Dicas de Inhotim: esse é um lugar que todos deveriam visitar pelo menos uma vez na vida. Sem brincadeira, se eu ganhasse um centavo cada vez que eu recomendasse este lugar, já estaria com o porquinho cheio! Mas faço isso de coração porque não tem como não se apaixonar!!!
Aqui nesse post você vai pegar todas as dicas sobre o que fazer em Inhotim, o que levar, como visitar Inhotim em um dia, como ir para lá e muito mais.
Vem comigo!
1ª Dica de Inhotim: é um Museu à céu aberto
A primeira dica é justamente o que é Inhotim. É uma informação importante, porque muita gente confunde. Inhotim não é uma cidade e sim um Jardim Botânico/Parque/Centro Cultural auto denominado Instituto, localizado na cidade de Brumadinho. Foi idealizado nos saudosos anos 80 pelo empresário Bernardo Paz (que devemos dizer, soube o que fazer com o excesso de dinheiro!) e teve a colaboração de Burle Marx. É hora do ”Ah ta!”.
A segunda informação importante para você olhar algumas coisas com outros olhos é que o Inhotim permite a instalação de obras site specific, o que significa que o artista escolhe onde quer instalar sua obra, normalmente relacionando o conteúdo à uma interação com aquele local específico e ainda acompanha e palpita na construção da galeria. A magnitude dessas obras é bem impressionante, conto mais abaixo.
2ª Dica de Inhotim: Horário de Funcionamento
Inhotim não abre às segundas e funciona entre 9h30 e 17h30 nos fins de semana e feriados e até 16h30 nos demais dias.
Uma boa pedida se você não for da região é pegar um feriado que comece na quinta. Assim você aproveita quinta e sexta para visitar Inhotim e o fim de semana para curtir BH. Assim evita preocupações com o vôo e ainda dá para aproveitar Inhotim durante a semana, quando mesmo em feriado é mais vazio. Essa é uma das melhores dicas de Inhotim que posso dar.
Eu passei o fim de semana em BH, saí cedo na segunda, passei o dia em Ouro Preto e somente na terça cedo fui para Inhotim. Saí de Ouro Preto às 8hs da manhã para chegar com folga à Inhotim e aproveitar o dia. Você pode ver os posts sobre um fim de semana em Belo Horizonte e o que fazer em Ouro Preto aqui.
Em Inhotim os restaurantes abrem das 12hs às 16hs de terça a sexta e das 12hs às 17hs nos finais de semana.
3ª Dica: Como ir para Inhotim
Como ir para Inhotim de SP e RJ
Inhotim fica a cerca de 60kms de Belo Horizonte, então a forma mais fácil de ir para Inhotim é se deslocando para BH e de lá para Brumadinho.
De São Paulo ou do Rio você pode pegar um vôo ou ônibus para BH ou ir de carro. São cerca de 600ks entre SP e BH e cerca de 450kms do RJ a BH. Uma viagem longa de carro, mas sem dúvida à pontos de parada legais pelo caminho.
Como ir para Inhotim de BH
De Belo Horizonte, caso você não vá com o seu próprio, a opção mais fácil e prática é alugar um carro para ter flexibilidade para visitar Inhotim, circular por Brumadinho e talvez até visitar outras cidades vizinhas. Você pode alugar o seu carro aqui na Rentcars, parcelando e pegando o carro direto na rodoviária ou no centro de BH. O trajeto é por boas estradas, muito fácil. Coloque no Google Maps e não terá erro. Essa é mais uma das melhores dicas de Inhotim que posso dar.
Se você não quiser ou não puder dirigir, há ônibus saindo 8h15 da rodoviária de Belo Horizonte para Inhotim. Veja informações no site da Saritur. A volta é às 16h30. Custa cerca de R$ 35,00 (em 2019) cada perna da viagem ou cerca de R$ 70,00 ida e volta.
Outra opção é uma van que sai do Hotel Holliday Inn em BH às 8h30, somente às quartas e finais de semana e custa cerca de R$ 35,00 também ou R$ 66,00 ida e volta. Se você quiser ir em outros dias de semana e estiver em mais de 4 pessoas, pode reservar com eles. A empresa é a Belvitur.
Como ir para Inhotim de Ouro Preto
Em tese, o caminho vindo de Ouro Preto é só voltar um pouco na estrada pela qual você veio de BH e continuar em frente como se tivesse vindo direto, sem entrar no trevo de Ouro Preto.
A verdade é que não há placa nenhuma e é difícil enxergar a entrada. Um tanto perdidos, paramos num posto de gasolina onde um caminhoneiro nos indicou o caminho e disse que estávamos à 30 minutos de Brumadinho, mas segundo ele a estrada era uó e ele não andava ali com o caminhão dele. Medo! Nos perdemos e demos mais umas voltas até chegar à estrada normal. Resumindo: conte com imprevistos.
Bom, a estrada é bonita e tranquila e nós chegamos à Inhotim pouco depois das 11hs. Acho que vir direto de BH pode ser mais fácil, mas não me arrependo nem um pouco de nosso trajeto, que foi muito mais prazeroso e rico. Lembrando que embora Minas seja ao lado de SP, as distâncias são grandes e nem sempre podemos estar por ali…
4ª Dica de Inhotim: Quanto custa visitar
A entrada em Inhotim custa R$ 44,00 (em 2019) e mais R$ 30,00 se você quiser usar os carrinhos que levam aos pontos mais distantes em rotas fixas, com exceção de pessoas com problemas de locomoção que, junto com um acompanhante, não pagam o carrinho.
Às quartas a entrada é gratuita, assim como para crianças de até 5 anos e Amigos do Inhotim. Essa é uma das melhores dicas de Inhotim, né? Além de estudantes e idosos, empregados de algumas empresas e assinantes de alguns jornais e revistas, pagam meia (veja aqui mais informações).
Pelo estacionamento você não paga nada! É um dos preços mais justos que já paguei na vida. Primeiro porque não é caro e dá ainda mais prazer em conhecer, voltar e indicar aos amigos sem medo de ser xingado e segundo porque o tamanho e a estrutura do lugar são de fazer qualquer um somar e dividir mentalmente e concluir que este preço poderia ser bem maior.
5ª Dica: Como visitar Inhotim em um dia
Antigamente eu dizia que é impossível visitar Inhotim em um dia, mas a verdade é que nem sempre dispomos de mais tempo e eu não acho que alguém deva deixar de ir por causa disso. Dá para visitar Inhotim em um dia sim, mas não dá para ver tudo. Nesse caso, você vai precisar escolher o que te agrada mais, entre as inúmeras opções do que fazer em Inhotim, que conto mais abaixo.
Se você só tiver mesmo 1 dia para visitar Inhotim, sugiro que você chegue o mais cedo possível e saia no último horário, para fazer render o seu dia. Tente ficar tranquilo se eventuais imprevistos acontecerem, como se perder na estrada ou pegar uma chuva de raios dentro do parque que diminuem o tempo programado para sua visita. Inhotim não vai sair de lá e sempre dá para voltar!
O ideal, a meu ver, é dedicar 2 dias para visitar Inhotim. Em 2 dias você conseguirá ver tudo, mas se quiser também relaxar, almoçar demoradamente, descansar nos belos bancos sombreados ou apreciar com calma os jardins, será necessário mais um dia.
Não é preciso muito preparo físico, mas o lugar é enooorme e é um pouco cansativo tanto andar. Como as galerias e obras são em grande parte um pouco afastadas umas das outras, a andança é amenizada pela intercalação entre momentos internos e externos e pelos vários pontos de descanso e contemplação. Acho esse um dos principais fatores que tornam Inhotim um lugar extraordinário.
Também é bom para a mente, pois ao contrário da maioria dos museus e exposições de arte, você não vai passando de sala em sala absorvendo em processo relâmpago tudo o que vê, aqui você tem tempo de pensar entre uma novidade e outra, ver uns passarinhos, se surpreender com uma espécie maluca de palmeira ou simplesmente respirar um ar puro.
6ª Dica de Inhotim: Onde Comer e Bebedouros de Água
Por todo o Inhotim, mesmo nos lugares mais afastados, há bebedouros de água e banheiros impecavelmente limpos e conservados. Você se sente tão bem com isso que pensa logo: nem parece o Brasil! É verdade, em que lugar do Brasil há bebedouros (não vale fontes ou torneiras) e banheiros limpos e livres?
Esta conveniência tão simples faz com que o seu passeio seja ainda mais tranquilo e sem correrias com a bexiga estourando, filas, ou perigo de desidratação. Como é simples ter paz!
Outra informação importante é que você não pode levar comida nem animais de estimação. Acho estas medidas muito coerentes com o lugar, tanto para a preservação da fauna e da flora ali existentes quanto por uma questão de não incomodar os demais né? Repito: como é simples ter paz!
Não podendo levar sua marmita, você terá a chance de comer em um dos vários restaurantes existentes ali dentro: pequenas lanchonetes para um salgado e outros petiscos, uma dogueria, uma pizzaria, uma omeleteria, o Café do Teatro, o Bar do Ganso e os restaurantes Oiticica (kilo) e Tamboril (à la carte).
Muito embora os restaurantes variem bastante em estilo e preços, considerei que nenhum deles era exorbitante. Tá certo que o hot dog era meio pequeno pelo preço, mas considerando o “monopólio” e os preços normais praticados aqui na terrinha da garoa (que andam beirando à alucinação) achei todos os preços ok. Além disso, os restaurantes Oiticica e Tamboril são lindos e a comida cheirava de longe. Não experimentamos por uma questão de tempo, mas recomendo sem medo.
7ª Dica: O que levar para Inhotim
Como dito acima, leve a sua garrafa de água para encher nos bebedouros, mas deixe em casa os petiscos.
Filtro solar é indispensável. Para os mais sensíveis, chapéu e óculos escuros. Se o tempo estiver feio, guarda-chuva. Para os mais corajosos, roupas de banho e uma muda de roupas secas também serão úteis.
Por fim, não esqueça de uma das melhores dicas de Inhotim: vá de tênis, aquele velho e confortável, até para poder interagir em algumas obras, mas lembre-se que será necessário descalçá-los em alguns pontos (esse toque é para evitar aquele com chulé!).
Lá tem umas lojinhas para emergências, mas se quiserem levar uma lembrança, preparem o bolso.
Aceitam cartões!
8ª Dica de Inhotim: Onde ficar em Brumadinho
Perguntamos lá em Inhotim se eles indicavam alguma pousada e uma simpática mocinha nos deu indicações e ainda nos explicou as características de cada uma (distância, luxo e comidas) e, depois de ouvir que queríamos um lugar simples e barato apenas para passar a noite e voltar cedo no dia seguinte ela nos indicou a “Nossa Fazendinha” e ainda ligou lá para saber se tinha vaga e nos explicou o caminho! Não é para se encantar?
Ficamos um chalezinho bem confortável com geladeira, TV, ventilador e varandinha num cantinho bem protegido da fazendinha, sem barulho nenhum, embora a pousada seja bem próxima da estrada por cerca de R$ 200,00 o casal. Além disso, os quitutes e bebidas eram ótimos e baratos e nossa conta foi linda. Recomendo bastante essa hospedagem.
Outras opções de hospedagem: Estrada Real Palace Hotel, Hotel Fazenda Horizonte Belo, Pousada Villa da Serra (todas com diárias em torno de R$ 300,00) e a top Estalagem do Mirante (diárias entre R$ 400,00 e R$2.000,00).
9ª Dica: O que fazer em Inhotim
Ao entrar você receberá um mapinha do local, com todas as galerias e obras indicadas com nome e autor e você poderá fazer o roteiro que quiser. São muitas opções e talvez você precise selecionar o que fazer em Inhotim e deixar algumas coisas para ver em outra ocasião. Vou explicar como fiz a visita e mais abaixo uma lista bem simples do que considero indispensável para facilitar sua visita.
Algumas obras ficam em morros um pouco afastados, inclusive algumas das mais conhecidas, como a Beam Drop de Chris Burden e a Sonic Pavilion de Doug Aitken. Tenho a mais absoluta certeza que naquele dia abafado e ensolarado, se eu não tivesse ido de carrinho, teria morrido, desistido ou ficado meladamente suada e incomodada para o resto do dia.
Considero essencial conhecer estes lugares mais afastadinhos e não vejo motivos para alguém economizar no carrinho. Muita gente faz isso porque o carrinho não percorre todo o Inhotim, mas apenas faz algumas rotas que levam e trazem das extremidades ao “miolo”. Optamos por conhecer todos os lugares cobertos pelos carrinhos no primeiro dia e deixar o que era mais fácil ver apenas caminhando para o segundo dia, economizando um pouquinho.
Para mim não deu certo porque acabou caindo um temporal que derrubou a energia e tivemos que sair mais cedo, mas ainda acho que era um bom plano. Pegue o primeiro carrinho que apenas diminui a caminhada até o centro do parque e vá direto para a segunda rota, que nos levava ao Sonic Pavilion. Depois vá descendo por cada galeria e obra e veja tudo do lado superior direito do mapa. Atravesse para a esquerda conhecendo tudo o que há pelo caminho, (aqui parei para comer uma coisinha na lanchonete) e pegue o carrinho para a segunda rota passando pelo final do trajeto, Galeria Cosmococa e demais obras de baixo.
Preciso dizer que fiquei encantada com os monitores e motoristas dos carrinhos. Em toda obra, sala ou galeria há um deles e absolutamente todos foram simpáticos, sabiam das obras e artistas, respondiam prontamente qualquer pergunta, agiram rapidamente na hora da tempestade e a maioria deles não tem nem 20 anos!!!
Fiquei pasma com isso. A cidade é pequena e tem toda aquela população jovem trabalhando ali (são pelo menos 50 pontos de arte, alguns com mais de um monitor, mais uns 15 carrinhos, a recepção, etc…). Quem viveu no interior e curte arte entende o valor que isso tem e a oportunidade de aprendizado e de contato com todo tipo de pessoa que um trabalho deste proporciona.
E não era apenas uma obrigação. A maioria deles queria saber se já tínhamos ido à Galeria Cosmococa, que logo percebemos ser a favorita por ali (e não por menos: é uma das mais interativas), além do Beam Drop, considerada a obra mais impressionante, provavelmente pelo processo de montagem (que você pode ver aqui e realmente é bem cinematográfico). Também faziam questão de apontar o que havia de novo (pronto ou não) e comentavam as interações de alguns visitantes com as obras num processo riquíssimo de observação e investigação.
Tiro o chapéu. Além disso, o Instituto tem várias atividades de música, teatro, artesanato e educação que servem à toda a comunidade.
No segundo dia acordamos cedinho, tomamos café e abrimos Inhotim. Paramos no fa-bu-lo-so Galpão Cardiff & Miller que estava sem energia na terça e pegamos de novo o carrinho (uma coisa interessante é que se você não comprou a pulseirinha que permite andar no carrinho na entrada e no meio do passeio se arrependeu, é só parar em um dos pontos de alimentação e comprar, sem precisar voltar à recepção, que pode estar distante) para subir ao Beam Drop novamente, agora com um lindo sol e sem raios.
Neste dia, que era feriado, o Instituto estava beem mais cheio, mas nada insuportável. De qualquer forma, ainda é melhor ir durante a semana e aproveitar tranquilo, muitas vezes sozinho, tudo que as galerias têm para oferecer.
Mais um ponto para Inhotim: apesar dos quase 50 pontos de arte, você quase nunca olha e diz “não entendi”. A maioria das obras sequer requer alguma informação adicional, mas em todas há alguma e, de forma sucinta e nada cansativa te levam direto ao ponto e fazem você apenas dizer “é mesmo!” ou “nossa!”. Poucos lugares não me causaram nenhuma reação ou desagradaram.
Se você, como todo mundo, ficou chocado com o rompimento da barragem em Brumadinho e tiver interesse em entender um pouco da relação entre a mineração, o instituto e as obras de lá, dá uma olhada aqui nesse texto.
Caso você realmente tenha apenas 1 dia para visitar Inhotim e precise optar sobre o que ver e fazer, pegue essa lista dos indispensáveis:
- o Galpão Cardiff Miller, onde fica a Forty Part Motet (fique até o fim);
- a Galeria Valeska Soares e o seu Folly (dê uma lida sobre o MAM de BH antes);
- a Galeria Cosmococa;
- o Hell’s Diptych de Miguel Rio Branco;
- a Galeria Adriana Varejão;
- o Sonic Pavilion do Doug Aitken,
- o Beam Drop ;
- o Iglu By Means of Sudden do Olafur Eliasson e
- o Desvio para o vermelho do Cildo Meireles.
10ª Dica de Inhotim: O que fazer em Brumadinho
Eu não desbravei a cidade e não sei bem como Brumadinho estará depois do rompimento da barragem, mas tenho várias amigas que tiveram uma experiência bem legal por lá visitando os quilombos da região e sei que eles não foram afetados pelo desastre, então fica aqui essa dica para aproveitar ainda mais sua visita à Inhotim.
Deixo aqui o link do Viajei Bonito que tem várias dicas do que fazer em Brumadinho e arredores, aproveite!
Fim
Na volta para BH, peguei aquela estrada de terra em que o caminhoneiro não andava, mas que diminuía bem os kms, e ainda dei uma parada rápida no Mirante dos Veados na Serra do Curral. Tava cheio e a mata, recém queimada, estava horrível. Mesmo assim, aquele céu enorme, aqueles morros, aquelas plantinhas nascendo de novo ou simplesmente toda a maravilha dos últimos dias me fez sentir livre e leve. ProntA para mais maravilhas.
Com essa parada, o trânsito da cidade e a distância do aeroporto, cheguei bem em cima da hora. Fica a dica para não abusarem dos últimos minutos em Inhotim e perderem o avião….
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