Canadá – O básico
Vira e mexe me pedem umas indicações do Canadá. Minha passagem por lá foi rápida (mais ou menos 35 dias), mas foi intensa e bem planejada. Já faz algum tempo, mas essas dicas continuam valendo.
Começo então uma pequena série de posts para ajudar na programação da sua viagem.
O básico sobre o Canadá – Regiões
O Canadá é um dos maiores países do mundo, só perde para a Rússia em extensão e só faz divisa com o EUA. Para se ter uma ideia, as mais famosas cidades, Toronto e Vancouver, estão nas costas opostas, separadas por cerca de 4.300km uma da outra. Isso dá 5hs de vôo, 40hs de carro ou 3 dias de trem. É longe pra dedéu!
Apesar de todo esse tamanho, o país tem uma população meio pequena graças principalmente ao frio super mega intenso que faz por lá. A maioria das pessoas vive a no máximo 300km da fronteira com os EUA, pois nas regiões mais perto do norte (do pólo norte, literalmente) as temperaturas ultrapassam 0ºC uns poucos meses no ano e ficam cobertas de neve ou congeladas por quase 8 meses. Mesmo para baixo o inverno chega fácil a -20ºC!
Podemos dizer que o país é dividido assim:
Costa Oeste, conhecida pela região campestre e criação de cavalos mais para dentro em Calgary, Edmonton, Lake Louise no estado de Alberta e por ski e esportes de neve mais à oeste como Jasper, Banff, Vancouver, Whistler e Victoria no estado de British Columbia.
(Saiba mais sobre Alberta neste post da minha amiga Carol Caio, do excelente Mapa Mundi Blog.)
Centro, com o estado de Manitoba onde fica Churchill, cidade bastante visitada para observação de baleias e da aurora boreal.
Costa Leste, onde fica a cosmopolita Toronto, a capital Otawa e a famosa Niagara Falls no estado de Ontario e também o estado francês de Quebec, com as cidades tipicamente européias e também ótimas para ski: Montreal e Quebec.
Norte: composto pelos estados quase inabitados de Yukon, Nunavut, Territórios do Noroeste e Newfoundland onde o negócio é conhecer os povos nativos – os surpreendentes inuits -, a aurora boreal e os ursos polares.
Transporte no Canadá
Há vôos diretos do Brasil para o Canadá, mas são mais comum os vôos que param nos EUA. Resista à tentação de descer e ficar uns dias com Tio Sam, o Canadá merece toda a sua atenção e depois você vai descobrir que o seu tempo lá ficou pequeno para tanta coisa que você gostaria de fazer.
Para se deslocar pelo Canadá há vôos domésticos baratos e quase sempre vale mais a pena do que encarar as longas horas na estrada.
Nas cidades maiores há metrôs, mas os ônibus são muito usados e são totalmente ótimos. As passagens são compradas pela internet ou telefone e você embarca somente com um número do ticket, nem precisa imprimir! A Megabus coloca passagens a 1 dólar canadense para várias cidades, você só precisa comprar com antecedência. Mesmo que você não consiga comprar tão barato, você encontra passagens bem baratinhas e os ônibus tem tomada e wifi para você se divertir pelo caminho.
O The Canadian é um dos trens mais famosos do mundo e faz a rota Toronto-Vancouver passando por paisagens deslumbrantes.
Bons Modos
Os canadenses são mais reservados e não curtem muito abraços e beijos como cumprimento. Eles acham bem normal apenas apertar as mãos ou sorrir.
Ninguém fuma em locais fechados, e mesmo nas ruas os fumantes evitam ficar perto das portas dos prédios e casas ou de outras pessoas que não estejam fumando.
As gorjetas em restaurantes, bares e até mesmo táxis são de 15%. Talvez eles levem numa boa se você der menos, mas somente deixe de dar gorjeta se realmente for muito mal atendido.
Se for até a região do “French Canadá”, aprenda o básico em francês para puxar conversa: Bonjour/Merci/ Si’l vous plait/Bonné Journée/Au revoir/Parlez-vous anglais, s’il vous plaît ? Isso ajuda a ganhar uma simpatia inicial, pois em alguns lugares eles preferem não falar inglês e podem se ofender com uma abordagem direta.
Comida
A maioria das pessoas pensa que a comida canadense é bem similar à norte americana, mas não é bem verdade.
No Canadá a miscigenação é muito grande. Existem mais pessoas vindas de outros países do que canadenses nativos e encontra-se todo tipo de culinária: coreana, chinesa, japonesa, filipina, italiana, portuguesa, brasileira, etc…
Eu, por exemplo, morei com uma filipina que estava há 30 anos no Canadá. Em casa comíamos todos os dias uma comida super saudável com arroz, legumes frescos cozidos, pouco sal, algumas carnes, frutas e um dia ou outro tinha tortas e panquecas.
Em geral as pessoas valorizam os produtos naturais e orgânicos e não há tanta fast food. Há muitos mercados e feiras, sempre movimentados.
Na região francesa predominam pratos como queijos, foundues, sopas, legumes.
O Maple Syrup é um clássico, comum para acompanhar todo tipo de doces e, claro, as panquecas. O segundo prato mais conhecido é o poutine, que nada mais é que batata frita com queijo grave, um molho misturadão.
Os restaurantes tem de tudo, de hamburguer a lasanhas italianíssimas, de sushi a pratos típicos coreanos.
O Tim Hortons é a rede de cafés mais famosa do Canadá, mas na verdade a concorrência da Starbucks é grande e eles estão sempre lado a lado. O legal do Tim Hortons é que eles servem alguns pratos rápidos por preços bacanas, como um copo de noodle soup ou uma mini tarte. Quebra galhos!
Saiba mais sobre comidas típicas canadenses neste outro post da Carol Caio do Mapa Mundi Blog.
Vistos e Quando ir
Para estudar e trabalhar é preciso solicitar um visto específico, comprovando a matrícula/convite de trabalho e que você tem como se sustentar na viagem.
O Canadá está sempre em busca de pessoas para imigrarem, mas é preciso se encaixar nas profissões procuradas e fazer uma aplicação para solicitação de visto um pouco complexa. A maioria das vagas são para a região francesa e chegando lá o expatriado passa por um período de adaptação em que recebe uma imersão (na cultura local, francófona) e estuda francês. Se você for um pouco preparado no francês, terá mais facilidade para se adaptar à uma vida normal.
No ano passado foi feito um anúncio de que não seria mais exigido o visto para turistas brasileiros, mas até agora o visto continua sendo exigido. Pelo menos está mais fácil obter o visto pela internet!
A melhor época para ir depende dos interesses de cada um. Se você quer conhecer a neve, esquiar ou simplesmente curtir mais frio, o inverno é a melhor época (novembro a março, sendo fevereiro o mês mais frio), o verão é bem quente e animado e a primavera e o outono são amenos, com a vegetação refletindo a beleza marcante das estações. Como eu adoro andar a pé, preferi ir no outono e amei!
PS: Não esqueça de fazer um seguro, pois embora o sistema de saúde seja ótimo, é mega caro para turistas!