Coimbra – Além da Universidade
É impossível passar por Coimbra sem se envolver com a tradição acadêmica e com a Universidade, mas sobre isso já falei no post anterior. Aqui vai o que há além, e não é pouco. Ô cidadezinha animada!
Para chegar a Coimbra, você pode ir de trem (a estação do centro é a Coimbra A) ou de ônibus. Não há necessidade de ir de carro, a não ser que você queira mesmo muita comodidade. É razoavelmente fácil circular pela cidade, mas se precisar de uma forcinha, como tudo é perto, um táxi não sairá caro e há ônibus frequentes.
A cidade é basicamente dividida em duas partes (como quase todas as cidades portuguesas): Cidade Alta ou simplesmente Alta que inclui a região da Sé e da Universidade e a Cidade Baixa ou simplesmente Baixa, que é o beira rio.
Começando pelo Rio Mondengo , uma caminhada pelas margens é sempre agradável e também é possível fazer um passeio rápido no barco Basófia , que dá uma visão diferente da cidade e passa por belas pontes. Sai de hora em hora entre 15hs e 17hs no inverno e até 19hs no verão e custa cerca de 6 euros, muito bom preço. Não funciona às segundas.
Dizem também que fica em Coimbra um dos Jardins Botânicos mais bonitos do país, projetado pelo Marquês de Pombal.
Caminhe pelas ruelas, passe pela Sé velha e pela nova, chegue ao Museu Machado de Castro , muito bonito e onde ficam objetos encontrados em escavações, objetos do período romando e medieval, esculturas. Fechado às segundas e com entradas entre 1 e 2 euros e gratuito aos domingos e feriados pela manhã.
Depois atravesse a ponte e chegue à histórica e linda Quinta das Lágrimas . Reza a lenda que era lá que D. Pedro e Inês de Castro se encontravam na Fonte dos Amores e que depois do assassinato de D. Inês suas lágrimas de sangue fizeram brotar a Fonte das Lágrimas. Um trechinho de Camões está lá para lembrar a história!
A Quinta é super bonita e é um passeio muito agradável. As visitas vão das 10hs às 17hs no inverno e até às 19hs no verão, exceto às segundas e custam entre 1 e 2 euros. Nela fica um legítimo Relais e Chateux, charmosíssimo como deve ser, com um restaurante com uma estrela Michelin e, surpresa, surpresa, muito mais acessível do que se pode pensar. Imagine a delícia de acordar cedinho logo de cara para os jardins, caminhar tranquilamente antes dos turistas e ainda comer bem no próprio hotel? Ai, ai!
Próximo à Quinta das Lágrimas fica um programa de criança, mas que eu adorei: Portugal dos Pequenitos . É uma espécie de parque cuja temática são as miniaturas. Tem algumas coisas sobre as colônias portuguesas, miniaturas das principais atrações da cidade e de Portugal como o Paço das Escolas e a Torre de Belém, mas para mim, o grande lance são as miniaturas das casas dos mais variados estilos portugueses.
Tá certo, sempre gostei de brincar de casinha, mas a questão é que é muito lindo e dá para ter uma idéia muito bacana da variedade de estilos portugueses, que muita gente nem sabe que existe. Eu apenas sugeriria à diretoria que colocasse umas roupas típicas também dentro das casinhas, não seria bacana? Pirei nas nazarenas, que vocês já viram em outro post! O lugar fica aberto diariamente entre 10hs e 17hs no inverno e entre 9hs e 20hs nas férias de verão. As entradas variam entre 5,50 euros para crianças e seniors a 8,95 para adultos, havendo bons descontos para famílias.
Algumas opções de hospedagem que achei interessantes, além da Quinta das Lágrimas, são os hotéis Vila Galé Coimbra e o Dona Inês Coimbra, ambos próximos à estação de trem, na Rua Abel Dias, o primeiro no nº 20 e o segundo no nº 12.
Já para comer são muito recomendados: o Trovador no Largo da Sé e o Zé Manel dos Ossos no Beco do Foro, 12. Os dois servem comida portuguesa tradicional da região, mas o segundo, mais estilo tasca serve pratos mais difíceis de encontrar por ai como por exemplo feijoada de javali, sopa da pedra (sério) ou ossos com sabores picantes. Na dúvida, caminhe pela Rua Direita, onde há várias tascas, coma uns pastéis de Tentúgal ou umas queijadas e, claro, tome uns shots.
Se quiser seguir os saltitos da minha amiga Ana, pare no Café Tetris, na Rua Daniel de Matos no Bairro Norto de Matos e peça uma tosta de galinha do Sr. Jacintho. Antigamente, a famosa tosta de galinha era sucesso no Esquininha, ali do lado, mas ao que parece, continua sucesso absoluto no novo endereço.
Se quiser fazer umas compras, ande pela Baixa ou siga até o ForumCoimbra, um shopping com uma vista sensacional da cidade no último andar.
Para terminar o dia você pode dar uma paradinha no Penedo da Saudade , que tem uma linda vista da cidade e do estádio da Acadêmica. Já foi o lugar do chororô de D. Pedro pela D. Inês, ponto de encontro de estudantes e hoje é só contemplação e despedida.
Se passar a noite por ali, poderá assistir à um Fado no Fado ao Centro ou um outro som ao vivo no À Capella, um bar coladinho numa capela de verdade, a da Nossa Senhora da Vitória.
Se ainda sobrar tempo ou você quiser seguir pela região no dia seguinte, 2 sugestões: parar a 16 kms de Coimbra em Conimbriga onde há ruínas muito bem conservadas ou seguir até Piódão, uma vila de pedra meio escondidinha. Para este caso você precisará estar de carro, pois é um daqueles lugares portugueses um pouco difíceis de alcançar.
Já se estiver subindo rumo ao Norte, não deixe de dar uma entradinha na simpática Aveiro, para dar uma olhada nos seus barcos moliceiros que lhe dão o nome de ”Veneza de Portugal” (sempre tem uma Veneza por ai) e visitar a mais do que improvável arquitetura (ou seria decoração?) da Costa Nova , mais uma surpresinha reservada pela Ana para mim! Aproveite e veja mais sobre o que fazer em Aveiro aqui nesse post da Alê!