Havana – Conhecendo a cidade e evitando golpes
Havana com certeza vai entrar no seu roteiro para Cuba e não é à toa, tem muita coisa para fazer na cidade e conto aqui um pouco do que você encontrar por lá. Como além de um cenário lindo e diferente, você também vai encontrar muitos malandros, conto também como evitar os golpes mais comuns.
Aqui no blog temos outros posts falando de hotéis, hospedagem em casa de família, transporte, praias, balada e tudo o mais de Cuba aqui.
Como eu já contei no post anterior, andamos muito por Havana.
Andamos pelo Vedado, onde estávamos, visitamos a sorveteria Copelia (mais emblemática do que gostosa propriamente), o Hotel Nacional, o Cine Yara e fomos dali à Habana Vieja pelo Centro e pelo Malecón, onde as ruas começam a ter nomes diferentes.
É tudo muito seguro e divertidíssimo, já que sempre alguém pára para conversar, contar histórias, ensinar sobre a revolução e, não menos importante, para saber da novela. Sim, nossas novelas fazem o maior sucesso na ilha, mas eles não tem revista com resumo semanal e a internet em Cuba é bastante regulada (ou era, pode ter mudado um pouco). O pessoal ficava doido quando descobria que éramos brasileiras e queriam saber tudo sobre “A Favorita” que passava na época. As personagens ainda não tinham trocado de papéis, mas eles já tinham ouvido rumores e queriam confirmação. Não contávamos para não acabar com a graça, mas em seguida tínhamos que responder o que sabíamos de cada um dos personagens e nem fazíamos ideia de quem era quem!
À noite também era tranquilo, com muita gente e inclusive guardas andando pelos bairros. Porém, algumas ruas não tinham iluminação, sempre haviam uns malandros e, enfim, como dizia o Esteban, nosso host: ” a ocasião faz o bandido”, então evitamos ficar zanzando mais tarde e quando fomos à bares e shows procuramos usar os taxistas do hotel para ir direto ao ponto, considerando que éramos apenas 2 moçoilas.
E o que conhecemos? Quase reproduzimos a “537 Cuba“, uma música que me toca muito da banda Orishas:
“Cayo Hueso, Saliom Pordo
Buenavista, Miramar
Alamar, La Victoria
Habana Vieja, Barrio Nuevo
Bejucal
Dónde estás tú mí Rampa?
El sol que canta, La Catedral
El Capitolio se levanta
En el oido de éstas voces
23 y 12, Vedado, Paseo del Prado
Tus leones lado a lado
Forman parte de mis tradiciones
Mis emociones”
O que fazer em Havana – Cuba
O Malécon é praticamente uma entidade da cidade, onde tudo acontece. É ali no beira mar que as pessoas se reúnem, paqueram, se exercitam. Depois de dar as suas voltas você pode entrar pelo Paseo de Marti, uma alameda lindíssima e cheia de pessoas e lugares interessantes que termina nos dois “leones lado a lado” e vai chegar lá no Capitólio, que só vale a visita pela colorídissima fila de táxis já que nada mais é que uma cópia do amerciano. Dali é um pulo até o bar Floridita, um clássico esculpido na pedra por Ernest Hemingway, do qual falo nesse post sobre bares e música em Havana.
Ou pode ir até a Plaza dos Enamorados e o Castillo del Morro, que tem uma vista maravilhosa da costa, especialmente no fim do dia, uma festa para turistas às 18hs em que disparam um canhão e onde, se você for destes, pode até ajudar a dobrar a bandeira de Cuba, que será hasteada novamente no dia seguinte.
Ande por toda Habana Vieja, vendo as cores, as casas, entrando aqui e ali, sem rumo e sem direção. Chegue pela Plaza de Armas e se enverede pelas ruelas. Só isso já vale sua ida até lá.
Na Plaza de Armas ocorre uma feirinha de livros, antiguidades e outros badulaques. Tem que negociar muito porque os preços são caros, mas tem umas boas pérolas.
A Praça da Catedral é linda e tem sempre uma banda para sacolejar, um restaurante para comer e um bar para tomar um mojito. Perfeito para descansar e recomeçar.
Um pouco fora do circuito central fica a Plaza de la Revolucion, grandiosa, cheia de história, onde ficam aquelas esculturas de Camilo e Che com as quais você tem que tirar foto; o memorial e a biblioteca José Martí; e o Delírios Habaneiros, um lugar mucho loco sobre o qual falei nesse post sobre os ares e a night em Havana.
A cidade tem uma infinidade de museus. Sério: belas artes, outras artes, cabana do Che, do chocolate, do havana rum, do charutos Partágas, da música, do automóvel, do charuto e sei lá mais o que. Como o lugar todo é um museu a céu aberto, recomendo simplesmente andar pela cidade e decidir onde quer entrar.
No nosso caso, passamos em frente ao Casa de Africa e tinha uma festinha. Resolvemos entrar e nos surpreendemos com um museu pequeno e interessantíssimo, cheio de coisas lindas. Tinha uma pessoa muito simpática trabalhando lá que nos acompanhou (sem pedirmos), explicou tudo, posou para uma foto toda sorridente (quando na verdade pedimos para ela bater uma foto nossa) e no final nos pediu uma limonada (!?). Ela tinha sido tão legal que demos umas moedas para ela poder comprar (que ela prontamente aceitou e guardou), mas apontou para o lugar onde tínhamos que comprar e disse que precisávamos buscar para ela, porque ela não podia sair já que ela era a única funcionária naquela hora. Fomos. Isso é Cuba, quando você vê, já está fora da caixinha também.
Saindo da Bodeguita del Medio, outro bar imortal nas mãos de Hemingway e que está lá no mesmo post do Floridita, fomos andando até o Museu de La Revolución y Memorial Granma, que vale pela aula de história. Na saída quisemos fazer uma “foto conceito” que pegasse o museu e um guarda que ficava em posição lá na frente. Ele estava com uma cara de mau humor que achamos melhor fazer a foto disfarçadamente, mas depois de umas tentativas ridículas ele nos chamou. Achamos que levaríamos uma bronca, mas ele mandou beijos e disse que nos abraçaria para a foto se quiséssemos, com piscadela no final. ;)
Essas são as dicas dos lugares que visitei, mas aqui nesse post do Péricles, do 7Continents1Passports tem mais outras dicas ótimas do que fazer em Havana!
Por fim, depois de explorar uma boa parte da cidade, fizemos um passeio de um dia que ia até Pinar Del Rio e Viñales. Compramos no hotel com as únicas pessoas antipáticas que encontramos na viagem, mas foi barato (não lembro exatamente quanto). O passeio saiu cedinho e é legal para conhecer um pouco o interior, com uma vista linda de montanhas, pastos e plantações. Paramos numa fazenda de tabaco, aprendemos a bolar um charuto, paramos numa cidadezinha onde comemos e conhecemos um pouco esse outro completamente diferente estilo de vida (comparado à Havana), passamos por uma caverna chamada Cueva Del Indio e terminamos em Viñales, no mural muito louco feito por um discípulo de Diego Rivera.
Evitando golpes e problemas em Havana – Cuba
Flertar é o esporte nacional em Cuba, digam o que quiserem sobre baseball, vôlei ou revolução! Eles sempre elogiam, pedem em namoro, se declaram. Acabei de contar o caso do guarda ai acima, mas vivemos inúmeros outros. Você volta se sentindo a rainha da carne seca, mas quase nunca é sério, até porque não há diferença no tratamento se eles estão sozinhos ou acompanhados. Em poucas ocasiões ficamos incomodadas por isso, que perdia de longe de outros assédios.
De vez em quando, confesso, passamos por uns lugares meio esquisitões e sempre éramos muito abordadas para comprar alguma coisa (especial cuidado com charutos “de marca” a preços módicos), dar nossas roupas ou algum trocado ou conhecer algum lugar logo ali…
Resistimos bravamente com a minha melhor cara de poucos amigos, muitos nãos e saídas estratégicas, mas em uma ocasião tivemos realmente que ir embora de um bar porque a quantidade de gente querendo falar/dançar/sentar na mesa/vender alguma coisa estava insuportável e em outra tomamos um golpe. Pelo menos acho que tomamos.
Fomos abordadas perto de uma escola por uma pessoa que se apresentou como professor dali. Ele não pediu nada nem nos levou para parte alguma, apenas contou como era a rotina da escola e da vida dele. O papo foi ótimo e relaxamos. No final ele nos pediu para comprar um pacote de fraldas para a filha dele, sob o pretexto de que os turistas podiam comprar livremente, mas ele já tinha comprado a cota mensal que só dava para 2 semanas. Nos pareceu sincero e fomos até a vendinha com ele, que pediu a fralda, nos agradeceu veementemente e sumiu em segundos, nos deixando sem a opção de desistir. Quando fomos pagar, o pacote custava 35 CUCs, muito para o nosso orçamento apertado. Gosto de pensar que ele precisava mesmo e que fizemos alguma coisa boa, mas a forma como tudo aconteceu não me deixa me enganar tranquilamente.
E não me leve a mal, eu gosto de praticar o bem, mas simplesmente não dá para ajudar todo mundo que precisa. E essa galera que vai para Cuba com quilos de material escolar e outras coisas para fazer doações e boas ações, mas nem enxerga a criança que mora na calçada de casa aqui no Brasil não me compra. Acredito mais nos nossos pequenos atos diários.
Você deve ficar atento à essas conversas e evitar ir comprar coisas onde eles te levam, quase sempre está tudo combinado. Charutos e runs de marca vendidos no fundo da casa de alguém meio arrumado como uma loja ou por ambulantes que os levam em sacolinhas até o hotel: falsos. Se a questão for o preço, vale mais a pena você comprar charutos sem marcas ou menos conhecidos quando visitar as plantações ou fábricas. Você vai ajudar mais e vai para casa com produtos autênticos.
Tuk Tuks que conhecem um restaurante ótimo: provavelmente a comida até será boa, mas vai te custar mais.
Personagens curiosos sorrindo para suas fotos na rua: tenha a certeza de que vão te pedir dinheiro e vão te seguir até você pagar. Isso não aconteceu conosco, mas vimos muita gente sendo levemente pressionada…
Infelizmente você vai ter que ficar sempre alerta.
É isso. No próximo post conto sobre nossa experiência na Casa da Dona Clara, uns dias bem autênticos e animados que vivemos!
Não esqueça de dar uma olhada nos nossos outros posts sobre Cuba, que vão te ajudar em todo o planejamento de viagem:
Havana – Comer e dormir em casa de família
Havana – Bares, Drinks, Música Muito Boa
Havana – Hotel, Dinheiro e Transporte
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