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Aprendizados de um ano sabático sobre isolamento para usar agora

Um ano sabático é um período transformador na vida de qualquer pessoa. A gente sempre busca um aprendizado, quase sempre sem saber como ou de onde virá e nos surpreendemos com as formas como ele nos modifica.

Em 2016 tomei a decisão de tirar o meu ano sabático, em que escolhi viajar pelo mundo, como falei aqui. Eu e o Gabriel fizemos um preparo para realizar esse sonho que envolveu guardar dinheiro, entender como funciona uma viagem dessas, e nos preparar psicologicamente para toda essa mudança.

Ano sabático: preparação e aprendizados

Estávamos muito decididos e por isso conseguimos superar nossos medos e inseguranças, que eram muitos. Na época estava rolando o movimento para o impeachment da Dilma e ninguém sabia o que seria do Brasil, a economia ia mal, o dólar subia sem parar deixando viajar cada dia mais caro, e no meio disso tudo estávamos abrindo mão de empregos confortáveis, carreiras em ascensão e planejando gastar todas as nossas economias.

Perdemos noites de sono pensando em tudo que poderia dar errado, em faltar dinheiro e nos problemas que isso representa, em não conseguir emprego quando voltássemos, em ficarmos deprimidos e arrependidos.

Também precisamos nos preparar para ficarmos só nós dois por tanto tempo sozinhos e juntos. Hoje muitos dos nossos amigos admite que achou que nosso casamento ia acabar. E tinha chances mesmo.

Eu SEI, sei mesmo, que não dá para comparar uma escolha dessas com a pandemia de coronavírus, mas a verdade é que no processo desse ano sabático aprendi um monte de coisas que me são muito úteis para essa crise e talvez sejam para você também, olha só.

Coisas que aprendi sobre isolamento no meu ano sabático.

1. Tudo é impermanente

Uma das coisas mais difíceis no meu processo para o ano sabático foi abrir mão do meu emprego e, naquele momento, da minha carreira.

Trabalhava num lugar que eu gostava fazendo algo em que me dava bem e tinha reconhecimento. Enfim, estava feliz. Não estava partindo por uma busca de sentido profissional.

Chorei muito no dia que pedi demissão e quase me afoguei nas minhas incertezas. Eu tinha escolhido o caminho que eu mais queria, mas será que ele era o certo? Será que não ia dar uma grande merda depois que eu voltasse?

Que oportunidades eu ia perder, quanto dinheiro eu deixaria de ganhar, que loucura era essa quando eu não tinha nenhum pai rico para ajudar caso fosse preciso ou uma casa própria para voltar sem pagar aluguel? Essas perguntas me consumiam.

Me acalmei – com custo – pensando que não adianta: o mundo gira o tempo todo, quer a gente se mova ou fique parado.

Nada, absolutamente nada que vivemos é permanente. Tudo muda o tempo todo, às vezes por nossas atitudes, mas na maioria absoluta das vezes, são as coisas que mudam ao nosso redor e somo impelidos a dançar conforme a música.

De que adiantava eu viver apegada àquele emprego, àquela carreira, àquele momento da minha vida se, a qualquer minuto eu podia ser demitida, aquele tipo de carreira poderia desaparecer e, olha só, podia do nada aparecer um vírus que implodisse o mundo como o conhecemos.

Não temos controle sobre nada disso. Então só nos resta a adaptação.

Sei que a maior preocupação de todos hoje é o que será do país e da economia quando a pandemia acabar. Como vamos viver, ninguém sabe. Tenho inúmeros amigos em estado de nervos. Com razão, é claro, todos temos medo da escassez. Todos temos medo de mudanças.

Mas no fundo é tudo um medo enorme de perder o controle e esse controle na verdade nem existe.

As coisas estão mudando. Ponto. Vamos ter que nos adaptar. Ponto.

Mas isso não significa que será ruim. Pode ser que seja MUITO difícil e doloroso, mas a pandemia vai passar e nós vamos recomeçar, vamos em frente, vamos encontrar novos ou antigos caminhos.

Não temos controle, gente, mas vai passar.

Quando as incertezas começarem a te deixar em pânico, lembre que a escassez e as dificuldades também não são uma certeza e vá tentando relaxar. Respire, solte os dentes, relaxe a língua dentro da boca, você vai ver como essa sensação vai melhorando.

As coisas vão acontecer quer a gente queira, quer não, só vá se preparando para dançar o que tocar.

Tudo muda o tempo todo. Ano sabático e aprendizados.

2. Só o agora importa

Pronto, se você não tem controle, se você tem que se adaptar, o que adianta ficar pensando no que vai acontecer amanhã, semana que vem, próximo mês, pro resto da vida?

Planejar é bom, mas é expectativa. A realidade a gente só sabe quando acorda a cada dia.

E quem diz isso é uma pessoa que adora organizar e planejar. Tenho dificuldades também em seguir o vento sem lenço nem documento.

Muita da ansiedade que senti quando viajei era justamente essa. Me afligia não poder planejar toda a viagem, me dava palpitações não ter um dinheiro sequer para receber, me fazia suar pensar que dali um ano eu teria que voltar e construir tudo de novo minha carreira, se é que não ia querer outra totalmente diferente.

Eu nem tinha saído do Brasil ainda e já tinha insônias pensando no que ia acontecer mais de um ano à frente!

No primeiro mês do ano sabático ainda estávamos dissipando a tensão dessas dúvidas e aprendendo a lidar com o controle estrito das finanças dentro desse contexto de medo de escassez, considerando que para que a viagem fosse possível, ela tinha que ser realmente econômica.

Tínhamos medo de faltar dinheiro por causa de algum erro nosso durante a viagem, de uma mudança econômica global, de um golpe, sei lá, tínhamos medo de tudo.

Mas eu já tinha despertado minha consciência para o fato de que a única coisa que importa é o agora. Às vezes o desespero batia e eu esquecia um pouco disso, mas fui me forçando a lembrar até que o medo foi me deixando e virou algo pequeno que só me visita de vez em quando.

O ontem já foi e não pode ser mudado. A gente deve pensar no que fez e aprender com isso, mas não adianta sofrer pelo que devia ou não devia ter feito, se tinha que ter trabalhado mais, poupado mais, ajudado mais. Já foi. Volte pra hoje e para o que você vai fazer agora, que é a única coisa que está nas suas mãos.

Viva o momento presente. Fala hoje o que quer falar, ouve hoje a música que está com vontade, come hoje a comida que tem em casa e esteja de coração com quem está com você hoje.

O amanhã, não sabemos. A gente pode fazer mil planos e amanhã, paum: coronavírus, todo mundo em casa. Não temos controle, lembra? Volta para o agora e viva o presente.

Vamos dia a dia e acompanhando as mudanças, sem pensar em como era e em como será. Quando os pensamentos te dominarem, olha em volta, dá nome às coisas ao seu redor, respira fundo, volta para agora e suas insignificâncias. O alívio vem.

Além disso, parar de pensar para frente e para trás dá espaço para a criatividade e vamos precisar muito dela!

Viva aqui e agora, um dos melhores aprendizados de e para um ano sabático.

3. Juntos, mas cada um no seu mundo

A segunda grande dificuldade do nosso ano sabático foi passar o tempo todo juntos. Sempre nos demos bem, mas aquela convivência 24hs por dia, todo dia, e em uma realidade completamente fora da nossa era difícil.

Não tínhamos assuntos novos, porque tudo que um via ou fazia, o outro também via e fazia. Não tínhamos aquelas horas do dia, mesmo que chatas, em que íamos ao trabalho e víamos outras coisas e pessoas.

Não tínhamos aqueles momentos sozinhos em casa quando um já saiu ou ainda não voltou em que vemos o que queremos na TV, ligamos para uma conversa particular ou e fazemos outras coisas só nossas.

Quase sempre estávamos num quartinho pequeno de alguma pousadinha familiar, no meio de um mar de informações novas todos os dias, comidas estranhas e viagens muito, mas muito longas em meios de transporte desconfortáveis.

Nessas circunstâncias, todos os defeitos e qualidades entram num zoom de 1000%.

Alguns dias foram difíceis, mas conseguimos nos adaptar bem e até hoje continuamos no mesmo ritmo.

Quando o convívio é intenso, a gente tem que aprender a se deligar do outro, mesmo estando lado a lado. Isso significa 2 coisas: não dar atenção aos defeitos ou ao que te incomoda e dar espaço pro outro ter seus próprios momentos, porque não somos um. Gostamos de coisas diferentes, temos amigos diferentes, interesses diferentes.

Encaramos, por exemplo, várias viagens de 10, 15, 20hs de ônibus. Cada um punha seu fone, ouvia suas músicas, falava com seus amigos, lia seus livros, dormia ou via jogos e notícias sobre futebol (ele, no caso). Sem perguntas, sem cobranças.

Fazíamos isso a noite em alguns dias, fazíamos isso nos dias de relax na praia. Fazemos isso nesses dias em casa. Cada um vai fazer suas coisas sem necessidade de compartilhar, sem necessidade de conversar. Nos fazemos companhia, estamos lado a lado, mas sem estresse, cada um no seu mundo.

Nesse nosso desligamento, desencanamos de implicar um com o outro. Deixamos para lá os pequenos gestos chatos, as bufadas, as perguntas sem sentido. Relevamos.

Depois desses momentos à parte estamos revigorados, numa boa e, olha só, com assuntos novos! Tente isso. Mais uma vez, é em grande parte uma questão de aceitar que não temos controle, dessa vez sobre a vida do outro.

No ano sabático: Juntos, cada um no seu próprio oceano.

4. Conversar quando deu ruim

Um conselho que recebemos quando viajamos foi o de não deixar para depois aquela conversa chata sobre o que não está legal. E foi muito importante termos ouvido.

O conceito é básico: se a gente vai engolindo, engolindo e engolindo coisas que não gostamos ou com as quais não concordamos, uma hora a gente explode, tornando algo simples que aconteceu lá atrás num tsunami incompreensível 1 mês depois.

Se temos uma rotina separada, a gente ainda consegue sair, espairecer, esquecer. Mas juntos o tempo todo o bicho pega.

Combinamos de fazer isso durante a viagem: se a gente se incomodasse com algo, falaríamos na hora e de forma racional para procurarmos uma solução e não uma briga. Em outras palavras, nada de dedo na cara porque não tinha para onde correr.

Deu super certo. A gente se conhece, sabe as palavras que machucam e irritam e simplesmente nos esforçamos para não usá-las.

Claro que funciona melhor quando todos os envolvidos estão de acordo, assim não rola aquele sentimento de “eu faço tudo por você e só tomo porrada”, mas funciona até em estrada de uma via só.

Tente pôr em prática. Vale a pena.

5. Dividir Tarefas

Intimamente relacionado com a ideia de conversar logo que as coisas saírem da linha está a divisão de tarefas.

Durante nosso sabático não tínhamos uma casa para cuidar e a falta de rotina nos obrigava a tomar muitas decisões: onde ir, onde dormir, onde comer e mais um monte de coisas que não pensamos na rotina normal onde já temos nossos compromissos fixos.

Também precisávamos lembrar de levar todos os eletrônicos carregados para uma viagem de 20hs de ônibus, ter sempre algo para comer, controlar gastos e cotações, descarregar as fotos e salvar organizadamente para não perder, entre outras coisinhas bobas, mas importantes.

Em algum momento sentimos que as coisas estavam desequilibradas e que estávamos ficando irritados. Sentamos e conversamos como poderíamos nos organizar para nenhum de nós ficar sobrecarregado, decidimos quem seria o responsável por cada coisa e também como podíamos facilitar algumas coisas.

Passar 40 minutos procurando onde comer quando estou com fome, por exemplo, me faz perder a calma, acabo brigando. Então começamos a pesquisar antes e uma bobagem dessa melhorou demais nosso dia a dia.

Usei uma coisa pequeníssima de exemplo, mas apenas transporte para o seu dia a dia. Fizemos exatamente isso quando voltamos e melhoramos bastante nossa relação com as coisas cotidianas.

Se todo mundo está em casa agora, é preciso que cada um saiba o seu papel, e faça sua parte. Se isso já está mais ou menos definido, não há cobranças, não há rancores e as coisas seguem um fluxo natural.

Tem que ter parceria!

6. Não fazer nada é ótimo

Viajar é provavelmente o que mais gosto de fazer, mas pode acreditar que não fazer nada me dá quase o mesmo prazer.

Mesmo durante o ano sabático tirávamos dias para não fazer absolutamente nada. Não tirar o pijama, não lavar o cabelo porque você não vai ver viva alma mesmo, não falar com ninguém. Só ficar deitado, relaxando, pensando.

Acho curioso como as pessoas ficaram loucas para ter algo para fazer nesses dias de isolamento por causa do coronavírus. Comecei a me questionar se eu é que sou estranha por gostar de não ter nada para fazer e ficar em casa, mas acho que essa necessidade do povo é fruto da ansiedade.

Ansiedade pelo momento, ansiedade por vivermos numa sociedade em que ser produtivo é essencial, ansiedade por termos a sensação de que estamos perdendo algo.

Tem até nome para essa última, chama FOMO (fear of missing out) e é bem comum em quem gosta de viajar e sempre acha que todo mundo está curtindo menos a própria pessoa. Já sentiu isso vendo Instagram? Então.

Amigos, relaxem. Fazer nada faz parte da vida. Aliás, fazer nada é essencial para o corpo e a mente descansarem, se renovarem.

Ninguém é obrigado a fazer coisas nessa quarentena, torná-la “útil”. Ela já é utilíssima, pois sua função é evitar a propagação do vírus, não precisa de mais nada. Larga esse sentimento.

Eu por exemplo, estou trabalhando. Mas quando acaba meu horário não estou a fim de ver todos os filmes que estou atrasada desde 1994, todas as séries que lá pela metade já to achando sem graça, ou os cursos online que comprei na black friday de 2017 e até hoje não terminei.

Me permito ficar sem compromissos, continuo lendo meus livros no mesmo ritmo, limpo a casa quando preciso. Vou fazer só o que realmente quiser.

Claro que tem horas que eu queria dar uma caminhada, claro que eu preferia estar viajando, mas aproveito essa paz que o mundo me deu de presente, essas horas em casa, esse momento de nada, que é divino.

Se você é muito mais agitado do que eu – algo raro, mas que acontece muito – tudo bem também. Pode ter sua quarentena bem útil e fazer mil coisas, não te julgo.

Sugiro apenas que você foque em coisas que te dão alegria, pois já está difícil a realidade e todo mundo reclamando só piora o ânimo geral.

Fazer nada também é maravilhoso! Ano sabático e os aprendizados sobre isolamento.

7. Baralho salva

Mesmo amando fazer nada, nas nossas loucas jornadas para chegar de um lugar a outro gastando o mínimo possível, assim como nos dias de chuva e nos lugares super tranquilões para onde gostávamos de ir, percebemos que de vez em quando precisávamos mesmo de algo para passar o tempo.

Resolvemos comprar um bom e velho baralho, até porque nem sempre tinha internet. Para ser sincera, eu não curto muito jogos e só sei jogar buraco. Mas fazíamos uns “melhores de três” e até que a hora voava mesmo.

Não tem mochileiro que não tenha um baralhinho na manga para os dias de tédio e para quem sabe outros jogos, o baralho vai de risadas bestas à adrenalina das apostas.

Saia um pouco da internet, dos joguinhos online. Busque aquele baralho na gaveta e faça um bom jogo olho no olho, com provocações e trapaças. É uma forma de comunhão que alegra as pessoas desde sempre e anda meio esquecida.

Baralho merece um resgate na quarentena.

8. Saudades sim, drama não

Quando ficamos longe da família e dos amigos, é mais do que normal sentirmos saudades.

No nosso ano sabático ficamos mais de ano sem ver nossa família e amigos com quem tínhamos mais contato. Sentíamos saudades de abraçar, fazer um churrasco junto, ir num bar.

Mas falávamos sempre com todos. A tecnologia ajudou demais nisso. Era vídeo, ligação, mensagem, redes sociais.  Por causa do blog, até gente que nunca vi falava sempre comigo.

Isso tudo não substitui a presença física, é claro, mas não dava para ficar chorando de saudades também.

Faz uma semana que as pessoas estão na quarentena, algumas nem isso, e parece que de repente todo mundo PRECISA falar com todo mundo. É live sem parar no Instagram, é vídeoconferência de família todo dia, é 500 mensagens no Whatsapp antes das 8hs da manhã.

É legal refletirmos sobre se isso é mesmo falta de contato ou, mais uma vez, apenas snsiedade, FOMO e, mais importante ainda, se isso está nos fazendo bem.

Quando voltamos da viagem visitamos todo mundo, matamos a saudades, mas logo depois, caímos no desinteresse alheio. Passávamos dias sem falar com pessoas que, enquanto estavam longe, queriam saber tudo o que fazíamos, onde estávamos, se estava tudo bem.

Algo na nossa relação com eles tinha mudado agora que estávamos em casa? Te garanto que não.

É a mesma coisa na quarentena. Todo mundo quer se falar, se ver, mandar memes, mandar vídeos, mandar notícias do assunto que já está nos matando, mas de sobrecarga!

É hora de nos ajudarmos, sim. De não nos abandonarmos, de cuidarmos daqueles que estão lidando pior com tudo isso, mas é importante termos consciência para que nosso contato seja ajuda e não gatilho de ainda mais tristeza, aflição, ansiedade, drama.

Antes de ficar mandando notícias e vídeos, pergunte se querem receber. Antes de ligar e ficar reclamando que está entediado na 8ª hora em casa, reflita se não tem algo positivo para dizer, um papo gostoso para puxar.

É hora de pensarmos no que estamos jogando para os outros e não só no que queremos descarregar de nós. Sejamos amorosos.

E deixo aqui dicas de filmes para levantar o astral para quando a coisa ficar pesada!

Sejamos amorosos.

9. Home is Wherever I am with You

Para fechar, queria falar sobre a casa. Que benção é termos um teto onde nos esconder enquanto o vírus passa. Que maravilha temos um lugar para chamar de lar.

Ao invés de reclamar de estar isolado, da casa ser pequena, de não ter o que fazer, de não poder sair e de tudo o mais que todo mundo está reclamando, pense na alegria que é você ter esse lugar, estar com quem ama.

No nosso ano sabático ficávamos, como eu disse, em quartos simples, sem nada, normalmente pequenos. Alguns nem tinham janela.

Desde que não fosse sujo e não desse para ouvir os vizinhos, ficávamos totalmente satisfeitos, o que me deixou bem surpresa, porque amo minha casa, amo minhas coisas, design, aconchego.

Estávamos felizes na nossa viagem, mas acima de tudo valorizávamos aquele espaço que, quando a gente fechava a porta, era o nosso lar. Um lugar só nosso, onde a gente descansava do mundo, fazia planos e bagunça, onde éramos só nós e as mochilas.

Tente ver sua casa como esse refúgio e não uma prisão. Estamos em casa para ficarmos bem e só por isso.

Dentro dela podemos refletir o amor, o cuidado e o respeito. Podemos rir, jogar um baralho, comer um bolo de chocolate. Podemos nos desligar, nem que seja um pouquinho, de tudo o que está acontecendo e nos fortalecer para enfrentar o que vier.

Fique em casa na quarentena: ela é seu refúgio.

Eu sei que a situação de cada um é única. Sei que existem muitas pessoas em situação muito mais complexa, muito mais difícil que a minha.

Não estou alienada nem fantasiando, mas quis trazer um pouco dessas ideias que entendo que são para o pensamento, para aliviar a mente. Talvez esse texto não sirva para montes de pessoas, mas se ajudar alguma, já fico feliz.

Cuide-se, fique em casa!

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