Angola – Aeroporto, Fuso e Hotéis
Voamos (eu e os outros 4 brasileiros que cursam o MBA Atlântico comigo) para Angola pela empresa aérea angolana, chamada TAAG. Tenho medo de aviões e não procurei saber muitas coisas sobre a empresa. Fomos de TAM até o Rio de Janeiro e de lá pegamos o vôo de cerca de 8hs para Luanda. Depois descobri que os vôos diretos de São Paulo são apenas às segundas, quartas e sábados. Nos outros dias (fomos no domingo), só partindo do Rio.
O vôo foi sem sustos, embora também sem boas surpresas. O avião era meio velhinho e minha TV não funcionava. Como prefiro dormir, não senti falta, mas desconfiei que isso não era muito bom sinal sobre o que se considera uma viagem segura.
Angola tem 4hs a menos do que o Brasil, sem contar o horário de verão, e eu senti imensamente o fuso horário, pois viajamos no fim da tarde e chegamos lá no começo do dia quando no Brasil ainda estaria indo dormir. Passei dias dormindo em pé pela manhã, com a nítida sensação de que alguém estava me fazendo estudar de madrugada, no que, a propósito, nunca fui boa. Por outro lado, no meu melhor horário, já deveria ir para a cama e tentar dormir. Impossível.
Já tinha lido muito sobre a precariedade do aeroporto de Luanda, mas a verdade é que ele foi todo reformado e, embora pequeno, funciona bem e é um dos poucos, para não dizer o único, lugar onde você pode pegar um táxi. Não sei o preço, pois tínhamos um carro da Universidade nos esperando, mas como tudo lá é caríssimo, o táxi não deve fugir à regra.
Nosso primeiro trajeto foi entre o aeroporto e o Hotel Celeste, onde ficamos hospedados, cerca de 5 minutos de carro num domingo cedinho antes do trânsito começar. Lembro perfeitamente que a minha primeira impressão da cidade foi de que ela era meio marrom, meio quebrada e meio vazia.
Tudo engano. Ela é toda marrom, muito quebrada e totalmente lotada!!!!!!!
O Hotel Celeste mereceria um capítulo à parte. É um hotel pequeno (cerca de 30 quartos), novo e que pertence à polícia e fica colado ao quartel, no bairro da polícia. Muito seguro. Fora a polícia e o Jumbo (sim, aquele do elefantinho!), não há nada a menos de 30 minutos de caminhada. Para nós era mais ou menos aquele condomínio do Melrose, uns no andar de cima, outros no andar de baixo, todos em volta de um pátio comum e de uma piscina meio coberta onde quase nunca batia sol. Os 11 alunos e eventuais professores quase preenchiam todos os quartos do hotel, que virou mesmo um condomínio, o que teve grande colaboração do Henrique, o gerente meio brasileiro meio português que fez questão de nos ajudar em tudo e tornar nossa vida muito mais fácil.
Como dispunhamos de uma bela TV plana com canais a cabo, internet, frigobar, banheira e gerador que garantia energia o tempo todo, demoramos algum tempo para sentir o impacto de janelas minúsculas que nunca eram abertas por causa dos mosquitos (tem malária mesmo!), da impossibilidade de andar pelos arredores à noite e para os mais temerosos, até de dia, e a inexistência de meios de transporte e restaurantes, o que nos fez passar muito, mas muito tempo juntos. Sim, foi quase um reality show, com tudo de bom e de mal, mas que vale, para quem resistiu, como experiência para a vida toda.
Apesar dos problemas, muito mais relacionados com as nossas próprias condições, o Celeste é um bom hotel, com ótimo staff e um bom restaurante.
Não posso falar muito mais sobre os hotéis em Luanda, apenas que visitamos, além do nosso, os hotéis Skyna e Trópico em conferências, mas ambos pareceram excelentes e são bem localizados.