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Deu Medo, mas tudo bem! Viagem de 1 ano

Outro dia eu vi esse vídeo abaixo, com essa imagem do maluco no meio do abismo. Só de ver o homem ali, minhas pernas tremeram a ponto de dobrarem os joelhos, meu coração palpitou, eu senti uma vontade imensa de sentar no chão e falar baixinho pra pelo amor de Deus ele voltar para a terra firme. Eu esperaria de olhos fechados ele sair dali e depois daria uma bronca inesquecível por ele ser tão idiota de correr a porcaria do risco de cair. To com raiva dele só de pensar!!!

O vídeo é de Simen Haughom e vocë assiste inteiro aqui: https://www.youtube.com/watch?v=kXiFgNm9LrQ .

Tudo bem, eu tenho um medinho de altura. Eu tenho um medinho de subir em pedras. Eu tenho medinho. De quê mesmo?

Eu tenho medinho de sair do meu trabalho, que eu gosto, que me faz crescer, que me garante um sono tranquilo, roupas novas e minha pizza aos domingos. Tenho medinho de sair da minha casa, que tem nosso jeito, nosso cheiro, nossas coisas acumuladas em mais de 30 anos de estrada. Tenho medinho de estar longe da família e dos amigos que amamos. Tenho medinho de sair por ai. Eu tenho medinho de sair da zona de conforto, mas parece que não é nela que o melhor acontece.

Minha perna ta tremendo até dobrar, meu coração ta palpitando e eu to com muita vontade de sentar no chão para não correr o risco de cair, mas neste momento eu sou aquele maluco ali, cheia de coragem para ir até a beira do abismo e viver onde o melhor está acontecendo. Com lenço e com documento, mas sem destino e sem saber o que será do amanhã.

Caminhos abertos para percorrermos.

Parto para realizar o sonho de viajar pelo mundo por 1 ano (ou menos, ou mais, who knows?). Às vezes vejo como uma pausa na minha vida “normal”, às vezes como uma aceleração na minha vida “sonhada”, mas vejo sempre como algo lindo que só vai me fazer bem e ser melhor.

Começo a odisseia pelo Japão por uma questão logística, mas acho que não poderia ser mais apropriado começar na terra dos samurais.

Eu adoro os samurais, com toda aquela cabeleira, aquela espadas incríveis e olhares fulminantes. Eles eram muito focados, treinavam para serem os melhores e para sempre estarem prontos para qualquer coisa que acontecesse. Reza a lenda que para estarem prontos para tudo, eles eram treinados para pensar o tempo todo na morte e, assim, aguardá-la com tranquilidade.

Treinando e pensando no pior, conseguiam manter a calma mesmo nas piores tempestades. Dizem que Miyamoto Musasho (um samurai dos idos de 1600) declarou no Livro dos Cinco Anéis que “Tanto ao lutar quanto na vida cotidiana, você deve ser determinado, ainda que calmo. Vá de encontro à situação sem tensão, mas também sem desleixo, com o espírito estável, mas sem prejulgamentos.

Eu to com medo. Não é nem medinho, é medão!!!!!! Afinal, sou uma canceriana deixando a casca com um capricorniano saindo à galope! Uma dupla virada do avesso!

Mas eu e o Gabri demos uma de samurais: sonhamos, pensamos, focamos e nos preparamos para o melhor e para o pior. Hoje pode vir o medo, pode vir a morte no abismo, pode vir o furacão Katrina, podem até vir os Crazy 88 que eu to me sentindo a própria Mamba Negra com a Hanzo na mão: imbatível!!! (desculpa, mas adoro a parte do Kill Bill no Japão. =D)

Sem tensão, sem desleixo, com o espírito livre e o coração aberto, enfrento com tranquilidade todos os medinhos e medões e mergulho na ousadia extrema de viver a vida que eu quero. Não tem como dar ruim!

A verdade é que os nossos limites são determinados apenas por nós mesmos e nossos medos. Por isso que o Sr. Miyamoto sabia mesmo das coisas e eu vou repetir mais uma frase atribuída à ele: “Hoje é o dia de sua vitória perante o que você era ontem“. Todos os dias, sem dúvida, mais ainda nessa partida rumo à mim mesma.

Até!

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