Estádio do Braga: Arquiteto, História e mais sobre o Estádio do Sporting Braga em Portugal

O Estádio do Braga é um dos mais interessantes de Portugal, você sabia? Também conhecido como Estádio do Sporting Braga de Portugal ou Estádio AXA, além de ser a casa de seus fervorosos torcedores, é conhecido por seu design inovador. Por isso, ao invés de um dos jogadores, é a maior estrela do Estádio do Braga o arquiteto Eduardo Souto Moura. Fica por aqui que te conto melhor!

Como Começou a História do Estádio do Sporting Braga em Portugal

A história do Estádio do Braga começa com a história do próprio clube. O Sporting Clube de Braga foi fundado em 1921 para representar a cidade e treinava num campinho cedido pela prefeitura.

Durante anos foi um time de menor expressão, mas em 1947 passa para a primeira divisão do futebol português e começa a crescer e em 1950 é construído o Estádio 28 de Maio em Braga, onde o clube passa a jogar, com públicos que chegam à 38 mil torcedores.

O estádio, que depois da Revolução dos Cravos o nome do estádio mudou para 1º de Maio porque o 28 de maio é uma data vinculada ao golpe de estado, ainda existe e ainda é utilizado pelas equipes de base e feminino do Braga.

Desde a década de 60 o time vem crescendo, sendo hoje o quarto clube mais importante de Portugal (apesar que seu grande rival não são os 3 maiores – Benfica, Sporting e Porto – e sim o vizinho time de Guimarães), tendo inclusive disputado importantes competições internacionais desde os anos 2000.

E ai, junto com a boa fase do clube na década de 2000 veio a escolha de Portugal para sediar a Euro Copa de 2004 e como praticamente todos os estádios clubes portugueses, o Braga também teve a oportunidade de construir um novo estádio mais moderno.

O novo Estádio do Sporting Braga, mais conhecido como “O Pedreira” ficou pronto em 2003 e agora vamos falar mais dele.

Estádio do Braga Arquiteto

Foi escolhido para o projeto do novo Estádio do Braga o arquiteto Eduardo Souto Moura, que já era uma celebridade da arquitetura portuguesa.

Eduardo Souto Moura tinha sido responsável pelo projeto e remodelação do Mercado Municipal de Braga e de outras obras relevantes, mas era conhecido por ser um dos coautores do Pavilhão de Portugal da Expo 98 em Lisboa, que é simplesmente maravilhoso (é dele também a Casa das Histórias em Cascais, outra lindeza).

O Souto Moura já era um ícone da Escola do Porto, uma tradicional vertente arquitetônica da qual além dele, faz parte ninguém menos que o outro vencedor do Pritzker, Álvaro Siza Vieira (Do Museu Serralves no Porto, também coautor do Pavilhão de Portugal no Parque das Nações de Lisboa, etc…).

Sim, Eduardo Souto Moura ganhou o Prêmio Pritzker também, justamente pelo projeto do Estádio do Sporting Braga, que é uma obra-prima vencedora de vários outros prêmios e até já foi homenageado pelo Obama. 

Contratado para projetar o Estádio do Braga, o arquiteto recebeu a planta do local onde o estádio de 30 mil lugares, que é na verdade municipal, deveria ser construído: um monte com uma antiga pedreira desativada.

Ele pensou em integrar o estádio à paisagem do Monte Crasto e do valo do Rio Cávado e foi assim que o formato final da obra surgiu.

Para conseguir essa harmonização do entorno com o próprio Estádio do Braga, o arquiteto elaborou um projeto em que o estádio teria o formato de um teatro grego, com apenas duas bancadas, uma delas encrava numa enorme pedra já existente no terreno, formando um anfiteatro que se abre para a paisagem dos lados. O cenário natural e até meio bucólico serve de fundo para as partidas.

Numa entrevista sobre o Estádio do Braga, o arquiteto disse que o sonho dele era “ver um penálti num momento em que uma vaca está na linha da baliza, nos campos que ficam lá atrás”.

Achei simplesmente maravilhosa essa imagem. Talvez um pouco bucólica para um lugar competitivo, mas ainda assim, linda. Fico procurando as vaquinhas em todas as fotos que vejo do estádio desde então.

Ainda não vi nenhuma, mas repare como é bacana uma hora olhar para o jogo, outra para a paisagem…acho que eu não veria nada em campo, pois como já declarei em outras ocasiões, não sou uma grande apreciadora de futebol e tenho dificuldades em prestar atenção com tanta distração interessante que há num estádio.

Além da arquitetura inovadora, o projeto de engenharia de Rui Furtado também impressiona, especialmente pela cobertura das arquibancadas, que é suspensa por cabos com mais de 200 metros e foi inspirada em pontes da civilização Inca do Peru!

Bom, apesar de toda a inovação e poesia, nem tudo são flores na casa dos Guerreiros do Ninho e desde 2020 o Braga tenta emplacar um projeto para renovar o Estádio 1º de Maio e abandonar a Pedreira.

A justificativa é que o Estádio do Sporting Braga padece de problemas de conforto e acessibilidade e não tem condições de se tornar um lugar mais multiuso. O novo projeto do Estádio 1º de Maio incluiria um hotel, escritórios, shopping, praça de alimentação e o que parece ser mais importante, um enorme estacionamento.

A prefeitura de Braga, que é responsável pelo financiamento do Estádio do Braga, que por acaso foi o mais caro da Euro 2004, ainda banca a cara manutenção do local e é contra essa nova gastança. Veremos o desfecho.

Uma observação: durante alguns anos o Braga vendeu os naming rights e o Estádio do Braga passou a ser chamado de Estádio AXA. Mas nunca pegou muito e a AXA não nomeia mais o espaço desde 2014.

Como visitar o Estádio do Braga em Portugal

Se você é um amante de futebol, mas principalmente, se você é um amante de arquitetura, vale a pena visitar o estádio.

A visita guiada pelo estádio e pelo museu dura 45 minutos e custa apenas 6 euros, com descontos para pessoas abaixo dos 18 e acima dos 65 anos. Baratinho, né?

Por outro lado, só acontecem nos dias de semana quando não há jogo em 4 horários: 10h, 11h, 15h,16h e nos sábados apenas às 10h. Além disso, é preciso reservar antecipadamente pelo e-mail visitas@scbraga.pt.

Requer um pouco mais de programação, é verdade, mas acho que para quem vai passar um dia em Braga, por exemplo, dá para começar no Estádio e depois seguir pelas outras atrações da cidade, que já detalhei nesse post sobre o que fazer em Braga.

Outra possibilidade, que considero ainda mais legal, é assistir a um jogo. Os preços são super acessíveis, a partir de 3 euros.

Duas curiosidades finais. O Braga tem um serviço de festinha de aniversário que acho um barato. Tem 2 pacotes: um em que servem um lanche, um bolo temático (do time, claro!), fazem uma visita ao estádio, dão um certificado, um kit do time e um bilhete para o próximo jogo e o segundo que inclui tudo isso mais um jogo de 30 minutos no campo de treinamento!!!

Tudo isso para um mínimo de 15 pessoas sai por 15 euros por cabeça sem o joguinho ou por 25 euros com o joguinho, diminuindo proporcionalmente ao aumento do número de convidados. Unbelievable. Sabe quanto custa alugar uma quadra aqui no Brasil? Sem bolo nem visita?

A segunda é que além do futebol, o clube tem várias outras modalidades, como times profissionais feminino e masculino de bilhar. Sim, você leu bem, de bilhar. As aulas da escola de bilhar são às 21hs às quartas-feiras.

Como o Estádio fica mesmo numa área mais afastada, a forma mais fácil de chegar lá é de táxi. Não deve custar nem 10 euros. Outra possibilidade é o ônibus 501, que sai da estação de trem de Braga.

É isso, você já tem tudo o que precisa para conhecer essa jóia arquitetônica que é o Estádio do Sporting Braga!

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