Machu Picchu em 2 dias – Lá em cima
Chegou o dia de seguir para Macchu Picchu! O dia que fez você entrar num avião rumo ao Peru e ficar sonhando acordado com a hora de pisar nesse lugar mágico!!!!!
Como chegar – O Trem
Estando em Cusco, você pode ir a pé pelas trilhas, opção que requer a contratação de uma agência (com custo médio de 500 dólares), pode ir de ônibus (demora umas 6hs, tem um trecho a pé e não faz sentido nenhum) ou fazer como quase todo mundo e ir de trem.
É fácil comprar as passagens de trem pela internet e não custa mais garantir seu lugar com antecedência.
São 3 as opções de trem, em vários horários: Expedition, Vistadome e Belmond Hiram Bingham, sendo o primeiro mais barato, com janelas menores e serviço mais simples, o segundo com serviço melhor e janelas maiores e o terceiro super mega chiquérrimo com tudo que é possível e mais um pouco.
Fui de Vistadome e foi ótimo, mas sinceramente o Expedition te leva ao mesmo lugar, pelo mesmo caminho e com a mesma vista. Não faz muita diferença. Já se você realmente quer luxo e ostentação, pule direto para o Hiram Bingham e sinta-se na primeira classe de um trem de filme antigo.
O único cuidado que você deve ter ao comprar as passagens de trem é que as saídas/chegadas podem ser de Poroy (Cusco) ou Ollantaytambo. Muita gente vai até Ollanta, passa o dia e depois segue para dormir em Águas Calientes e conhecer Macchu Picchu no dia seguinte. É super válido e ainda economiza uns 20 dólares, mas confira as estações de ida e a volta, pois a gente acaba se preocupando mais com os horários e menos com os destinos e você pode, como eu, descobrir que tinha comprado a volta para Ollanta sem querer (mas foi muito fácil trocar lá na estação).
Se a sua partida for de Poroy, atenção também ao horário de saída, pois a estação fica há uns 25min do Centro de Cusco, onde ficam os principais hotéis. O ideal é combinar o transfer ou o táxi com antecedência e, se for nos primeiros horários da manhã, se preparar para levantar uns 40 minutos antes do horário para tomar café e seguir para a estação com tempo. Os trens saem pontualmente.
O José Miguel (peruhamuytravel@gmail.com ou +51 984400592), nosso guia particular (já contei aqui), nos levou/buscou de todas as estações e aeroporto, inclusive essa, mas saiba que do Centro a Poroy o táxi custa cerca de 20 soles e precisa seeeempre ser negociado antes de você entrar nele.
Chegando em Águas Calientes ainda é preciso pegar um ônibus para subir a estrada mais sinuosa e minúscula possível (Cristo perde fácil!) e custa mega caro: 12 dólares só a ida ou 24 ida e volta. Dá para ir à pé, mas é uma bela subida. Pode valer a pena subir de ônibus e descer à pé, mas considere bem, pois você precisa comprar a volta antes de ir. Aliás, o pessoal aconselha a comprar o ônibus na noite anterior para não pegar fila, mas compramos tudo na hora e foi bem de boa.
Em 2 Dias e nos Melhores Horários!
Acho que já que lá será o auge da sua viagem, você deve aproveitar ao máximo. Já falei no roteiro que optamos por fazer Machu Picchu em 2 dias. Gastamos o dobro, curtimos o dobro. Valeu totalmente a pena.
No primeiro dia andamos com a guia e fomos até a Porta do Sol, um lugar muito incrível para o qual você tem que andar. No segundo dia subimos Wayna Picchu, um lugar embasbacador para o qual você tem que andar e ficamos depois caminhando tranquilamente e revisitando o que mais gostamos.
Entre as 11hs e as 15hs, Machu Picchu fica mega lotada e será uma pena se você somente conhecê-la nesse período, o que fatalmente vai acontecer se você for e voltar para Cusco no mesmo dia.
Nós saímos no primeiro horário de trem, às 6h40, e entramos em Machu Picchu mais ou menos às 11h30. Fizemos o tour guiado e fomos caminhando até a Porta do Sol. Vimos o pôr-do-sol e descemos no último ônibus de volta à Águas Calientes às 17hs, com apenas mais 6 gatos pingados que ainda estavam por ali aproveitando um dos poucos horários de paz incrível, como já contei.
No dia seguinte, pegamos o ônibus para Machu Picchu às 6h30. Quando pontualmente o sol levanta de trás da montanha, às 7h10, estávamos já lá dentro, com os poucos gatos pingados que chegaram cedo ou vieram pela trilha.
Passeamos por tudo tranquilamente, sem multidões e às 10hs subimos Wayna Picchu. Voltamos às 13h30, ficamos sentados num canto afastado curtindo mais um pouco tanta beleza. Ficamos tão tranquilos que tive tempo até de encontrar minha lhama gêmea, sabe aquela que finge ser uma guerreira, mas no fundo só que quer mesmo é sossego? Rá-rá!
Voltamos para Àguas Calientes às 14hs para almoçar, conhecer as termas (conto no próximo post) e voltar no trem das 17h20.
Fica então a dica. Mesmo que você não queria visitar Machu Picchu 2 vezes, seja porque 1 vez já te basta, seja por economia, durma em Águas Calientes antes ou depois da visita para conseguir conhecer a cidade no começo da manhã ou no fim da tarde e fugir do rush!
Nos horários de pico você se sente mais um turista no mundo, mas nos horários em que Macchu Picchu está mais vazio a cidade é super mágica, como já contei aqui.
O que levar
Vá com roupas confortáveis e frescas porque tem um bocado de subidas e bastante andança. Não esqueça de passar filtro solar como se você estivesse indo viajar ao sol, mesmo que esteja nublado e até chovendo. Todo mundo fica meio bordô por lá!
Na sua mochila, tente não levar muito peso para cansar menos, mas leve: água, filtro solar, boné, um blusa mais quente, algum lanchinho (nunca, jamais, em tempo algum deixe lixo lá, o universo vai te mandar algo muito ruim em troca!) e câmera fotográfica com bateria e cartão de memória zerados, claro!
Guia em Macchu Picchu
Olha, você pode conhecer a maravilha sozinho, sem sombra de dúvida, mas não sei se você vai entender a imensidão de história do lugar, mesmo que cole em outro grupo e tente ouvir sem pagar nada.
Eu considero um desperdício de vida ir até lá e não ouvir as explicações, não ter alguém para te mostrar os segredos escondidos e para conjecturar loucuras sobre construção e vida local. Mais do que isso, uma perda de oportunidade de ouvir como vivem os locais de hoje, como tratam as trilhas incas, como pensam em conservação, como pensam o turismo para hoje e para o futuro.
Ao chegarmos em Águas Calientes, a Sandy, guia queridíssima da equipe do José Miguel (contatos acima) nos aguardava na estação de trem e nos levou direto para o o ônibus e para a entrada de Machu Picchu. Lá, nos deu toda a letra tim tim por tim tim, por quase 2 horas de caminhada, explicando, mostrando fotos e ilustrações, mostrando as plantas locais e contando que lhama morde sim, meus amigos!
Além de termos a oportunidade de andar na contramão e parar onde quiséssemos, já que não havia mais ninguém com quem nos preocupar, batemos muito papo, o que foi delicioso. A Sandy ama aquele lugar e faz o trabalho dela com muito carinho. Aquelas coisas que fazem uma pessoa e um momento especiais.
Mais do que isso, ela não apenas nos deixou lá depois de terminar o tour, como nos incentivou a ir até a Porta do Sol e ficar lá até o último ônibus descer, nos falou a hora do nascer do sol no dia seguinte para chegarmos bem cedo, mesmo que não fôssemos com ela, nos explicou tudo sobre Wayna Picchu, nos ajudou a achar nosso hotel e entre sorrisos ainda ajudou outros turistas perdidos pelo caminho.
Dá para contratar guia lá na hora, mas como toda porta de atração turística, é aquela muvuca insana: tem que negociar e ter paciência. Eu aconselho a já chegar lá com tudo acertado e se poupar desse estresse.
Acho válido ir em grupo (embora em alguns casos você não ouça nada e tenha que apertar o passo), mas desde que você tenha um tempo para andar sozinho por lá, conhecer mais intimamente umas lhamas, ser mordido por uns insetos peruanos, meditar olhando pro vale e para a estrada super sinuosa, enfim, ter um tempo para você.
E mais, aconselho de coração a subida à Wayna Picchu. Tem que comprar a entrada especial e chegar no horário (7hs ou 10hs) e é um morro sem fim (aquele mesmo, de toooooda foto de Machu Picchu), mas compensa.
Além de ver Macchu Picchu de um ângulo totalmente diferente, tem toda a experiência de caminhar na mata, chegar na casa onde vivia o xamã e falar: “Uau! que povo mais sábio! Que guru malandro!”. A gente quase morre na subida, quase desce rolando, quase bota a mão em um bicho estranho no meio das pedras, mas quando você está lá no pico, você não lembra mais nada a não ser em que benção é viver para estar ali.
Ah, e eu que estava mega fora de forma nem fui a última a chegar lá em cima. Você também consegue! O segredo é ir no seu ritmo. ;)
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Oi Patricia, desculpe a demora pra te responder, mas estou na China e anda tudo meio complicado!
A Sandy é uma guia da Peru Hamuy, do José Miguel. O contato dele está neste post aqui: https://expressinha.com/city-tour-em-cusco/
Nós fizemos todos os passeios com eles e foi ótimo!
Um beijo,
Bruna
Oi Cinthia! Nessa época eu usava uma Nikon D3000, velhinha de guerra e uma GoPro Hero3. Bjo!
Olá! Não achei o contato da Sandy (guia que contrataram para ir para Machu Picchu)
Amei o blog! Queria saber qual a câmera que você utilizou para fazer as fotos…
Beijos!