do Professor e Quinquilharias Nakano. Falo mais desse último abaixo.

Existem muitos outros autores e livros japoneses essenciais, mas considerando o que temos à disposição no Brasil, termino essa lista de indicação das obras imperdíveis com Haruki Murakami e seu 1Q84. Inspirado em George Orwell, a trilogia é uma viagem pelas loucuras japonesas. Muita gente cansa na metade e outros se frustram conforme a história se encaminha para o desfecho, mas acho um livro essencial porque traz justamente a aura de Japão: uma queda pelos detalhes, por ocultar coisas, por se fechar em si mesmo.

Livros sobre o Japão de autores japoneses e internacionais.

Livros Sobre o Japão que são ótimos para Viajar!

Já contei como comecei a me interessar pela literatura japonesa lá no começo, mas antes da minha sonhada viagem para a terra do sol nascente, procurei outros livros sobre o Japão para saber mais da história e cultura, além dos clássicos da literatura japonesa que citei acima. Essa é uma pequena lista dos livros que acho que valem a leitura antes de uma viagem para o Japão e, de quebra, é ótima para quem simplesmente quer saber mais:

Underground – Haruki Murakami

Gosto de todos os livros dele que já li: Após o anoitecer, trilogia 1Q84, Minha Querida Sputinik, mas ler Underground enquanto passeava pelos metrôs de Tóquio foi muito intenso para mim. Você não imagina como as pessoas são silenciosas no metrô japonês até andar nele e ficar meio assustado antes de ficar impressionado e, finalmente, feliz.

Underground não é ficção. É uma série de entrevistas com sobreviventes dos ataques terroristas ao metrô de Tóquio em 1995, contando como foi o dia para cada envolvido e suas consequências.

Nesse ataque, realizado por um grupo chamado AUM, três vagões das principais linhas de Tóquio foram envenenados com gás sarin, que causou a morte de várias pessoas e deixou outras tantas com sérias sequelas físicas e psicológicas.

Esse livro sobre o Japão é longo e muitas vezes cansativo, mas com cada depoimento, e também com a falta deles, você vai aprendendo as características da sociedade japonesa, da educação do povo, da forma como eles lidam com os problemas, com o trabalho, com as famílias, com as consequências de seus atos. Até a forma como o autor trata os entrevistados é uma declaração japonesa de ser.

Chorei em algumas partes, em tantas outras tive que parar para pesquisar. O que era AUM? Como eles se tornaram tão fortes e loucos? O que aconteceu com os líderes? O grupo ainda existe? Quem faz parte dele? O que é sarin? Quais seus efeitos? 

Fiquei chocada quando descobri que em 2016 foram descobertas operações do grupo na Rússia!!! Como se os russos já não fossem malucos o suficiente sozinhos!

Também pude fazer um paralelo com a atualidade no Japão (porque o livro já tem um tempo) quando umas amigas japonesas que me guiaram em Tóquio insistiram em dizer que os japoneses não são todos certinhos como se diz por ai. Que eles se atrasam, sim, que fazem besteiras e deixam trabalho para depois. Claro, são humanos, né? Mas ainda que exista uma diferença de comportamento das novas gerações, o pano de fundo ainda está lá, nos pedidos de segredo sobre a vida privada, por exemplo.

Ao caminhar pelo Japão, me emocionei com cenas que pareciam saídas do livrom como filhos levando os pais idosos de cavalinho pelas escadas dos templos ou com os estudantes tão novos vindo conversar em inglês para aprender e deixando tsurus de agradecimento. Tudo tão diferente da realidade brasileira!

No fim do livro, a cereja do bolo: entrevistas com membros e ex-membros do AUM. Essa parte vai te levar aos recônditos da mente humana, a refletir sobre o que faz as pessoas entrarem e se entregarem a um grupo desconhecido e estranho, a largarem carreiras de sucesso e dedicarem sua genialidade ao mau.

Só encontrei o livro em inglês, mas a leitura é fácil e vale a pena.

Underground. Livro sobre o Japão para quem quer conhecer mais!

Musashi – Eiji Yoshikawa 

Contando a vida do samurai Miyamoto Musashi, esse é, para mim,  um dos livros japoneses essenciais antes de qualquer viagem pelo Japão que vá além de Tóquio. E também é pura diversão.

Musashi foi um samurai do século XVII e não sabemos se a história real corresponde à deste épico, que é considerado muito romântico para a época.

No livro, Musashi é um soldado meio rebelde que decide seguir o “caminho do guerreiro”, algo como uma formação em samurai zen budista. Ele viaja pelo país aprendendo entre montanhas, rios e pequenas vilas feudais. No caminho, vai encontrando e desencontrando personagens e desnudando uma paisagem encantadora e uma estrutura social que envolve castelos, clãs e guerras.

Uma das memórias mais vívidas que tenho do Japão foi a viagem de trem que fiz do aeroporto de Tóquio ao Lago Kawaguchiko, aos pés do Monte Fuji. Eu esperava que o Japão todo fosse igual àquele ambiente “Jetsons” do aeroporto e assim que o trem foi saindo pro subúrbio e depois para o interior, me choquei com a realidade “rural”.

Daquela visão da janela do trem às caminhadas dos dias seguintes, minha surpresa só aumentou com a simplicidade das casinhas japonesas, dos templos onde se venera montanhas e árvores, dos telhados de madeira descendo sobre as hortas dos quintais, dos senhorzinhos sorrindo com a boca e os olhos enquanto passávamos, das lindas pinturas que surgem em paredes escondidas. Muito do Japão ainda é pequenas vilas e lindas paisagens, quase como nos tempos de Musashi!

O livro traz vários aspectos interessantes como senso de honra, valorização do conhecimento, os ensinamentos da natureza, a pureza das crianças, a degradação e força do feminino, briga de egos, budismo e xintoísmo, sutilezas da arte, além de traçar um pouco da história dos shogunatos, da construção dos castelos de Kyoto e Osaka (umas lindezas que você deve conhecer se puder) e até do surgimento de Tóquio.

Em alguns momentos o livro fica arrastado, com muitas reviravoltas que não saem do lugar, mas de alguma forma, ficamos torcendo pelo sucesso de Musashi até o final. Inclusive nas variadas ocasiões em que ele é apenas um babaca. A superficialidade de alguns personagens, aliás, é um ponto franco do livro, mas ainda assim, queremos saber da vida de todos e como vão terminar.

O romance no livro é sutil e muito japonês. Se esse livro fosse um filme ocidental a mudança nesse aspecto seria louca, provavelmente algo como fizeram em O Último Samurai (aquele, com Tom Cruise).

A questão é que não se deve esperar um livro de ação intensa, de amor romântico ou super detalhista em aspectos históricos, mas é daqueles livros que te fazem viajar. Vale a pena encarar o tijolão!

Musashi: um clássico da literatura japonesa. Livros sobre o Japão para ler antes de viajar.

Quinquilharias Nakano Hiromi Kawakami

Esse exemplar da literatura japonesa moderna se passa todo na atmosfera antiguinha da loja Quinquilharias Nakano. Como adoro um antiquário, logo me vi envolvida com a loja, que na verdade não vende antiguidades e sim quinquilharias. Tudo bem, gosto de quinquilharias também.

Os personagens são poucos e parecem todos desprovidos de aspectos mais interessantes. Enquanto seguimos leitura esperando uma mudança, vamos sendo absorvidos pelas vidas amorosas deles que podem soar um tanto esquisitas para quem não está acostumado com a literatura japonesa.

Ali no cantinho deles, estão pouco conectados ao resto e à intensidade de Tóquio, vivendo suas tensões e sonhos entre as tranqueiras da loja.

Em um momento achei que o livro daria uma guinada erótica, mas foi só uma nuvem passageira. Ao invés disso, os  momentos mais sexualizados se transformam delicadamente em lindos flashs de sensibilidade e amor ao estilo japonês.

O enredo caminha para o fim como as coisas da vida: lenta e desgastadamente, mas sem dramas. Esse é um aspecto que eu particularmente aprecio, quando o fim é o fim, sem excesso de saudosismo na revisita ao passado e sem aquela ilusão de que tudo tem que terminar maravilhosamente. Falo mais disso um outro dia.

É um livro sobre o Japão leve e lindo.

Livros sobre o Japão sempre tem muita natureza!

Voragem Junichiro Tanikazi

Li esse livro logo que voltei da minha viagem e terei que voltar por causa dele, que recebi no clube de leitura da TAG (aliás recomendo o TAG Curadoria que só tem livros divinos e com edições de cair o queixo).

Neste clássico da literatura japonesa, cujo título significa “algo capaz de tragar ou destruir com violência”, acompanhamos o desenrolar de um louco relacionamento entre duas amigas, uma delas casada. Acho que já resumi nesse parágrafo aonde esse livro vai te levar.

Só que não. A narrativa japonesa não é óbvia e quase nunca explícita, ainda que seja uma fantasia erótica. Então vamos tentando entender em cada página o que raios está acontecendo até chegarmos ao intenso final. Terminamos a leitura atropelados.

Ciúmes, possessão, encantamento pela beleza e pela dualidade, desafios da aceitação social, relacionamento abusivo, infelicidade, loucura. Tem tudo isso e não é bolinho! Agora imagine essa mistura no contexto da sociedade japonesa da década de 20. Antigo e moderno como o Japão!

Mas o que vai me fazer voltar ao Japão foi descobrir por causa desse livro a arte shunga (lê-se xungá – lembra que falei que a literatura japonesa anda juntinho com as artes visuais?).

Popular no período Edo (entre 1603 e 1868), em que o Japão foi governado pela família Tokugawa, a shunga é a impressão em xilogravura de obras de arte erótica.

Nesta época o sexo não era visto com tanto tabu no Japão e não tinha um sentido de pecado, como tem para os ocidentais, sendo inclusive frequentes as imagens homossexuais e de prazer feminino. Dizem que tinha até a ver com certos rituais xintoístas de veneração e que eram usadas para presentear noivas, como um manual educativo.

Esse tipo de arte era comum até a queda dos Tokugawa e o início da influência ocidental, quando virou algo “inapropriado”, o que muitos acreditam que se deu também pelo empoderamento feminino nas obras. Será? Curiosamente, a arte shunga inspirou grandes artistas do lado de cá, como Rodin, Picasso e Degas.

Eu não sou especialmente apreciadora de arte erótica, mas minha mente foi longe pensando que o sexo e a arte possam ter sido tão livres e de repente umas xilogravuras de uns japoneses meio pelados entre tecidos bonitos tenha virado tamanho tabu! Ainda mais considerando os mangás extremamente sexualizados que fazem sucesso por lá.

Só por isso já senti vontade de procurar as tais das xilogravuras no Japão. Parece que é em Kyoto que conseguimos encontrá-las e fora do Japão, em Londres. Leia mais aqui se te interessar.

Coincidentemente, logo depois de ler este livro assisti a ótima série da Netflix “Amor e Sexo Pelo Mundo”, e o episódio sobre o Japão “deu um match” com a leitura. Fica a dica para assistir a série toda que traz pequenas análises sobre relacionamentos e sexualidade em culturas de diferentes países. É muito interessante!

Shunga: arte e literatura japonesa se misturam.

As melhores histórias da mitologia Japonesa – Carmen Seganfredo

Fiquei surpresa com a religiosidade no Japão. Muito mais forte e presente do que eu imaginava, cheia de sincretismos e de superstições.

Sério, era um tal de incensinho aqui, gente estranha entrando no cemitério à noite (leia aqui sobre os templos japoneses de Monte Koya), saquinhos de coisas misteriosas nos templos… Aquelas coisas que uns chamam de ritual, outros de simpatia, outros de macumba…

Pesquisei e descobri milhares de lendas e mitologias japonesas malucas e muitas, muitas histórias de deixar a gente sem dormir!

Cheguei nesse livro, que não é de autores japoneses, mas é um livro sobre o Japão e baseado no Kojiki, que é considerado o primeiro livro de crônicas japonês.

O livro traz alguns dos mitos que tratam da criação do Japão e as primeiras lendas históricas, além de descrever o panteão de deuses japoneses.

Essa é uma ótima forma de conhecer um pouco dessas aspectos mágicos e milenares do Japão traduzidas para nossa compreensão. Tem até uma edição com uma versão da lenda dos Ronins de Ako, o que me leva ao próximo livro.

47 Ronins – John Allyn

A lenda dos Ronins de Ako é uma das mais famosas do Japão por trazer o sentido de honra do samurai mistificando os conceitos de lealdade, persistência e da morte honrosa.

De acordo com essa lenda, um mestre é obrigado a cometer suicídio (seppuku) por transgredir uma lei, o que só ocorreu por conta de uma trairagem.

Os samurais dedicados à este mestre se tornam ronins, samurais desconectados de um clã e que vivem em desgraça. Eles prometem vingança e a cumprem mais de um ano depois, o que culmina numa condenação de todos ao seppuku também, num grande sacrifício coletivo pela honra.

Nem preciso falar mais nada, né? É briga de samurai, adoro.

Pesquisei por quê o livro é do americano John Allyn e não sei a resposta, mas parece que ele apenas recontou a lenda nesse livro sobre o Japão. O que importa é que o livro é muito melhor que o filme, já vou avisando para você não perder tempo com a bizarra versão de Hollywood.

Um hotel na esquina do tempo – Jamie Ford

O autor não é japonês e o livro nem se passa no Japão. É um romance bem levinho, mas que dá uma ideia de como foi a segunda guerra mundial para os japoneses e outros orientais que viviam nos EUA.

É daqueles livrinhos rápidos e bonitos que trazem um ponto de vista totalmente novo. Pelo menos eu nunca tinha pensado no que aconteceu com os muitos japoneses que já viviam nos EUA durante a segunda guerra.

Você sabia que existia uma espécie de “campo de refugiados”? Racismo, xenofobia, desencontros e outras questões são colocadas no emaranhado da história e te levam para novas fronteiras, inclusive para as do Brasil. Como foi a vida dos primeiros imigrantes japoneses? Com certeza não foi fácil!

Aliás, dá para saber mais sobre a vinda deles lá no Museu da Imigração, veja aqui como visitar.

É isso! Tudo o que você leu até aqui são apenas minhas sugestões e impressões de livros japoneses, mas tem muito mais para você descobrir por ai!

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