Roteiro pelo Centro Oeste da Namíbia – Deserto, Dunas, Praia
O deserto da Namíbia, onde ficam Sossusvlei, Deadvlei e as dunas vermelhas é o destino número 1 de quem planeja um roteiro de viagem para a Namíbia e não é à toa, o lugar é espetacular! Aqui nesse post conto o que fazer nessa região, inclusive nas paradas obrigatórias em Swakopmund e Spitzkoppe.
Já contei que meu roteiro pelo país sem 4×4 foi de 26 dias e que saímos de Cape Town, na África do Sul, e fomos até Victoria Falls, na Zambia e Zimbabwe. Também já falei que a melhor forma de viajar por lá é alugando um carro e que vou contar melhor o que visitamos e como foi a viagem em 4 partes: sul da Namíbia, Centro da Namíbia, Etosha e Caprivi. Já contei sobre o sul (todos os links abaixo) e aqui explico como foi ir de Maltahohe até Grootfontein, passando por Sesriem, Soussusvlei, Deadvlei, Solitaire, Spitzkoppe e Swakopmund.
Veja aqui o completo roteiro de viagem para a Namíbia.
Veja aqui como é dirigir na Namíbia e outras opções para viajar por lá.
Deserto da Namíbia: de Maltahohe (Betta Camp Site) até Sesriem (Sossusvlei)
Vindos de Luderitz, fizemos uma ótima parada no Betta Camping porque a viagem até Sesriem é longa. Você pode fazer esse mesmo trajeto ou seguir para Sesriem direto de Windhoek (333km).
De Maltahohe para Sesriem são “apenas” 174kms pelas estradas D831 e C27, mas como nada na Namíbia é simples, a estrada é cheia de pedras e você deve andar bem devagar (já dei a dica para deixar os pneus menos cheios, assim eles não furam tão facilmente). Demoramos umas 3h30m.
Sesriem é o lugar mais famoso da Namíbia, o cartão postal das dunas vermelhas. Tem o Sesriem Canyon, as dunas: 45, Elim, Big Daddy, e ainda Sossusvlei e Deadvlei, vales lindíssimos. O lugar é simplesmente sensacional. Por isso mesmo, é o lugar mais cheio e o ideal é fazer um pouco de preparo. Explico.
Todas essas belezas estão dentro de um parque, que tem 2 portões: um que separa o parque do mundo exterior e outro, depois desse primeiro, que separa o camping do resto do parque. O portão exterior abre ao nascer do sol (o horário exato depende da época do ano, mas é em torno das 6hs) e o portão do camping abre uma hora antes. O mesmo para fechar no pôr-do-sol.
Assim, quem fica no camping do parque consegue ver o nascer ou o por do sol lá dentro, mas quem fica fora, não. E esses momentos são realmente especiais, porque é nessas horas magicas que as dunas ficam entre luz e sombras e isso deixa tudo estarrecedor.
E mais, o parque é gigante. Para você chegar na duna 45 pro amanhecer vai andar 45kms dentro do parque. Demora praticamente 1h de carro, mesmo sendo asfaltado. E bom, depois você ainda tem que subir a duna e só Deus sabe quanto tempo vai demorar… Eu diria que mais uns 20/30 minutos de subida. Já o pôr-do-sol você pode ver da duna Elim ou do viewpoint, que são mais próximos do portão.
Deserto da Namíbia: Onde ficar em Sesriem/Sossusvlei
Então a grande questão em Sesriem é se você vai ou não querer ver o sol nascer e/ou se pôr, porque se quiser só tem 2 opções de hospedagem: o Sossusvlei Lodge e o Sesriem Campsite. Ambos cobram pelo espetáculo da natureza que te permitem ver, ou seja, são mais caros. Mas aqui nessa região tudo é mais caro mesmo.
No Sossusvlei Lodge as diárias ficam em torno de USD 200 por pessoa, mas é um ótimo resort com pensão completa. Já no camping as diárias custam cerca de USD 18 por pessoa e você ainda deve pagar a entrada no parque, de USD 5 por pessoa com carro. Os dois ficam lotados e para não ter stress precisam de reserva prévia.
Nós não reservamos, chegamos lá por volta das 11hs, e por sorte conseguimos um lugar no camping. Era o último e o pior lugar, colado no portão de entrada, sem eletricidade (graças a Deus o pessoal do restaurante me deixou carregar a bateria da câmera lá!) e praticamente sem proteção, então pegamos todo o sol do dia e todo o vento da noite. Tivemos que prender nossa barraca com uns tijolos!
Ainda ouvimos muito barulho durante a noite. Apesar de ninguém poder sair nem entrar do parque depois de fechado, os trabalhadores moram lá e num camping cheio sempre tem gente que curte a noite, né? Acho que foi especialmente agitado porque era Natal, mas mal conseguimos dormir. Comparado aos outros campings da Namíbia, que são ótimos e metade do preço, você se sente meio roubado.
O camping tem um bom restaurante com preços justos (em torno de USD 8 uma refeição com bebidas), uma lojinha mais ou menos, uma piscina bem pequena pra quantidade de pessoas e banheiros ok.
Apesar de tudo, achei que valeu a pena ficar lá porque foi liiiindo o amanhecer. Se você não fizer questão de ver o sol nascendo de cima da duna ou, se não puder subi-la, não acho que vale a pena ficar no camping. Fora do parque tem várias opções de hospedagem bem mais confortáveis, a começar pelo Sossus Camping, bem em frente ao portão e que certamente vai permitir que você ainda veja todo o show de cores da manhã. Tem também o Desert Camp (mais próximo), Le Mirage Desert Lodge e o Tschaub River Camp. Outras opções são um pouco mais distantes, então você precisará medir seus interesses para saber se vai conseguir chegar pelo menos antes das 7hs lá nas dunas, senão as cores já mudam. Não esqueça de reservar. Tudo, tudo lotado.
Algumas dicas: o Sossus, em frente ao portão, tem vários sanduíches apetitosos e mais baratos, mais variedade de bebidas, sorvete e gelo. Compre tudo pro dia seguinte: água, gelo, coisas para comer de manhã enquanto visita as dunas (não tem absolutamente nada lá e você vai demorar, tem que levar!). A gente estava sem colchão e não tinha onde comprar, mas o pessoal do camping arrumou uns colchonetes lá do Lodge. Eram horríveis e custaram USD 5 cada pela noite, praticamente o preço de um bom colchão de ar que compramos depois, mas foi melhor que nada. Vai que você precise…
Veja aqui as Dicas Básicas para uma Viagem pra a Namíbia.
Como visitar o Sesriem Canyon, as Dunas Vermelhas, Sossusvlei e Deadvlei
Sesriem Canyon e Pôr do Sol
Como chegamos cedo ao camping e estava absurdamente quente no verão, aproveitamos para celebrar o Natal e curtir a piscina, que era o que dava para fazer sem derreter. No fim da tarde fomos conhecer o Sesriem Canyon, que fica perto do camping, é bonito e merece uma caminhada.
Vá para a direita ao entrar, é bem mais bonito que a esquerda. A gente já tinha subido em pedra, sentado no chão, agarrado em árvore quando aparece um guia, mostra uma aranha quase invisível no chão e explica que é super venenosa. Rá-Rá. Saimos felizes de estarmos vivos… e descobrimos outro pneu furado.
Pretendíamos ir até o viewpoint do Canyon ou até a Duna Elim para ver o pôr-do-sol, mas como era mais importante ter pneu pra visita ao Sossusvlei no dia seguinte, desistimos e fomos consertar o pneu. Mas a borracharia já estava fechada e só nos restou torcer para o step aguentar o tranco (aguentou).
Nascer do Sol na Duna 45
Ninguém dá o horário exato de abertura dos portões, mas não se preocupe, a partir das 4h30 da manhã é um verdadeiro rush, é só levantar com a sua cara amassada e ir pra fila do segundo portão. Esse é um daqueles passeios em que você quer ir lindo para tirar fotos maravilhosas, mas é difícil dormindo mal e levantando nessa hora… Como é deserto, a noite a temperatura cai bastante e se for inverno vai realmente fazer frio. Mas se for verão, não se engane pela brisa e vá com roupa leve.
Não tem como errar a duna também, é só andar os 45 kms e parar junto com todo mundo. Você pode parar onde quiser, nada impede, mas a melhor visibilidade do nascer do sol é na 45. Se preferir, pode até ficar na estrada, vendo apenas as sombras nas dunas gigantes. Se for subir, digo o que ninguém nos disse: a duna é enorme e é dureza. Ou talvez não seja tão difícil assim, mas com sono, sem comer e no escuro, achamos um desafio!
Apesar do “rush”, a quantidade de pessoas é limitada e o espaço, vasto, então tirando a subida, é bem agradável e silencioso. E lindo. Proteja a câmera porque venta bastante e vem um monte de areia!
Depois do nascer do sol algumas pessoas ficam por ali subindo e descendo a duna, fazendo fotos, mas a maioria segue adiante. Vá o quanto antes para Sossusvlei, porque quanto mais tarde, mais quente. As 8hs da manhã estava 40 graus! E a visita vai tomar tempo.
Soussusvlei, Deadvlei e Big Daddy
Quando o sol sobe, é hora de partir pra Big Daddy, Sossusvlei e Deadvlei, que ficam 15kms adiante. Durante o caminho, pare para tirar fotos das dunas gigantes, o visual é lindo.
Lá, verá as pessoas indo em direção à uma duna e-nor-me. É a Big Daddy, a maior duna do parque, com cerca de 325metros de altura. Bom, como já tínhamos cansado na Duna 45, decidimos não subir a gigantona, o que demora entre 1h e 1h30 e leva ao Deadvlei e à uma vista geral da área.
Tinham nos dito que dava para chegar ao Deadvlei sem subir, contornado a duna. Mas não avisaram por qual lado (ou esquecemos) e resolvemos ir pela esquerda. Fomos andando, no plano, vendo o povo lááá em cima e estávamos bem felizes quando descobrimos que ao invés de irmos para Deadvlei fomos para Sossusvlei, no lado contrário.
Tanto Deadvlei quanto Sossusvlei são calcificações de barro que formam lindas áreas brancas e secas no meio das dunas vermelhas. Elas remontam a inundações do rio Tsauchab que ocorriam na região e que, com mudanças climáticas, deixaram de ocorrer pela desertificação. Na época das inundações algumas árvores conseguiam viver ali, mas secaram há cerca de 900 anos. Essas árvores pretas que dão o toque mais diferente ao lugar ficam apenas em Deadvlei, que significa algo como “vale da morte”, embora a região toda seja mais conhecida mundo afora simplesmente como Sossusvlei.
Bom, vimos que mais pra frente a duna era mais baixa e resolvemos pegar aquela subida “menor” e cruzar pro outro lado. Só que a “subida menor” era muito alta e quase soltamos os bofes. Quando chegamos no topo tivemos uma vista linda de outro vale branco, mas não dava para atravessar sem subir mais. Na verdade não tínhamos certeza se um dia chegaríamos lá), então resolvemos descer e dar a volta. Ficamos muuuuito cansados, isso tudo demorou mais de 1h e um alce sentado sob um arbusto ficou olhando para nós com cara de “tão malucos?” A areia já estava fervendo, o sol derretendo e quando fizemos uma pausa com o amigo alce na micro sombra achamos um sutiã no meio do mato! Aquele bicho já deve ter visto de tudo…
To contando tudo isso para você lembrar que, se não quiser subir a Big Daddy, você deve ir pela DIREITA. DI-REI-TA.
Pela direita são uns 30 minutos de caminhada quase plana. E assim, depois dessa nossa pequena odisséia, chegamos ao Deadvlei esgotados, com canga amarrada na cabeça e as últimas gotas de água. O bom de termos errados é que chegamos lá quando todo mundo já estava voltando, então tivemos o lugar só para nós, o que nos permitiu sentar embaixo da única nesga de sombra e descansar.
Você pode ter visto fotos e ouvido falar muito daqui, mas o contraste entre o azul do céu, o laranja das dunas, o branco do chão e o preto das árvores é uma pintura surrealista. Um des-bun-de!
Curiosamente, quando estávamos quase chegando um casal parou para conversar. Disseram para não ficarmos muito porque já estava tarde (umas 9hs) e o calor acima dos 40 graus com muitos reflexos de sol no chão branco sem uma sombra era perigoso. Imagino a minha cara de acabada para ele ter parado para falar isso comigo… Eu fico descompensada quando faz muito calor e realmente já estava com medo de passar mal.
Eles também contaram que já tinham estado ali várias vezes e que era a primeira vez em que viam algumas das árvores com folhas no Deadvlei. Verdes! Gente, as árvores são tão pretas e secas que parece que passaram por uma combustão, não dá para imaginar que elas possam ter alguma vida. Bom, eram só 2 árvores bem lá no fundo e podia ser uma planta exterior, mas que tinha folha, tinha. Vida no vale da morte.
Voltei pro ponto de encontro da jardineira (explico abaixo) quase morta. Eu queria pedir água para uma família que estava ali fazendo um lanche, mas estava tão desgrenhada que desisti. Levamos muita água, naquelas garrafinhas que mantém a água gelada, mas a sede é sem fim. Por sorte, tínhamos uma geladeirinha no carro com mais água e gelo.
Foi o dia mais quente que pegamos na Namíbia, acima de 45 graus. A água da torneira saia quente, tudo era quente. Tomei 2 litros de água de uma vez, joguei a água do gelo derretido na minha cabeça e entrei no carro com ar condicionado. Só assim voltei ao normal depois do superaquecimento! Tome cuidado!
Aqui, as dicas mais valiosas de Sossusvlei e Deadvlei:
- A estrada até lá é asfaltada, mas os últimos 5kms são de areia fofa. Mesmo que você esteja de 4×4, só vá se tiver muita experiência nesse tipo de terreno, porque é muito fácil atolar e muito difícil desatolar no sol escaldante. Há uma jardineira (um trator adaptado) que faz esses últimos 5kms e custa USD 10 por pessoa ida e volta. Tem a cada 15min até 16hs. Vale cada centavo, pelo menos no verão. Para você ter uma ideia, só vimos 4 carros nesse trecho e um deles atolou e nem o experiente motorista da jardineira e mais 4 ajudantes conseguiram tirar o carro. O motorista ficou lá cavando….
- Vá com roupas confortáveis. Andar nas dunas de tênis é um tormento, então se quiser subir, prefira uma papete ou chinelo. Leve boné, filtro solar e se você for “pálido” como eu, sugiro levar também uma canga para se cobrir do sol. Ah, a canga também pode ser útil caso você precise usar a privada seca que tem em frente à Big Daddy!
- Coma entre o nascer do sol e o restante do passeio, nem que seja um pão e um chocolate. Você vai me agradecer essa energia.
- Leve muita água. Mais de 1 litro por pessoa. Acredite, você vai precisar.
- E, repetindo, na Big Daddy, vá pela direita!
Deserto da Namíbia: De Sesriem à Solitaire
Pretendíamos ficar em Sesriem 2 noites para curtirmos bem, mas depois de dormir mal, passar calor, subir e descer, arrumar pneu e ainda gastar mais por tudo isso, resolvemos sair do camping e dormir num quarto com cama fofa, silêncio e ar condicionado. Desistimos de voltar ao deserto no dia seguinte.
Fomos indo no sentido de Swakopmund procurando um lugar vago, pois não queríamos também dirigir por muito tempo. Queríamos relaxar e descansar. Tudo estava lotado e só conseguimos lugar em Solitaire, 60kms a frente. Os últimos quartos.
Foi caro para o nosso orçamento, USD 58 por pessoa em quarto duplo com café da manhã, mas valeu a pena. Tudo era bom: cama, chuveiro, ar condicionado, piscina, café da manhã e silêncio. Dormimos como pedra.
O Solitaire é um lugar muito exótico. É uma pequena pousada, com uma lojinha quase sem nada, um restaurante ok (só serviam buffet por USD 20 e quase sem opções vegetarianas), o último posto de gasolina em muitos kms e uma padaria no meio do NA-DA. Não tem cidade ali perto, só deserto e carros antigos mortos e espalhados….
A padaria foi aberta pelo Moose, um escocês que se mudou para lá nos anos 90 e abriu o negócio, com suas receitas de família e sua simpatia que logo fizeram sucesso. Dizem que a família se desfez e ele ficou lá sozinho até falecer em 2014, mas a torta de maçã dele, um clássico da Namíbia, ainda é feita diariamente. Com que maçã, não sei. Mas pare ali e coma, é divina e vale toda a fama! E tudo lá dentro parecia delicioso, inclusive os sanduíches.
Ali em Solitaire eles tem algumas atividades como andar de balão, alimentar cheetahs e caminhadas, mas nós seguimos viagem.
Ande 50kms e pare para fazer a clássica foto no Trópico de Capricórnio!
Deserto da Namíbia: de Solitaire à Swakopmund
Swakopmund é uma cidade costeira bem agradável e uma espécie de balneário do moradores de Windhoek. Sendo bastante sincera, as praias não agradam muito para nós brasileiros, mas essa é uma cidade de transição depois do deserto, com ótima estrutura e algumas atrações interessantes. De Solitaire até Swakopmund são 260kms (320kms de Sesriem) e a maior parte do caminho é de terra na C14, mas é tranquilo.
Optamos por dormir 2 noites lá num apartamento com cozinha. Assim aproveitaríamos para dar uma folga para nossa amiga Amanda, que é vegetariana e estava vivendo praticamente de queijo quente no últimos dias já que na Namíbia 99% da comida tem carne. Foi um choque tanta civilização e ficamos meio deslumbrados no ótimo supermercado. Compramos um monte de frutas e legumes, elaboramos cardápios e quando estávamos a caminho do apartamento a dona nos ligou e avisou que houve um erro e não estava livre.
Foi um Deus nos acuda, porque com aquele tanto de comida, precisávamos achar outro lugar com cozinha e a cidade estava bem cheia para o fim de ano. Andamos pra baixo e pra cima e chegamos na Meike’ s Guesthouse. A Meike foi uma das pessoas mais legais que encontramos na Namíbia. Ela tinha um quarto com cozinha, mas somente por uma noite. Contamos que tínhamos dado uma surtada no supermercado e que não queríamos desperdiçar a comida e ela saiu em busca de outro lugar, ligou para várias pessoas, mas nada. Resolvemos pegar o quarto e ver depois o que fazer. No dia seguinte ela nos avisou cedinho que tinha remanejado todo mundo para podermos ficar e que ela tinha 2 noites livres, uma a mais do que pretendíamos. Decidimos ficar. Até porque a temperatura estava em torno de 25 graus de dia e 19 a noite, um alento depois do superaquecimento.
Também estavámos felizes com o conforto: era um apartamento completo, com 2 quartos, sala, cozinha, lavanderia e uma varandinha com mesa para comermos, perto de tudo. Todos os quartos da Meike são ótimos e para os demais eles servem um café da manhã bem farto. Recomendo. Custou USD 120 para três pessoas por dia.
Tem muitas boas opções de hospedagem em Swakopmund. Achamos bons: Villa Wieses Guesthouse, Hotel A La Mer, Eazy Sleep, Aha Atlantic, Sea Wind Self Catering, Sophia Dale Base Camp.
A gente aproveitou para comprar colchões e tudo o que precisaríamos para o Etosha e trocamos dinheiro no shopping. Aproveite a cidade para comer nos ótimos Kukci’s Pub, Napolitana, The Tug, Café Anton e tomar uma boa cerveja lá no Brauhaus, o pub mais tradicional da cidade e com ótima comida típica alemã. Achamos o pessoal do pub meio antipático, mas conhecemos até um morador que era descendentes de brasileiros, foi bem engraçado!
Dois dias são suficientes para conhecer os arredores: andar pelo centrinho alemão, curtir a praia com os namibianos, andar pelo waterfront, ver os flamingos e a duna 7 em Walvis Bay e conhecer Cape Cross e o deserto.
Bom, Cape Cross fica a 120kms de Swakopmund, mas é um trajeto tranquilo em que você entende que ainda está no meio do deserto, cujas dunas literalmente se derramam na praia. Em Cape Cross fica a reserva de focas. Custa USD 6 para entrar e a quantidade de focas é uma loucura! É um passeio legal, mas elas fedem DE-MAIS!!! Leve algo para cobrir o nariz (dica de amiga) e evite ficar por lá muito tempo, porque o cheiro impregna na roupa.
Já o deserto continua sendo atração principal para a maioria das pessoas, mas aqui está ligado a esportes radicais. Tem de tudo: sandboard, paraquedismo, triciclo e, claro, pôr-do-sol na duna 7, em Walvis Bay. Não nos interessou mais momentos na areia. Não somos frescos, simplesmente cansamos.
Deserto da Namíbia: de Swakopmund à Spitzkoppe
Depois de Swakopmund você pode seguir para o norte da Namíbia pela Skelleton Coast, que tem vários navios naufragados na areia (os navios estão quase todos soterrados) e seguir rumo a Twyfelfontein, o mais importante sítio arqueológico da Namíbia ou para Brandberg (outro local com arte rupestre e lindas montanhas) e seguir mais para o norte onde dizem que há ainda algumas tribos (tudo isso só de 4×4, aqui um relato de quem fez) ou voltar para a estrada principal B2 e fazer um desvio por Spitzkoppe. São 148kms de distância, a maior parte asfaltada e 30kms de terra na D1918.
Spitzkoppe é um monte de montanhas no meio do deserto menos arenoso e mais rochoso. Foi um dos lugares mais lindos que visitamos e recomendo MUITO que você durma lá uma noite.
Fica na região do povo Damara, que habita a região há milhares de anos e hoje vive concentrada próxima à entrada do parque em casebres e condições bem ruins porque quase não há água ali. Eles tem um mercado de pedras e cristais, mas praticamente só tinha crianças trabalhando lá quando fomos e eu não compro nada de crianças por uma questão de princípios. Sei que a vida é dura, mas prefiro não incentivar. Criança brinca, adulto trabalha, mesmo que sejam pobres.
A montanha grandona que se vê ao longe é o próprio Spitzkoppe e tem um “Sugar Loaf” e o Arco, que emoldura o Spitzkoppe e é lindo. Lá dentro existem pinturas rupestres, mas você só pode visitá-las com um guia e precisa caminhar um bocado. Também é um lugar de escalada, mas recomendo fortemente que não façam isso no verão porque ferve.
Tudo fica dentro de um parque e a entrada é baratinha: USD 5 por pessoa e USD 6 por carro. Para dormir dentro do parque também é barato, USD 10 por pessoa. Você pode visitar numa manhã, mas dormir aqui vale MUITO a pena porque além de ver o nascer e o pôr-do-sol sensacionais, não tem luz nenhuma em kms, ou seja, o céu a noite é deslumbrante!
Os lugares de camping são bem afastados um do outro (o campsite 5 fica colado no arco e tem uma vista linda), com bastante privacidade e cada um tem uma mesa, churrasqueira e um banheiro seco próximo (um vaso sanitário sobre um buraco no chão, sem água nem torneira). São condições mais espartanas, mas você vai sobreviver. Os chuveiros, pias e banheiros normais só próximos do restaurante, na entrada do parque, mas são ótimos e bem limpos. O restaurante também é gostosinho e tem uma área para relaxar. Não tem loja nem nada, leve tudo o que precisar.
Aconteceu uma coisa louca aqui. Eu já estava com câmeras é e tripé preparados para a via láctea quando o tempo fechou e choveu. Ninguém entendeu nada, porque raramente chove ali! Infelizmente só vimos a lua e as estrelas por entre as nuvens, mas o breu era tamanho que eu não tenho dúvidas de que a é noite mágica. A vantagem é que a chuva trouxe um amanhecer ainda mais lindo, com arco-íris e tudo!
Última dica: tenha apenas cuidado com os escorpiões, não deixe sapatos ou outros objetos no relento!
Se preferir dormir com mais conforto, o lugar mais próximo é o Okambishi’s Rest e o Erongo Lodge. é uma opção mais perto de Omaruru, da qual falo junto com o Etosha.
É isso, com essas informações já vai dar para você organizar uma viagem fantástica! Daqui seguimos para o Etosha, que conto em outro post.
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Oi, Bruna, amore, não precisa ter ido pesquisar o nome do ‘alce’, não ahaha. Mas eu volto pra ver os outros posts, sim,
Obrigada, Mariana! A Namíbia é linda demais!!!
Demais o seu relato, deve ser uma viagem fantástica na África. Seu relato e as fotos são fantásticos! Parabéns!
A torta de maçã é maravilhosa, Fabíola! A família toda ia amar. Olha, o meu relato foi meio dramático, mas é porque fui no alto verão. Em outras estações é bem mais tranquilo, faz até frio!
Débora, a Namíbia é demais, tomara que te inspire!
Marcia, o calor foi demais mesmo, mas fomos no verão, em outras épocas é bem mais tranquilo! Eu chamei de alce porque não sabia o nome exato, mas pesquisei aqui e chama oryx. É lindo, com uns chifres enoooormes. Lá tem vários animais da “família do alce”: o oryx, o kudu, o springbok, o eland, o sitatunga, o hartebeest, na verdade é bem legal ver tanta variedade! No próximo post vou falar do Etosha, tem fotos que não acabam mais, volta aqui depois!
Difícil ler este post, viu? Meus olhos ficavam brigando entre as dicas para fugir do calor (cheguei a sofrer um pouco) e as fotos incriveis (rsrs). Só não entendi a coisa do alce no arbusto, como assim, tem alce na Namíbia?
Uaaau, que experiência incrível! Não conhecia muito da Namíbia, mas fiquei encantada e louca para fazer essa viagem. Adorei o post!
Uau, que viagem diferente! Paisagens fantásticas e surreais mesmo, muito bonito. Só não sei se teria energia para encarar o deserto, mas adorei as focas e a ideia de provar uma torta de maçã na Namibia, rs. Lindas fotos.
Exatamente, Rui, estimulante é uma palavra perfeita para descrever a Namíbia!
Que bom que gostou, Carla!
Que delícia! Vimos muitas crianças por lá, elas curtem muito também!
Também tenho essa hipnose em desertos (e vulcões), Gabriela! É que é muito lindo, né?
O amanhecer é mesmo divino, Anna!
Noooossa, que coisa maravilhosa. Um sonho de viagem. Ver o amanhecer no deserto deve ser uma experiência inesquecível. Gostei do cânion também.
Que lindo! Tenho uma quedinha especial por desertos, não sei, fico hipnotizada pela imensidão. E que fofas as focaaaas socorro! hehehehehehehehe
Namibia tem sido um sonho da Viviane já faz um bom tempo, só esperando a pequena crscer mais um pouco e vamos.
Foi uma das viagens mais estimulantes das muitas que fiz em África. A Namíbia é, realmente, um destino especial. Belo artigo…
O seu roteiro é bem completo, parabéns. Saudade desse país magnífico, o mais fotogénico de África. Obrigada pela partilha.
Nossa, Luciane, uma garrafinha não dá meeeesmo…rsrsr Tem que levar mais, deixa anotado!
Que post completo. A Namíbia está na minha lista para 2019 e adorei suas dicas, principalmente quando você fala em levar mais de 1 litro de água por pessoa,pois eu sempre acho que uma garrafinha vai dar conta.