Alguém já deve ter te contado que Bali é uma ilha bem grande e que compensa se hospedar em diferentes cidades para curtir o melhor de cada região. É a mais pura verdade. Abaixo um mapinha para você visualizar um pouco.
Nós optamos por ficar nos primeiros 4 dias na península de Bukit, Uluwatu, uma região mais tranquila, sem tantos hotéis, shoppings e gente, como já contei aqui. Garanto que vale a pena. Eu diria até que valeria a pena ficar ali mais uns 2 ou 3 dias.
Dali aproveitamos para explorar o sul e o centro da ilha e aqui já deixo uma dica importantíssima: embora alugar uma scooter seja baratíssimo e pareça moleza quando você vê tantas por todo lado, é muito perigoso no trânsito mais do que caótico. As ruas são estreitas e cheias de curvas. Em muitos pontos do sul nem dá para ver o que vem à frente. Sem falar na mão inglesa… Você não quer atravessar o mundo para estragar sua viagem em um acidente né? O que mais vimos foi gente estrupiada de acidente de scooter e pior, em cima de outra scooter, andando mais ainda. Os táxis, que são mais como carros com motorista, são baratos e os valores são sempre negociáveis, vale a pena.
Se você fizer uma busca pelos blogs de viagem vai encontrar um monte de gente dizendo que as praias de Bali são decepcionantes, especialmente para quem tem praias tão lindas quanto nós no Brasil ou que são cheias de camelôs e oferendas e blá blá blá. Não perca seu tempo pensando porque mesmo assim Bali é conhecida como um destino mágico e maravilhoso. É porque é mesmo.
As praias mais centrais, na região de Kuta, Legian e Seminyak com todos sua agitação e resorts, não são exatamente o que se espera, mas para que você vai perder tempo por ali? Dê uma passada, conheça, faça suas comprinhas, coma num bom restaurante e tchau. Parta para o sul, aonde você vai conhecer as lindíssimas Balangan, Padang Padang e Uluwatu. Todas boas para surfe e para quem gosta de piscinas naturais e marolas, basta acompanhar as marés. Segue um link para você dar uma olhada na maré quando estiver lá: Bali Tide.
Começando por Balangan, a praia que ainda é a mais deserta das 3, enorme, com areia branquíssima e mar verdíssimo, minha favorita já que era a “nossa” praia. Tem 2 warungs, que são restaurantes simples, mas ambos com uma comida mais do que ótima e pessoas simpaticíssimas. Só não espere que as bebidas estejam muito geladas. Os warungs alugam guarda-sol e espreguiçadeira, mas negocie bem. Tem ainda uma escola de surf para quem quer chegar e se aventurar ou simplesmente alugar uma prancha, mas aqui as ondas são mais casca e você só deve se atrever se a maré estiver cheia por causa dos corais.
Padang Padang fica 5 min depois de Balangan e é a famosa praia que aparece em Comer, Rezar e Amar, fato que eu só souve depois, diga-se. É linda e tem a vantagem de ter uma vilinha um pouco mais cheia de vida, com algumas pousadas e restaurantes. As ondas aqui, assim como as de Impossibles (adoro esse nome) e Bingin são para pessoas experientes…
Uluwatu é a praia seguinte, que fica lá na pontinha da ilha. Você chega no alto de um morro e vai descendo no meio das casas e warungs. Parece que você está no meio de um morro do Rio porque o que mais se ouve é carioquês, dos milhares de surfistas que amam essa praia. Aqui é até mais difícil pechincar, pois os locais estão tão acostumados com os brasileiros que reconhecem o sotaque e sabem que precisam jogar duro. Eles fazem até piada de brasileiro…osso!
O negócio é que quando você desemboca na “caverna” por onde entram os surfistas e passa por trás das pedras, chega numa praia maravilhosa.
Lá no fundão você vai ver um cardume enorme de surfistas e aqui na ponta, na maré baixa, o pessoal curtindo as piscinas naturais.
Como essa é a praia preferida dos surfistas vou passar adiante as dicas que recebemos: tem que entrar com a maré enchendo, mas não sair com a maré cheia, pois você pode ter problemas na caverna. Se não tiver jeito, mire 100 metros à direita da caverna. Aliás, nos reefs de qualquer praia, não pare de remar e não pegue onda na beira para evitar acidentes, tomando sempre cuidado para não prender a roupa ou leash nos corais quando estiver no raso e, por último, mas não menos importante, não use bermuda verde, pois ao que parece há uma lenda ou um Deus do mar que não curte e você pode ser sugado por forças do além ou simplesmente ser mal visto, não tenho certeza.
Botinhas e roupa de borracha podem te salvar de dores de cabeça e custam mais barato nos outlets de Bali (mais barato que no Brasil, mas não a preço de banana).
Mais uma coisa que me disseram é que em caso de acidentes com os corais, é aconselhável procurar um médico ou pelo menos uma farmácia, onde vão te vender remédios apropriados para os cortes, pois os corais têm uma substância que causa uma séria infecção e o local precisa ser devidamente cuidado. Nem vou comentar que é essencial ter um seguro de viagem quando você vai para o outro lado do planeta, ainda mais se for surfar em praias de reef!
Vários fotógrafos passam o dia captando as melhores manobras e depois vendem, mas negociar é imprescindível e volto ao que eu disse acima: eles já conhecem o jeitinho brasileiro.
Por fim, uma dica para quem não está em Uluwatu é chegar cedo para passar o dia na praia e pegar o Day Use do Blue Ponit Hotel que tem uma piscina infinita de frente para a praia e o valor pago pode ser totalmente consumido. Como na maré cheia não dá para ficar na praia, se você for esperar alguém que surfa pode ser bacana mesmo… Nós não pegamos porque estávamos coladinhos lá e tínhamos nossa própria piscina infita sem pagar nada mais por isso.
Repassadas as dicas que não testamos, claro, volto para nossos dias por lá.
No mesmo dia que você for à praia pode ir ao Templo de Uluwatu, que é muito importante na comunidade local. Não é exatamente junto da praia, mas é perto. O templo em si não é tão bonito e não se pode entrar, mas o ponto, no alto do desfiladeiro, é lindo e a odisséia dos macacos é um clássico. Eles roubam mesmo e não caia na besteira de levar bananas ou você será perseguido. Para ser sincera senti um pouquinho de medo, eles parecem meio freak. Não dê mole com câmeras, bonés, óculos, colares, sapatos, enfim, qualquer coisa fácil de tirar. Não relaxe quando já estiver na saída, alguns monkeys roubam já na rua e umas pessoas recuperam as coisas e pedem dinheiro para te devolver. Meio esquisito.
Todo fim de tarde tem um show de dança típica kecak, com fogo e homens fazendo o embalo rítmico, sem instrumentos. Não entramos no show, mas pareceu interessante. Sinceramente eu sugeriria ir ao templo num horário menos crownd e curtir o pôr-do-sol na praia. Não tem lugar em que o pôr-do-sol não seja lindo nessa ilha!
Uma praia ainda na península de Bukit é Jimbaran. A praia é linda, super extensa, com águas calmas e um pôr-do-sol indescritível. Só que é o lugar mais muvucado que fomos em Bali. Não recomendo de jeito nenhum. Nem para hospedagem, pois a praia é cheia de pescadores e tem um movimentado mercado bem sujão nas ruas paralelas, um ambiente bem menos paradisíaco que o restante da ilha. Fora isso a praia fica lotada de turistas doidos no fim da tarde e a orla é lotada de restaurantes idênticos, pega turista total, caros e com um “seafood baarbecue” bem meia boca. Eu cheguei à conclusão de que não gostava de red snapper porque o peixe vem cheio de molhos, mas sem tempero nenhum, só na brasa. Pule, pule, pule esse passeio, não rola.
Nós fomos em um dia até Tanah Lot, um templo lindíssimo que representa a proteção do bem e do mal entre terra e mar. Como nos dias em que estivemos lá a maré só ficava baixa ou muito cedo ou muito tarde não conseguimos ir até o templo mesmo, porque na maré cheia as ondas batem nas pedras e há perigo de queda. Mas o passeio é gostoso. Cuidado na saída, é um labirinto de camelôs insistentes, uma coisa de louco. Fica mais perto de Ubud e talvez seja melhor fazer esse passeio saindo de lá. Na volta paramos em Seminyak para visitar as lojitas, lotadas de coisas boho, praia chique ou grandes marcas de surfe. Aqui as coisas não são tão baratas, mas é onde você vai encontrar umas coisitas diferentes.
Aproveite que foi até ali e coma no Bali Café. Não é caro e além de lindo, lindo, lindo, recuperou integralmente minha fé no red snapper, que estava divino, maravilhoso, de comer de joelhos.
Os outlets de surf valem a pena a parada, mas tem que garimpar bem porque tem coisas de todos os preços. Ficam na principal avenida entre o aeroporto e Bukit ou no caminho de Ubud se você estiver em Nusa Dua. Tem ainda a DFS Gallerie, uma coisa assim, mais… papa fina. ;)
E é isso, no resto do tempo lagarteamos na piscina do delicioso La Joya ou lagarteamos mais ainda no SPA!
De lá fomos para Gilli Trawangan, que fica para o próximo post.
Mais sobre a Indonésia em:
Bali – Uluwatu/Balangan – La Joya Biu Biu
Ubud – Onde comer e comprar bem
Ubud – Celebrações Religiossas – Gulungan e Kuningan