Toronto – Os lugares mais legais da cidade
Toronto é a maior cidade do Canadá e mesmo assim é meio pequena, com os seus quase 4 milhões de habitantes. É interessante porque embora a cidade seja toda metropolitana, também parece bastante simples para quem está acostumado com a loucura de São Paulo.
Eu acho essa característica bacana. Apesar de ser uma cidade grande e importante, é tranquila, segura e organizada. Enfim, diferente. E o melhor de tudo, é super cosmopolita, com imigrantes de todos os cantos que dão um toque especial à cultura local. Chega a ser quase difícil encontrar um canadense legítimo!
Já faz um tempinho que estive em Toronto, mas já que dei aqui as dicas para você arrumar as malas e ir para lá estudar inglês, vou dizer também quais foram os lugares que mais curti conhecer na cidade.
Distillery District
Quando recebi o endereço onde ia morar em Toronto, fiquei meio preocupada. A Mill Street parecia meio vazia no google maps, com meu prédio de um lado da rua e uma fábrica antiga do outro. Nos arredores só linhas de trem e rodovias. Brasileira noiada, já fiquei pensando que a rua era deserta, como eu ia andar à noite, se tinha perigo de assalto e outras besteiras. Pessoa otimista que sou, esperei chegar lá para decidir se era um lugar sinistro mesmo ou não.
Uma das primeiras perguntas que fiz para a Lina (minha host) foi se tinha algum risco andar por ali e ela foi categórica em dizer que não. Qualquer horário do dia ou da noite era bem tranquilo. Depois me levou à pé até a escola para mostrar que era perto do centro e me disse que durante a semana a cidade era mais animada.
Na volta ela parou comigo no “prédio antigo” e me explicou que era o Distillery District, uma antiga fábrica de whisky transformada em centro cultural e me disse que a gente morava no lugar mais descolado de Toronto, que o prédio dela era novo, tinha uma vista incrível do Distillery e que esse era um espaço muito legal que eu ia amar. Eu realmente não estava convencida.
Dois dias depois eu tinha certeza que era o lugar que eu mais amava na cidade. E tenho essa certeza até hoje. O Distillery é incrível! Eu passei muitas, mas muitas mesmo, horas lá dentro.
O prédio, todo de tijolinho à vista, é a coisa mais linda. Lá dentro tem escola de fotografia, bares, balada, restaurantes, lojinhas fofas, arte, uma boa dose de cenografia e a Mill Street Brewery, a primeira cervejaria com cerveja orgânica que eu vi na vida (e achei delícia!). O lugar é o paraíso de qualquer fotógrafo, cheio de cantinhos encantadores, luzes transformadoras, gente interessante e arte ao ar livre. A maioria das pessoas passa por ali apenas para uma volta, mas o legal mesmo é ficar lá lendo um livro, sentado num café ou apenas vendo a vida passar. E ela passa em meio à casamentos, aulas ao ar livre, performances artísticas, festas animadas, chocolates caprichosamente preparados.
O prédio da Lina era lindo, mas se eu pudesse eu moraria lá no Distillery mesmo! Eu passava lá antes da aula, passava lá depois da aula, visitava a Mill Street Brewery, participava das saídas fotográficas de cursos que não frequentei, cheirava as flores da banca e tomava café e comia um docinho cada dia num lugar diferente.
Curta esse lugar com calma. Vale a pena! Aqui você tem uma ideia dos eventos que estarão rolando quando você estiver por lá, inclusive no teatro!
São 7 docerias/cafeterias, das quais a Caffe Furbo é bem legal e toda diferentona, a Bricks Bakery só tem delícia e a Balzac’s é a coisinha mais linda!
Eu confesso que os restaurantes eram meio caros para a minha condição de estudante da época, mas todos me enchiam os olhos e digo com certeza que vale um almoço, mas principalmente um jantar. Se for romântico então, não tem erro! ;) Mas quando a fome me apertava eu parava mesmo é na Brewery. Rá!
Existem outras unidades da Mill Street Brewery, inclusive fora de Toronto, mas é nessa você vê a preparação, compra badulaques, experimenta cervejas e comidinhas a preços justos e de ótima qualidade e enfim, vê onde tudo começou. É aconchegante no inverno e tem uma área externa super agradável para os dias quentes.
As lojas são uma atração à parte: a Jacob & Sebastian tem os sabonetes mais cheirosos e estilosos, a Blackbird Vintage tem itens de decoração de todos os jeitos que eu gosto, a Spetacle tem óculos dos mais variados tipos modernosos, entre outras portinhas cheias de segredo.
Saiba mais sobre o Destillery District aqui nesse post ótimo da Viajoteca!
Art Gallery of Ontario
Eu fiquei hipnotizada por esse prédio. Nem sabia bem dizer o porquê. As exposições são boas e a própria coleção é bacana, mas não imperdível. Acontece que o prédio é lindo por fora e lindo por dentro. As escadas são impressionantes e se der para pegar um pôr-do-sol daqueles bem rosa de lá de dentro, meu amigo, vai ser difícil não se apaixonar.
Só bem depois eu soube que o prédio é obra de um arquiteto canadense bem famoso, o Frank Gehry. Ele é o autor de nada mais nada a menos do que o Guggenhein de Bilbao, do Louis Vuitton Foundation, em Paris e da Dancing House de Praga. Ai você entende aquele sentimento de leveza e graça que você tem lá na AGO.
E tem mais, ela fica numa região super interessante: entre o Kensington Market e Chinatown, por onde muita gente adora circular, e a poucos passos de Little Italy, onde você definitivamente vai comer super bem por preços bacanas (e se for mais para os recônditos, vai chegar na “Mooca” de Toronto e em Little Portugal, que na verdade já está mais para Little Brazil…) e da West Queen West, uma região maaaaara.
West Queen West
Aqui foi outro lugar por onde andei até gastar o chão. É simplesmente uma sucessão de lojas, bares, restaurantes e outras cositas modernas meio estilo Vila Madalena. Dá para se perder!
Ali tem comida orgânica, estúdios de tatuagem, arte de rua, ioga, muita purpurina e animação gay, mesas ao ar livre e tudo entre ar moderno e retrô.
Não tem como não amar! Bom, tem se você estiver mega sem grana, porque por aqui dá para deixar o cofrinho…mas mesmo que você não consiga comprar nada, vá flanar, ver e ser visto!
Waterfront & Toronto Islands
Aqui é a famosa orla. A orla de frente para o lago Ontario que é cheia de restaurantes, barzinhos e uma vista linda do pôr-do-sol.
Dizem que depois que a noite cai o ambiente fica meio pesadinho, mas nunca fui para comprovar. Durante o dia eu curtia caminhar na beira da água, sentar para ler ou tomar um drink com os amigos.
Claro que tem que gostar de uma “brisa” que nos dias mais frios eu chamaria de ventos do ártico….rá-rá. Mas nos dias quentes é muito gostoso.
Já Toronto Islands são umas ilhas no lago bem pertinho da cidade. Você pega um ferry rapidinho e fica de cara com todo o skyline de Toronto, com destaque para a CN Tower e arredores. Se você for rico, pode passear no seu próprio veleiro. Senão, faça como todo o resto da galera e vá para lá passar o dia, andar de bike, curtir a natureza das ilhas, que são cheias de trilhas.
Royal Ontario Museum
Ta bom, eu gosto de museus. Museu com prédio bonito então, já me ganhou sem nem entrar.
O ROM é meio prédio antigo meio prédio super moderno que parece um diamante crescendo do chão! Aqui a coleção enche os olhos, com todo tipo de galeria: arte romana, asiática, chinesa, dinossauros, segredos da terra entre outras coisas, até chegar à arte moderna. É assim, tudo junto e misturado, mas costuma agradar a gregos e troianos. E as exposições temporárias me parecem sempre muito boas.
Tem que ficar esperto porque tudo em Toronto fecha meio cedo. Se der aproveite para dar uma esticada até o Bata Shoe Museum, que fica ali do lado. Esse é um museu pequenininho, focado apenas em sapatos, mas é bonito, bem montado, bem interativo e sinceramente, eu descobri várias coisas interessantes sobre sapatos.
Para fechar com chave de ouro, vá comer num dos muitos restaurantes típicos de Korea Town, que fica ali colado. Não tem cachorro não e a comida é divina!
Centro
O centro de Toronto tem vários lugares interessantes: a CN Tower, os estádios, o Roy Thomson Hall e o Royal Alexandra Theatre, o Hockey Hall of Fame, o St Lawrence Market, a “cidade subterrânea” entre outros.
É só descer na Union Station e sair explorando. eu particularmente adorava o St Lawrence Market, bem mais vazio que o Kensington, com caixinhas de blueberry por CAD 1,00, sanduiches saudáveis e todos os arredores. Lá em Toronto eu achava os restaurantes e cafés de uma beleza e aconchego singulares, principalmente por ali. É tudo perfeitinho, mas é diferente dos EUA, parece mais real, com gente como a gente, não sei explicar. E por ali tem vários cantinhos bacanas.
Um clássico do centrinho financeiro é o Fairmont Royal Hotel. Bom, não é para o meu bico, mas só de passear no hall você já se sente a Juliane Moore (acho ela muito classy, mas pode trocar por seu hollywood star preferido). O hotel é um apoiador oficial do Toronto International Film Festival e nesta época fica lotado de celebridades. Fui lá tomar um chá durante o TIFF (que ocorre anualmente entre setembro e outubro e é um dos festivais mais importantes do mundo) e ver se eu dava de cara com alguém assim, tipo Christian Bale, mas nada…
Tem ainda o Eaton Centre e a Prefeitura, que já foram cenários de alguns filmes bem legais e sempre rendem boas fotos e compras…
Com relação à CN Tower, considero uma visita obrigatória. A vista é maravilhosa, claro, e o pôr-do-sol é algo que tem que ser vivido. Dá um medinho pisar no chão de vidro, mas você sobrevive. Porém, se você já esteve em outras torres, principalmente a Willis Tower em Chicago, a CN Tower pode parecer menos interessante.
Vale se tiver tempo
Tanto o Rogers Centre, quanto o Air Canada e o BMO Field são estádios lindos e super bem explorados, cheios de eventos e tals. Eu confesso que achei o ingresso do hóquei no pior lugar do estádio (estava descrito assim no site), uma fortuna, não curto baseball (leia-se, não entendo porcaria nenhuma) e não rolou um único jogo de basquete enquanto eu estava lá, então não conheci nenhum porque meu amor por esportes é um pouco restrito. Quem viu o teto retrátil do Rogers Centre abrindo para um pôr-do-sol durante uma partida de baseball disse que é algo de outro planeta!
Por fim, a Casa Loma, que serviu de cenário para a Xavier School do X-Men, é um ponto turístico mais afastado e que eu só recomendo se: você for fanático pelo filme (mas o cenário é só a fachada da casa), você curtir conhecer uma casa antiga cheia de objetos retrô e o dinheiro estiver sobrando, porque a entrada é um pouco cara.
É isso, se conhecer outros lugares especiais, conta aí que já guardo para a próxima visita!
Boa, Stipp! Também curti a Amsterdam BrewHouse!
Toronto é uma cidade espetacular e bem cheia de surpresas. Tive a chance de ir duas vezes, uma em 1995 (inverno) e outra em 2008 (verão). Em ambas ocasiões fiquei surpreso com as pessoas, sempre dispostas a ajudar um turista perdido, e com a multiculturalidade da cidade, ainda mais quando em 2008, passeando pela orla, mais precisamente no Toronto Music Garden,havia uma feira gastronômica internacional.
Nesta região, Entertainment District, vale uma visita à cervejaria Steam Whistle, e à Amsterdam BrewHouse.